Transformação da Paisagem nas Serranias do Tinguá e Arredores da Baía de Guanabara: História Ambiental, Biodiversidade e Recursos Hídricos
DOI:
https://doi.org/10.21664/2238-8869.2022v11i4.p113-133Palabras clave:
história da paisagem, recursos hídricos, serviços ecossistêmicos, Mata AtlânticaResumen
A paisagem do estado do Rio de Janeiro é constituída por extensas áreas de planícies, drenadas e permeadas por montanhas, como a Serra do Tinguá. Recoberta por Floresta Ombrófila Densa, assim como seus arredores, sua cobertura transfigura-se desde o século XVI: da agromanufatura açucareira até a expansão urbana contemporânea. O número de nascentes que ali se encontram contribui para algumas das principais bacias hidrográficas do estado, cujos mananciais são responsáveis pela configuração espacial histórica da área. Objetiva-se elaborar, à luz da história ambiental, um diagnóstico onde a Reserva Biológica do Tinguá (REBIO) constitui-se como elemento imperioso da paisagem, na oferta e configuração de vários serviços, especialmente à população da Baixada Fluminense. A avaliação da transformação da paisagem valeu-se de fontes documentais e bibliográficas, bem como de coleções de herbário disponíveis no INCT Herbário Virtual da Flora e dos Fungos. Atualmente, a cobertura florestal encontra-se reduzida a 44% no município de Nova Iguaçu. Considerando os últimos 35 anos, as terras utilizadas na agropecuária foram reduzidas a 29,66%, enquanto as edificadas aumentaram e totalizam 25,23%. O crescimento da população urbana e a fragilização dos mecanismos de fiscalização das áreas florestadas ameaçam a fauna e a flora locais, bem como as nascentes e os cursos d’água que compõem sua microbacia. A REBIO é responsável pela centralidade da região na produção e abastecimento d’água, além de outros serviços ambientais. O estudo reconhece a necessidade explícita de um olhar complexo sobre a paisagem, em sua perspectiva espaço-temporal. A compreensão dos elementos estruturais, assim como medidas estruturantes na paisagem, só é viável sob perspectivas múltiplas. Precipuamente sob este entendimento é possível elaborar diagnósticos, prognósticos e proposições orientados a ações de mitigação dos problemas ambientais, subsídios a políticas públicas e acesso ao patrimônio ambiental, cultural e histórico, que assegurem a promoção da qualidade de vida da sociedade.
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