Comunidades Ribeirinhas Amazônicas

dinâmicas territoriais em questão

Autores

  • Luiz Cláudio Moreira Melo Júnior Universidade Federal Rural da Amazônia, UFRA, Brasil.
  • Doris Aleida Villamizar Sayago Universidade de Brasília, UnB, Brasil.
  • Manoel Malheiros Tourinho Universidade Federal Rural da Amazônia, UFRA, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.21664/2238-8869.2018v7i1.p265-287

Palavras-chave:

Desenvolvimento Rural, Manejo Florestal, Pará

Resumo

O artigo analisa a dinâmica recente (2008/2014) do uso de recursos naturais pelas comunidades ribeirinhas localizadas em um vasto território da fronteira aberta ao longo do rio Arapiuns, no oeste do estado do Pará. A pesquisa foi feita por meio da aplicação de questionários semiestruturados com a população dessas localidades. Mapas de uso coletivo dos recursos naturais foram construídos para cada comunidade estudada, a partir dos múltiplos usos sociais dos recursos naturais. Como principais resultados, o estudo evidenciou que as dinâmicas socioambientais e territoriais das comunidades ribeirinhas foram fortemente alteradas desde o início das atividades de concessão florestal na região.

Biografia do Autor

Luiz Cláudio Moreira Melo Júnior, Universidade Federal Rural da Amazônia, UFRA, Brasil.

Doutorado em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília, UnB, Brasil. Docente na Universidade Federal Rural da Amazônia, UFRA, Brasil.

Doris Aleida Villamizar Sayago, Universidade de Brasília, UnB, Brasil.

Doutorado em Sociologia pela Universidade de Brasília, UnB, Brasil. Docente na Universidade de Brasília, UnB, Brasil.

Manoel Malheiros Tourinho, Universidade Federal Rural da Amazônia, UFRA, Brasil.

Doutorado em Sociologia Rural pela University of Wisconsin - Madison, WISC, Estados Unidos. Docente na Universidade Federal Rural da Amazônia, UFRA, Brasil.

