Tecnologia, Saneamento Rural e Sustentabilidade: Esgotamento Sanitário no Programa Moradia Camponesa

Autores/as

  • Sara Duarte Sacho Universidade Federal de Goiás
  • Fausto Miziara Universidade Federal de Goiás
  • Karla Emmanuela Ribeiro Hora Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.21664/2238-8869.2021v10i3.p39-50

Palabras clave:

saneamento, habitação, rural, programa moradia camponesa, esgotamento sanitário

Resumen

Diante da longa trajetória de invisibilidade das regiões rurais nas políticas públicas em habitação e saneamento no país, esta pesquisa tem como pergunta central: como o saneamento é tratado nos programas de habitação de interesse social em regiões rurais? A discussão é desenvolvida a partir de um estudo de caso da experiência com o Programa Moradia Camponesa (PMC), no âmbito do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) nos municípios de Silvânia e Vianópolis em Goiás, com revisão bibliográfica; observação participante na agenda MCP de saneamento rural; levantamento e análise documental; e realização de entrevistas semiestruturadas com os atores envolvidos na implementação do programa.  Foi verificado que a incorporação de modelos urbanos nas zonas rurais acontece desde a estrutura, burocracia e operacionalização do programa, herdados das experiências com os programas habitacionais urbanos. A temática do saneamento é tratada de forma secundária no planejamento da habitação sob a ótica da política pública. Apesar de culminarem no mesmo objeto, a moradia, as políticas públicas em habitação de interesse social e saneamento básico seguem fragmentadas em programas e iniciativas nas regiões rurais.

Biografía del autor/a

Sara Duarte Sacho, Universidade Federal de Goiás

Mestre em Ciências Ambientais pela Universidade Federal de Goiás – CIAMB/UFG

Fausto Miziara, Universidade Federal de Goiás

Professor titular da Universidade Federal de Goiás. Possui graduação em Sociologia pela Universidade de Brasília (1996), mestrado em Sociologia pela Universidade de Brasília (1989) e doutorado em Sociologia pela Universidade de Brasília (1995). Atualmente é. Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia Rural e Sociologia Ambiental. Os principais temas de pesquisa que desenvolve atualmente estão articulados com a expansão da Fronteira Agrícola.

Docente no Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais - CIAMB/UFG

Karla Emmanuela Ribeiro Hora, Universidade Federal de Goiás

Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2001), mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Goiás (2003) e doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento pela Universidade Federal do Paraná (2009). É professora adjunto IV da Universidade Federal de Goiás. Tem experiência na área de Planejamento Urbano e Ambiental, com ênfase gestão de recursos hídricos e saneamento ambiental. Atuou com políticas de gênero na reforma agrária e agricultura familiar. Desenvolve pesquisas sobre: "Saneamento Ambiental, Recursos Hídricos na RMG"; "Eficiência Energética em Edifícios Públicos de Goiânia", "Políticas Públicas, Gênero e Desenvolvimento rural". Assumiu a coordenação do Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da EEC/UFG em dois mandatos e foi sub-coordenadora do Curso de Engenharia Civil da EECA/UFG. Atuou em funções de direção e técnica na administração pública nas áreas de: planejamento urbano ambiental e gestão em saneamento ambiental. Exerceu a função de Diretora de Políticas para Mulheres do Ministério do Desenvolvimento Agrário (10/2012-03/2015), foi sub-coordenadora do Programa de Mestrado em Engenharia do Meio Ambeinte (PPGEMA/EEC/UFG). Trabalhos Técnicos Relevantes: Planejamento Territorial e Ambiental de Assentamentos Rurais; Gênero e Reforma Agrária; Licenciamento Ambiental e Reforma Agrária; Habitação Rural; Políticas Públicas de Gênero no Mercosul; Plano Diretor e Agenda 21 Goiânia.

