Conexões Ecológicas no Paleoterritório do Café

Autores/as

  • Adi Estela Lazos Ruíz Universidad Nacional Autónoma de México, UNAM, México.
  • Herbert Serafim Freitas Instituto de Biociências-USP, IBUSP, Brasil.
  • Rafael da Silva Nunes Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-RIO, Brasil.
  • Rogério Ribeiro de Oliveira Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-Rio, Brasil.
  • Sergio Guevara Sada Instituto de Ecología A.C., INECOL, México.

DOI:

https://doi.org/10.21664/2238-8869.2018v7i3.p100-122

Palabras clave:

Paleoterritório, Café, Vale do Paraíba, História Ambiental

Resumen

A produção de café no Brasil durante o século XIX foi uma das maiores alavancas para a economia da época. As terras do Vale do Rio Paraíba do Sul foram pródigas produtoras por um intenso, mas breve período de tempo. Essa etapa histórica, com seus processos bióticos e abióticos, deixou marcas na paisagem até hoje. O objetivo desse trabalho é analisar o paleoterritório do café sob a ótica da dinâmica ecológica. Utilizou-se a revisão literária, o índice de circularidade e entrevistas a habitantes locais. Algumas conclusões são que a) é necessário arborizar as pastagens e as cercas vivas para aumentar a conetividade ecológica; b) há uma rápida perda de conhecimento etnoecológico que precisa ser documentado e reavivado; c) é importante aprender as lições da história ambiental do Vale do Paraíba, pensando naquelas áreas que estão sendo utilizadas para plantio do café sob sol no Brasil e em outros países tropicais.

Biografía del autor/a

Adi Estela Lazos Ruíz, Universidad Nacional Autónoma de México, UNAM, México.

Doutorado em Biodiversidad: Conservación y gestión pela Universidad de Alicante, UA, Espanha. Centro de Investigaciones en Geografía Ambiental (CIGA), UNAM, México.

Herbert Serafim Freitas, Instituto de Biociências-USP, IBUSP, Brasil.

Mestrado em Ciência Biológicas (Botânica) pelo Instituto de Biociências-USP, IBUSP, Brasil.

Rafael da Silva Nunes, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-RIO, Brasil.

Doutorado em andamento em Geografia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-RIO, Brasil. Mestrado em Geografia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-Rio, Brasil.

Rogério Ribeiro de Oliveira, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-Rio, Brasil.

Doutorado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Brasil. Docente na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-Rio, Brasil.

Sergio Guevara Sada, Instituto de Ecología A.C., INECOL, México.

Doutor em Ecología pelo Instituto de Botánica Ecológica de la Universidad de Uppsala, UU, Suécia. Pesquisador do Instituto de Ecología A.C., INECOL, México.

Citas

Almeida F, Carneiro C 1998. Origem e evolução da Serra do Mar. Revista Brasileira de Geociências 28(2):135-150.

ANA (Agência Nacional das Águas) [homepage on the internet]. Bacia do Rio Paraíba do Sul, Livro da Bacia [updated 2001; cited 2017 Oct 28]. Available from: http://arquivos.ana.gov.br/institucional/ sge/cedoc/catalogo/2001/baciadorioparaibadosul.pdf.

Arguello F, Batista G, Ponzoni F, Dias N 2010. Distribuição espacial de plantios de eucalipto no trecho paulista da bacia hidrográfica Rio Paraíba do Sul, SP, Brasil. Revista Ambiente e Água 5(3):133-146.

Bastos E, Araújo A, Silva H 2005. Records of the rattlesnakes Crotalus durissus terrificus (Laurenti) (Serpentes, Viperidae) in the State of Rio de Janeiro, Brazil: a possible case of invasion facilitated by deforestation. Revista Brasileira de Zoologia 22(3):812-815.

Cabral D 2014. ‘O Brasil é um grande formigueiro’: território, ecologia e a história ambiental da América portuguesa, parte 1. HALAC Belo Horizonte 3(2):467-489.

Campassi F 2006. Padrões geográficos das síndromes de dispersão e características dos frutos de espécies arbustivo-arbóreas em comunidades vegetais da Mata Atlântica. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 84 pp.

CEIVAP (Comitê para Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul) 2001 Proposta de uma Metodologia para a Fase Inicial de Cobrança na Bacia do Paraíba do Sul (de acordo com as deliberações da reunião de Câmaras Técnicas do CEIVAP de 07/03/2001). Resende, Rio de Janeiro.

Cunha A 1844. Arte da cultura e preparação do café. Typographia Universal de Laemmert, Rio de Janeiro, 112 pp.
Chazdon R 2016. Renascimento de florestas. Regeneração na era do desmatamento. Oficina de Textos, São Paulo, 432 pp.