Referências

Acuña C 1994. Novo descobrimento do grande rio das Amazonas. Agir, Rio de Janeiro, 180 pp.
Almeida ALO 1992. Colonização dirigida na Amazônia. Ipea, Rio de Janeiro, 486 pp.
Aragón L 2013. Amazônia: conhecer para desenvolver e preservar – cinco temas para um debate. Hucitec, São Paulo, 324 pp.
Baraúna GMQ 2009. As políticas governamentais que afetam as comunidades ribeirinhas no município de Humaitá-AM no rio Madeira. In AWB Almeida, Conflitos sociais no Complexo Madeira. Uea, Manaus, p. 293-312.
Bates HW 1979. Um naturalista no Rio Amazonas. Edusp, São Paulo, 300 pp.
Becker BK 2010. Recuperação de áreas desflorestadas da Amazônia: será pertinente o cultivo da palma de óleo (Dendê)?. Confins, 10(10): 2-18.
Becker BK 2012. Reflexões sobre hidrelétricas na Amazônia: água, energia e desenvolvimento. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Ciênc. hum., 7(3): 783-790.
Bermann C 2012. O projeto da Usina Hidrelétrica Belo Monte: a autocracia energética como paradigma. Novos Cadernos NAEA, 15(1): 5-23.
Bertalanffy L 2008. Teoria Geral dos Sistemas: fundamentos, desenvolvimento e aplicações. 3.ed. Vozes, Petrópolis, 360 pp.
Bertrand AL 1978. Rural social organizational implications of technology and industry. In TR Ford, Rural U.S.A.: persistence and change. Iowa State University Press, Ames, p. 75-90.
Brondízio ES 2006. Intensificação agrícola, identidade econômica e invisibilidade de pequenos produtores amazônicos: caboclos e colonos em uma perspectiva comparada. In C Adams, RSS Murrieta, WA Neves, Sociedades Caboclas Amazônicas: modernidade e invisibilidade. AnaBlume, São Paulo, p. 135-236.
Capra F, Luisi PL 2014. A visão sistêmica da vida: uma concepção unificada e suas implicações filosóficas, políticas, sociais e económicas. Cultrix, São Paulo, 615 pp.
Carvajal G 1941. Relação do novo descobrimento do famoso Rio Grande que descobriu por grande ventura o Capitão Francisco de Orellana. In CM Leitão, Descobrimentos do Rio das Amazonas. Editora Nacional, São Paulo, p. 11-79.
Castro E 1999. Tradição e modernidade: a propósito de processos de trabalho na Amazônia. Novos Cadernos NAEA, 2(1): 31-50.
Castro E 2004. Território, Biodiversidade e Saberes de Populações Tradicionais. In AC Diegues, Etnoconservação: novos rumos para a conservação da natureza. 2.ed. Hucitec, São Paulo, p. 165-182.
Conceição MFC 2001. Populações tradicionais, sociabilidade e reordenação social na Amazônia. In MJJ Costa, Sociologia na Amazônia: debates teóricos e experiências de pesquisa. Ufpa, Belém, p. 141-164.
Costa FA 2005. Questão Agrária e Macropolíticas na Amazônia. Estudos Avançados, 19(53): 131-156.
Cunha MC 2009. Cultura com aspas e outros ensaios. Cosac Naify, São Paulo, 436 pp.
Dal’Asta AP, Amaral S, Monteiro AMV 2014. O rio e as cidades: uma análise exploratória de dependências e alcances das comunidades do Arapiuns (Pará-Brasil) e da formação do urbano na Amazônia. Revista Espinhaço, 3(1): 98-109.
Dean W 1989. A luta pela borracha no Brasil. Nobel, São Paulo, 300 pp.
Diegues AC 2001. As populações tradicionais: conflitos e ambiguidades. In AC Diegues, O mito moderno da natureza intocada. 3.ed. Hucitec, São Paulo, p. 75-98.
Domingues MS, Bermann C 2012. O arco de desflorestamento na Amazônia: da pecuária à soja. Ambiente e Sociedade, 15(2): 1-22.
Drummond JA 2000. Recursos naturais, meio ambiente e desenvolvimento na Amazônia brasileira: um debate multidimensional. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, 6(suplemento): 1135-1177.
Drummond JA, Pereira MAP 2007. O Amapá nos tempos do manganês: um estudo sobre o desenvolvimento de um estado amazônico (1943-2000). Garamond, Rio de Janeiro, 500 pp.
Ferreira LV, Soares AS, Forline L 2005. Impactos ambientais e sociais da expansão da soja na Amazônia. In EB Andrade, A geopolítica da soja na Amazônia. Embrapa Amazônia Oriental/Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, p. 228-251.
Flora CB, Johnson S 1978. Discarding the distaff: new roles for rural women. In TR Ford, Rural U.S.A.: persistence and change. Iowa State University Press, Ames, p. 168-181.
Fonseca DR 2014. Estudos de História da Amazônia. Nova Rondônia, Porto Velho, 276 pp.
Fonseca DR 2017. As povoações do Rio Madeira e a origem de Porto Velho. Instituto Histórico e Geográfico de Rondônia, Porto Velho, 2017, 266 pp.
Foster JB 2005. A Ecologia de Marx: materialismo e natureza, Civilização Brasileira. Rio de Janeiro, 418 pp.