Docente no Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais - CIAMB/UFG

Citas

Anramovay R, 2013. Agricultura familiar e capitalismo no campo. In: STEDILE, Joao Pedro (org.). A questão agrária no Brasil: o debate na década de 1990. Editora Expressão Popular, 2° Edição, São Paulo, p. 111-124.
Agencia Nacional de Habitação – AGEHAB, 2014. Estatuto Social. Disponível em http://www.sgc.goias.gov.br/upload/arquivos/2012-11/estatuto.pdf. Acesso em janeiro de 2018. Agencia Goiana de Habitação. Goiânia.
Alves SA, Costa CL, 2012. Resistir na terra : a luta pela moradia camponesa no Movimento Camponês Popular. XXI Encontro Nacional de Geografia Agrária – Territórios em Disputa: os desafios da Geografia Agraria nas contradições de desenvolvimento brasileiro. Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia, 12 pp.
Antunes MCA, 2002. A produção habitacional solidária: o processo participativo na organização do espaço urbano e na produção da moradia através de procedimentos autogestionários. Tese (Doutorado). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo. São Paulo, 172 pp.
Bonduki NG, 1994. Origens da habitação social no Brasil. Análise social, vol. 29, n. 127. Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, p. 711-732.
Borges BG, 2005. Goiás nos quadros da economia nacional: 1930 – 1960. Editora UFG. Goiânia, 172 pp.
Heller L, 2009. A pesquisa em saneamento básico. Desafios do Desenvolvimento, IPEA. Ano 6, n. 53, 62 pp.
Hochman G, 2012. A era do saneamento - As bases da política de Saúde Pública no Brasil. 3° Edição. Hucitec Editora. São Paulo, 261 pp.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, 2006. Censo Agropecuário 2006. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Rio de Janeiro.
Maricato E, 1987. A política habitacional no regime militar. Do milagre brasileiro a crise econômica. Editora Vozes. Petrópolis, 46 pp.
Martins JS, 1994. O poder do atraso: ensaios de sociologia da história lenta. Editora Hucitec. São Paulo, 174 pp.
Mejia A; Castillo O, Vera R, 2016. Agua potable y saneamiento en la nueva ruralidad de América Latina. Serie Agua para el desarrollo. Corporación Andina de Fomento, Panamericana Formas e Impresos. Bogotá, 500 pp.
Movimento Camponês Popular – MCP, 2011. O Movimento Camponês Popular e a luta por Moradia Camponesa. Caderno Pedagógico. Catalão,60 pp.
Rizek CS, Barros J, Bergamim MA, 2013. Produção habitacional por mutirões autogeridos – Construindo algumas questões. Revista Brasileira de estudos urbanos e regionais. Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional. vol. 5, n. 1. Recife, 20 pp.
Sauer S, 2008. Agricultura familiar versus agronegócio: a dinâmica sociopolítica do campo brasileiro. Embrapa Informação Tecnológica. Texto para discussão 30. Brasília, 81 pp.
Silva CM, 2014. Habitação Rural: uma luta por cidadania. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo). Faculdade de Arquitetura e urbanismo. Universidade de São Paulo. 152 pp.
Silva JG, 2013. O desenvolvimento do capitalismo no campo brasileiro e a reforma agrária. In: Stédile JP (org). A questão agrária no Brasil: o debate na década de 1990. Editora Expressão Popular, 2° Edição, p. 163-170.
Tavares SF, 2011. Análise da organização coletiva no processo de construção da habitação social rural. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Grupo de Pesquisa em Habitação e Sustentabilidade. Universidade de São Paulo. 219 pp.
Teixeira JB, 2011. Saneamento Rural no Brasil. In: REZENDE, S. C. (org.). Cadernos temáticos para o Panorama do Saneamento Básico no Brasil. Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. p. 220-279.
Thomaz Jr A, 2013. Territórios em disputa e movimento territorial do trabalho e da classe trabalhadora. Revista Pegada, v. 14, n. 2, 24 pp.

Publicado

2021-12-28

Cómo citar

SACHO, Sara Duarte; MIZIARA, Fausto; HORA, Karla Emmanuela Ribeiro. Tecnologia, Saneamento Rural e Sustentabilidade: Esgotamento Sanitário no Programa Moradia Camponesa. Fronteira: Journal of Social, Technological and Environmental Science, [S. l.], v. 10, n. 3, p. 39–50, 2021. DOI: 10.21664/2238-8869.2021v10i3.p39-50. Disponível em: https://periodicos.unievangelica.edu.br/index.php/fronteiras/article/view/3196. Acesso em: 24 nov. 2024.