Dantas M, Netto A 1996. Resultantes geo-hidroecológicas do ciclo cafeeiro (1780-1880) no médio Vale do Rio Paraíba do Sul: uma análise quali-quantitativa. Anuário do Instituto de Geociências 19:61-78.

Dean W 1996. A ferro e fogo. Companhia das Letras, São Paulo, 484 pp.

Dias-Filho M 2006. Competição e sucessão vegetal em pastagens. Embrapa Amazônia Oriental, Belém, 38 pp.
Drummond J 1997. Devastação e preservação ambiental. Os parque nacionais do Estado do Rio de Janeiro. Universidade Federal Fluminense, Niteroi, 306 pp.

Dutra M 1893. Livro do Lavrador. Livraria do Povo, Rio de Janeiro, 478 pp.

Fernandes A 2016. O sertão virou parque: Natureza, cultura e processos de patrimonialização. Estudos Históricos 29(57):129-148.

Ferreira P 2007. A biologia e a geografia do Vale do Paraíba. Trecho paulista. Instituto Ecológico e de Proteção aos Animais, São José dos Campos, 192 pp.

Freitas H 2010. Caracterização florística e estrutural do componente arbóreo de três fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual da região leste do Vale do Paraíba, SP.. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, São Paulo, 204 pp.

Gama Filho JS 1865. Configuração e descripção de todos os órgãos fundamentaes das principaes madeiras de cerne e brancas da provincia do Rio de Janeiro e suas applicações na engenharia, industria, medicina e artes com uma tabella de pesos específicos. Typographia Economica de J.J. Fontes, Rio de Janeiro, 127 pp.

Guevara S, Laborde J, Sánchez G 2005. Los árboles que la selva dejó atrás. Interciencia 30(10):595-601.

Guevara S, Moreno P 2008. El dilema de los recursos naturales: La ganadería en el Trópico de México. Guaraguao 12(29):9-23.

Guevara S, Moreno P, Escamilla B, Lazos A 2016. Manual de buenas prácticas rurales. Xalapa, INECOL-ITTO-CONAFOR-INECC, Xalapa, 58 pp.

Hobbs R, Higgs E, Hall C 2013. Novel Ecosystems. Intervening in the new ecological world order. Wiley-Blackwell, Oxford, 368 pp.

IUCNredlist.org [homepage on the internet]. The IUCN Red List of Threatened Species 2018. [Cited 2018 March 1]. Available from: http://www.iucnredlist.org/search.

Jha S, Bacon C, Philpott S, Méndez E, Läderach P, Rice R 2014. Shade Coffee: Update on a Disappearing Refuge for Biodiversity. BioScience 65(5):416-428.

Junior G, Marson A, Solera D 2012. Os eucaliptos no Vale do Paraíba paulista: aspectos geográficos e históricos. Revista Geonorte 1(4):221-237.

Laborie P 1797. Coffee planter of Santo Domingo, The Strand, London, 145 pp.

Lazos A, Moreno-Casasola P, Guevara S, Gallardo C, Galante E 2016. El uso de los árboles en Jamapa, tradiciones en un territorio deforestado. Madera y Bosques 22(1):17-36.

Machado A, Drummond G, Paglia A 2008. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, Vol. II. MMA, Brasília, DF, 1420 pp.

Marques A 2008. Termitofauna associada a pastagens cultivadas: parâmetros para sua utilização como indicador ecológico na pecuária. Dissertação de Mestrado, Universidade do Estado de Mato Grosso, Cáceres, 51 pp.
Marquese R 2008. Diáspora africana, escravidão e a paisagem da cafeicultura no Vale do Paraíba oitocentista. Almanack brasiliense 7:138-152.

MEA (Millenium Ecosystem Assessment) 2005. Ecosystems and Human Well-being: Wetlands and Water. World Resour¬ces Institute, Washington, D.C., 68 pp.

Metzger J. 2001. O que é ecologia de paisagens? Biota Neotropica 1(1):1-9.

Moguel P, Toledo V 1999. Biodiversity Conservation in Traditional Coffee Plantations of Mexico. Conservation Biology 13(1):11-21.

Monzote R 2013. O Grande Caribe: das plantações ao turismo. In C Leal, J Pádua, J Soluri, Novas Histórias Ambientais da América Latina e do Caribe. Rachel Carson Center Perspectives, Munich, p. 17-24.

Nascimento J, Campos I 2011. Atlas da fauna brasileira ameaçada de extinção em unidades de conservação federais. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Icmbio, Brasília, 276 pp.

