Tornar-se Pai ou Mãe: O desenvolvimento do processo parental
DOI:
https://doi.org/10.21664/2238-8869.2017v6i4.p146-161Resumen
De entre as transições que o sistema familiar enfrenta, a transição para a parentalidade é considerada como uma das mais dramáticas e intensas. Acresce complexificação ao sistema familiar e requer reorganização de identidades e papéis. Este estudo procurou compreender como se desenvolve a transição para o exercício da parentalidade durante o primeiro ano de vida da criança, através do recurso à Grounded Theory e entrevistas semiestruturadas (total de 75), complementadas com observação, em cinco momentos de colheita de dados. A teoria explicativa emergente evidencia o tornar-se pai ou mãe como complexo processo de transformação identitária que ocorre em contínua interação com múltiplos sistemas interrelacionados e sobreleva a temporalidade da condição parental. A metodologia adotada no estudo possibilitou a compreensão da natureza psicossocial do fenómeno parentalidade, produzindo conhecimento que se constitui como ponto de reflexão e sensibilização para a mudança e inovação dos contextos de prática de enfermagem com famílias.Citas
Alstveit M, Severinsson E, Karlsen B 2015. Health resources and strategies among employed women in Norway during pregnancy and early motherhood. Nurs Res Pract 2015.
Badinter, E 2010. O conflito, a mulher e a mãe. Relógio d’ Água, Rio de Janeiro, 176 pp.
Bernardi D 2017. Paternidade e cuidado: “novos conceitos”, velhos discursos. Psicologia Revista 26(1):59-80.
Borsa JC, Nunes MLT 2011. Aspectos psicossociais da parentalidade: o papel de homens e mulheres na família nuclear. Psicologia Argumento 29(64):31-39.
Castellano R, Velotti P, Crowell JA, Zavattini GC 2014. The role of parents’ attachment configurations at childbirth on marital satisfaction and conflict strategies. J Child Fam Stud 23(6):1011-1026.
Castoldi L, Gonçalves TR, Lopes RCS 2014. Envolvimento paterno da gestação ao primeiro ano de vida do bebê. Psicol Est 19(2):247-259.
Corbin J, Strauss A 2014. Basics of qualitative research. Techniques and procedures for developing grounded theory. 4th ed. Sage Publications, London, 456 pp.
Cúnico SD, Arpini DM 2013. A família em mudanças: desafios para a paternidade contemporânea. Pensando Famílias 17(1):28-40.
Dessen MA, Oliveira MR 2013. Envolvimento paterno durante o nascimento dos filhos: Pai “real” e “ideal” na perspetiva materna. Psicologia: Reflexão e Crítica 26(1):184-192.
Dew J, Wilcox WB 2011. If momma ain’t happy: Explaining declines in marital satisfaction among new mothers. J Marriage Fam 73:1-12.
Doss BD, Rhoades GK 2017. The transition to parenthood: Impact on couples’ romantic relationships. Curr Opin Psychol urrent 13:25-28.
Gauthier PD, deMontigny F 2013. Conceiving a first child: fathers’ perceptions of contributing elements to their decision. J Reprod Infant Psychol 31(1):274-284.
Glabe AC, Bean RA, Vira R 2005. A prime time for marital/relational intervention: a review of the transition to parenthood literature with treatment recommendations. Am J Fam Ther 33(4):319-336.
Gouveia PRR, Pires MRT, Hipólito JEJ 2015. O novo ciclo familiar após o nascimento do primeiro filho. Psique 21:135-160.
Grice MM, Feda D, McGovern, Alexander BH, McCaffrey D, Ukestad L 2007. Giving birth and returning towork: the impact of work-family conflict on women’s health after childbirth. Ann Epidemiol 17(10):791-798.
Habib C 2012. The transition to fatherhood: A literature review exploring paternal involvement with identity theory. J Fam Stud 18(2-3):103-120.
Hamelin-Brabant L, deMontigny F, Roch G 2015. Perinatal vulnerability and social-support during the postnatal period: A review of the literature. Sante Publique 27(1):27-37.
Hidalgo MV, Menéndez S 2009. Apoyo a las familias durante el proceso de transición a la maternidad y la paternidad. Familia 38:133-152.
Jablonski B 2010. A divisão de tarefas domésticas entre homens e mulheres no cotidiano do Casamento. Psicologia Ciência e Profissão 30(2):262-275.
Johnston D, Swanson D 2006. Constructing the “good mother”: The experience of mothering ideologies by work status. Sex Roles 54(7-8):509-519.
Katz-Wise S, Priess H, Hyde J 2010. Gender-role attitudes and behaviour across the transition to parenthood. Dev Psychol 46(1):18-28.
Kluwer ES 2010. From partnership to parenthood: a review of marital change across the transition to parenthood. J Fam Theory Rev 2(2):105-125.