Gartrell JW 1983. Agricultural technology and agrarian community organization. In GF Summers, Technology and social change in rural areas. Westview Press, Boulder, p. 149-161.
Haller AO, Torrecilha RS, Haller MCP, Tourinho MM 2000. Os níveis de desenvolvimento socioeconômico da população da Amazônia brasileira – 1970 e 1980. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, 6(suplemento): 941-973.
Halpern JM 1967. A serbian village: social and cultural change in a Yugoslav community. Harper Colophon Books, New York, 359 pp.
Haney WG 1983. Farm family and the role of women. In GF Summers, Technology and social change in rural areas. Westview Press, Boulder, p. 179-196.
Hawley A 1986. Human Ecology: a theoretical essay. Chicago University Press, Chicago, 168 pp.
Hébette J, Marin RA 1979. Colonização para quem?. Naea/Ufpa, Belém, 173 pp.
Homma AKO 2003. História da agricultura na Amazônia: da era pré-colombiana ao terceiro milenio. Embrapa Informação Tecnológica, Brasília, 274 pp.
Homma AKO 2005. A expansão da soja na Amazônia: a repetição do modelo da pecuária? In EB Andrade, A geopolítica da soja na Amazônia. Embrapa Amazônia Oriental/Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, p. 90-126.
Ideflor-Bio 2009. Pesquisa Socioambiental na região Mamurú-Arapiuns, Pará - Relatório Técnico. Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará, Belém, 158 pp.
Ideflor-Bio 2017. Plano anual de outorga florestal do estado do Pará 2017. Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará, Belém, 44 pp.
Kohlhepp G 2015. Tipos de colonização agrária dirigida nas florestas brasileiras: exemplos históricos. Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science, 4(3): 102-121.
Larson OF 1978. Values and beliefs of rural people. In TR Ford, Rural U.S.A.: persistence and change. Iowa State University Press, Ames, p. 91-114.
Léna P, Oliveira AE 1992. Notas sobre expansão de fronteiras e desenvolvimento na Amazônia. In P Léna, AE Oliveira, Amazônia: a fronteira agrícola 20 anos depois. 2.ed. Cejup/Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, p. 9-20.
Lima RR, Tourinho MM, Costa JP 2001. Várzeas flúvio-marinhas da Amazônia brasileira: características e possibilidades agropecuárias. FCAP, Belém, 341 pp.
Loomis CP, Morales JO, Clifford RA, Leonard OE 1953. Turrialba: social systems and the introduction of change. Glencoe, Illinois, 288 pp.
Marin RA, Castro E 2004. No caminho de pedras de Abacatal: experiência social de grupos negros no Pará. 2.ed. Naea/Ufpa, Belém, 274 pp.
Mazur A 1983. Public protests against technological innovations. In GF Summers, Technology and social change in rural areas. Westview Press, Boulder, p. 29-50.
McGranahan DA 1983. Changes in the social and spatial structure of the rural community. In GF Summers, Technology and social change in rural areas. Westview Press, Boulder, p. 163-178.
Mello CCA 2013. Se houvesse equidade: a percepção dos grupos indígenas e ribeirinhos da região da Altamira sobre o Projeto da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Novos Cadernos NAEA, 16(1): 125-147.
Melo Júnior LCM 2016. Sistemas sociais comunitários e uso de recursos naturais: bases para políticas públicas e desenvolvimento territorial no estado do Pará. PhD Thesis, Universidade de Brasília, Brasília, 170 pp.
Melo Júnior LCM, Tourinho MM, Sayago DAV, Palha MDC 2013. Uso de recursos naturais por comunidades ribeirinhas amazônicas: bases para as políticas de concessões florestais. Novos Cadernos NAEA, 16(1): 79-100.
Menezes TCC 2009. Expansão da fronteira agropecuária e mobilização dos povos tradicionais no Sul do Amazonas. In AWB Almeida, Conflitos sociais no Complexo Madeira. Uea, Manaus, p. 231-248.
Moraes R 1987. Na planície amazónica. 7.ed. Itatiaia, Belo Horizonte, 201 pp.
Moreira E 1960. Amazônia: o conceito e a paisagem. Spevea, Rio de Janeiro, 74 pp.
Nahum JS, Castro IA 2013. Um capítulo da questão agrária na Amazônia: mineração e campesinato no município de Juruti-PA. In MGC Oliveira, Espaço, natureza e sociedade: olhares e perspectivas. UFPA, Belém, p. 13-30.
Nahum JS, Malcher ATC 2012. Dinâmicas territoriais do espaço agrário na Amazônia: a dendeicultura na microrregião de Tomé-Açu (PA). Confins, 16(16): 1-20.
Nobrega RS 2009. A luta anti-barragem em Rondônia: o caso dos Arara e dos Gavião. In AWB Almeida, Conflitos sociais no Complexo Madeira. Uea, Manaus, p. 69-98.
Oliveira AE 1983. Ocupação humana. In E Salati, Amazônia: desenvolvimento, integração e ecologia. Brasiliense, São Paulo, p. 144-327.