Nascimento M, Soares V, Ribeiro C, Silva E 2006. Mapeamento dos fragmentos de vegetação florestal nativa da bacia hidrográfica do Rio Alegre, Espírito Santo, a partir de imagens do satélite Ikonos II. Revista Árvore 30(3):389-398.

Oliveira R 2007. Mata Atlântica, paleoterritórios e história ambiental. Ambiente e sociedade 10(2):11-23.

Oliveira R, Solórzano A 2014. Três hipóteses ligadas à dimensão humana da biodiversidade da Mata Atlântica. Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science 3(2):80-95.

Perón A, Evangelista A 2004. Degradação de pastagens em regiões de Cerrado. Ciência e Agrotecnologia 28(3):655-661.

Prado Junior C 2006. História Econômica do Brasil. Brasiliense, São Paulo, 280 pp.

RBMA. Reserva da Biosfera Mata Atlântica [homepage on the internet]. São Paulo: Texto Síntese. A Mata Atlântica [cited 2016 Oct 1]. Available from: http://www.rbma.org.br.

Rice R 1996. Sun versus Shade Coffee: Trends and Consequences. Seminar of Coffee and the Environment. International Coffee Organization, London, 14 pp.

Serafim H, Ienne S, Cicchi P, Jim J 2008 Anurofauna de remanescentes de floresta Atlântica do município de São José do Barreiro, estado de São Paulo, Brasil. Biota Neotropica 8(2):69-78.

Silva A 1989. Composição florística e estrutura fitosociológica do estrato arbóreo da reserva Florestal Prof. Augusto Ruschi, São José dos Campos, SP. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 162 pp.

Silva S 2014. Quilombos no Brasil: a memória como forma de reinvenção da identidade e territorialidade negra. In R Lomba, K Rangel, G Silva, M Silva, Conflito, territorialidade e desenvolvimento: algumas reflexões sobre o campo amapaense. UFGD, Dourados, p. 13-39.

SOS Mata Atlântica 2016. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica, período 2015-2016. Relatório técnico. INPE, São Paulo, 69 pp.

Stein S 1961. Grandeza e decadência do café no Vale do Paraíba, com referência especial ao município de Vassouras. Brasiliense, São Paulo, 372 pp.

Tabarelli M, Aguiar A, Ribeiro M, Metzger J, Peres C 2010. Prospects for biodiversity conservation in the Atlantic Forest: Lessons from aging human-modified landscapes. Biological Conservation 143:2328-2340.

Taunay A 1939. Pequena história do café no Brasil, Departamento Nacional do Café, Rio de Janeiro, 644 pp. Disponível em: http://www.fundar.org.br/bbb/index.php/project/pequena-historia-do-cafe-no-brasil-visconde-de-taunay/.
Valério J 2006. Cupins-de-montículo em pastagens. Embrapa Gado de Corte, Campo Grande.

Vance E, Loehle C, Wigley B, Weatherford P 2014. Scientific basis for sustainable management of Eucalyptus and Populus as short-rotation woody crops in the U.S. Forests 5:901-918.

Vasconcelos P 1992. Fitossociologia de uma vegetação em sucessão secundária no Vale do Paraiba, São Paulo. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 116 pp.

Vela F 2008. Un acto metodológico básico de la investigación social: la entrevista cualitativa. In M Tarrés. Observar, escuchar y comprender sobre la tradición cualitativa de la investigación social. FLACSO, El Colegio de México, Miguel Ángel Porrúa, Distrito Federal, p. 63-92.

Viana M 2004. O eucalipto e os efeitos ambientais do seu plantio em escala. Biblioteca Digital da Câmera dos Deputados, Brasília. Disponível em: http://bd.camara.gov.br/bd/handle/bdcamara/1162.

Werneck L 1878. Memoria sobre a fundação e costeio de uma fazenda na província do Rio de Janeiro. Eduardo & Henrique Laemmert, Rio de Janeiro, 377 pp.

Zanchi C 1896. O cafe´Esboço monográphico sobre sua origem, cultura, usos dietéticos, etc.. Typographia King, São Paulo, 100 pp

Publicado

2018-12-24

Cómo citar

LAZOS RUÍZ, Adi Estela; FREITAS, Herbert Serafim; NUNES, Rafael da Silva; DE OLIVEIRA, Rogério Ribeiro; SADA, Sergio Guevara. Conexões Ecológicas no Paleoterritório do Café. Fronteira: Journal of Social, Technological and Environmental Science, [S. l.], v. 7, n. 3, p. 100–122, 2018. DOI: 10.21664/2238-8869.2018v7i3.p100-122. Disponível em: https://periodicos.unievangelica.edu.br/index.php/fronteiras/article/view/2858. Acesso em: 4 dic. 2024.

Número

Sección

Dossiê - História e Natureza na América Latina