Palha MDC, Tourinho MM 2009. Religiosidade e racionalismo ambiental no estuário do rio Amazonas. In JRV Gama, MDC Palha, SEM Santos, A natureza e os ribeirinhos. Ufra, Belém, p. 15-26.
Pasquis R 2005. Causas e consequências do avanço da soja na Amazônia Legal: elaborando a árvore causal. In EB Andrade, A geopolítica da soja na Amazônia. Embrapa Amazônia Oriental/Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, p. 175-214.
Pereira MS, Witkoski AC 2012. Construção de paisagem, espaço e lugar na várzea do rio Solimões-Amazonas. Novos Cadernos NAEA, 15(1): 273-290.
Picolli F 2006. O capital e a devastação da Amazônia. Expressão Popular, São Paulo, 255 pp.
Pinto LF 2012. De Tucuruí a Belo Monte: a história avança mesmo? Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Ciênc. hum., 7(3): p.777-782.
Roosevelt A 1991. Determinismo ecológico na interpretação do desenvolvimento indígena na Amazônia. In W Neves, Origens, adaptações e diversidade biológica do homem nativo da Amazônia. Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, p. 103-141.
Schmink M, Wood CH 2012. Conflitos sociais e a formação da Amazônia. UFPA, Belém, 489 pp.
Shirley RW 1971. The end of tradition: culture change and development in the município of Cunha, São Paulo, Brazil. Columbia University Press, New York, 304 pp.
Silva AC 2007. As mudanças nas comunidades rurais Montanha e Curuperê a partir da implantação do complexo industrial de Barcarena. In A Mathis, MC Coelho, L Simoniam, E Castro, Poder local e mudanças socioambientais. Naea/Ufpa, Belém, p. 277-300.
Smith NJ 1977. O modelo brasileiro de assentamento na rodovia Transamazônica: agrovilas, agrópolis e rurópolis. Cadernos NAEA, 4(1): 71-79.
Souza KT 2009. Os povos indígenas e o complexo hidrelétrico Madeira: uma análise etnográfica das contradições do processo de implementação das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau. In AWB Almeida, Conflitos sociais no Complexo Madeira. Uea, Manaus, p. 99-124.
Stockinger G 2001. A reestruturação de relações tradicionais na Amazônia numa era de modernização forçada (1960 - 1980). In MJJ Costa, Sociologia na Amazônia: debates teóricos e experiências de pesquisa. UFPA, Belém, p. 105-140.
Tocantins L 1988. O Rio comanda a vida: uma interpretação da Amazônia. 8.ed. Record, Rio de Janeiro, 284 pp.
Tourinho MM 1996. Potencialidades econômicas das várzeas da Amazônia. In I Workshop sobre as potencialidades de uso do ecossistema de várzeas na Amazônia, Embrapa, Boa Vista p. 9-16.
Tourinho MM 2007. Manejo Comunitário: complexidade além dos recursos (A Teoria Geral dos Sistemas (Bertalanffy, 1968) e a Teoria dos Sistemas Sociais (Parsons, 1951) como ferramentas para trabalhar o manejo comunitário dos recursos naturais). In Seminário Água e Meio Ambiente na Amazônia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, p. 81-87.
Tourinho MM, Mattar PN, Aviz MAB, Mattar RMVC 2014a. A área de influência socioambiental. In MM Tourinho, JRV Gama, MDC Palha, SEM Santos, PN Mattar, Mamuru-Arapiuns: uma região amazônica em disputa. Ufra, Belém, p. 53-65.
Tourinho MM, Palha MDC, Melo Júnior LCM, Silva JCR 2014b. Transformação na ordem sociometabólica do capital: teoria e práxis extensionista em comunidades agrárias do município de Colares, Pará, Amazônia Oriental. Revista Brasileira de Extensão Universitária, 5(1): 27-36.
Velho OG 2013. Frentes de expansão e estrutura agrária: estudo do processo de penetração numa área da Transamazônica. Uea, Manaus, 178 pp.
Wagley C 1957. Uma comunidade amazônica: estudo do homem nos trópicos. Companhia Editora Nacional, São Paulo, 316 pp.
Wilkening EA, Klessig L 1978. The rural environment: quality and conflicts in land use. In TR Ford, Rural U.S.A.: persistence and change. Iowa State University Press, Ames, p. 19-36.
Wilkinson KP 1978. Rural community change. In TR Ford, Rural U.S.A.: persistence and change. Iowa State University Press, Ames, p. 115-124.

Downloads

Publicado

2018-05-11

Como Citar

MELO JÚNIOR, Luiz Cláudio Moreira; SAYAGO, Doris Aleida Villamizar; TOURINHO, Manoel Malheiros. Comunidades Ribeirinhas Amazônicas: dinâmicas territoriais em questão. Fronteira: Journal of Social, Technological and Environmental Science, [S. l.], v. 7, n. 1, p. 265–287, 2018. DOI: 10.21664/2238-8869.2018v7i1.p265-287. Disponível em: https://periodicos.unievangelica.edu.br/index.php/fronteiras/article/view/2946. Acesso em: 24 nov. 2024.