Kornrich S, Brines J, Leupp K 2013. Egalitarianism, house-work, and sexual frequency in marriage. Am Sociol Rev 78(1):26-50.
Longworth HL, Kingdon CK 2011. Fathers in the birth room: what are they expecting and experiencing? A phenomenological study. Midwifery 27(5):588-594.
Lopes RCS, Menezes CC 2007. Relação conjugal na transição para a parentalidade: da gestação ao segundo ano de vida do bebê. Psico-USF 12(1):83-93.
McGovern P, Dowd B, Gjerdingen D 2007. Mothers’ health and work-related factors at 11 weeks postpartum. Ann Fam Med 5(6):519-527.
McLeish J, Redshaw M 2015. Peer support during pregnancy and early parenthood: A qualitative study of models and perceptions. BMC Pregnancy Childbirth 15:257.
Meleis AH 2010. Transitions theory: middle range and situation specific theories in nursing research and practice, Springer Publishing Company, New York, 664 pp.
Miller T 2011. Falling back into gender? Men’s narratives and practices around first-time fatherhood. Sociol 45(6):1094-1109.
Mrayan L, Cornish F, Dhungana N, Parfitt B 2016. Transition to parenthood during the transition to modernity in Jordan: new parents’ views on family and healthcare support systems. Appl Nurs Res 32:139-143.
Narvaz MG, Koller SH 2006. Famílias e patriarcado: da prescrição normativa à subversão criativa. Psicologia & Sociedade 18(1):49-55.
Ngai F-W, Chan SC 2011. Psychosocial factors and maternal wellbeing: An explanatory path analysis. Int J Nurs Stud 48(6):725-731.
Ngai F-W, Ngu S-F 2013. Quality of life during the transition to parenthood in Hong Kong: a longitudinal study. J Psychosom Obstet Gynaecol 34(4):157-162.
Nichols MR, Roux GM 2004. Maternal perspectives on postpartum return to the workplace. Obstet Gynecol Neonatal Nurs 33(4):463-471.
Papalia DE, Olds SW 2013. Desenvolvimento humano. 12a ed. McGraw-Hill, São Paulo, 800 pp.
Poh HL, Koh SSL, He HG 2014. An integrative review of fathers’ experiences during pregnancy and childbirth. Int Nurs Rev 61(4):543-554.
Rocha-Coutinho M 2015. Investimento da mulher no mercado de trabalho: repercussões na família e nas relações de gênero. In T Féres-Carneiro, Família e casal: parentalidade e filiação em diferentes contextos, Prospectiva & PUC-Rio, Rio de Janeiro, p. 103-118.
Sallés C, Ger S 2011. Las competencias parentales en la familia contemporánea: descripción, promoción y evaluación. Educación Social 49:25-47.
Spiteri G, Xuereb RB 2012. Going back to work after childbirth: women’s lived experiences. J Reprod Infant Psychol 30(2):201-216.
Stern DN 1997. A constelação da maternidade: o panorama da psicoterapia pais/bebê. Artes Médicas, Porto Alegre, 212 pp.
Valarino I, Gauthier J-A 2016. Paternity leave implementation in Switzerland: a challenge to gendered representations and practices of fatherhood? Community Work Fam 19(1):1-20.
Wall G, Arnold S 2007. How involved is involved fathering? An exploration of the contemporary culture of fatherhood. Gend Soc 21(4):508-527.
Winnicott DW 2013. Os bebês e suas mães. 4a ed. Martins Fontes, São Paulo, 98 pp.
Zerach G, Magal O 2016. Exposure to stress during childbirth, dyadic adjustment, partner’s resilience, and psychological distress among first-time fathers. Psychol Men Masc 18(2):123-133.
Badinter, E 2010. O conflito, a mulher e a mãe. Relógio d’ Água, Rio de Janeiro, 176 pp.
Bernardi D 2017. Paternidade e cuidado: “novos conceitos”, velhos discursos. Psicologia Revista 26(1):59-80.
Borsa JC, Nunes MLT 2011. Aspectos psicossociais da parentalidade: o papel de homens e mulheres na família nuclear. Psicologia Argumento 29(64):31-39.
Castellano R, Velotti P, Crowell JA, Zavattini GC 2014. The role of parents’ attachment configurations at childbirth on marital satisfaction and conflict strategies. J Child Fam Stud 23(6):1011-1026.
Castoldi L, Gonçalves TR, Lopes RCS 2014. Envolvimento paterno da gestação ao primeiro ano de vida do bebê. Psicol Est 19(2):247-259.
Corbin J, Strauss A 2014. Basics of qualitative research. Techniques and procedures for developing grounded theory. 4th ed. Sage Publications, London, 456 pp.
Cúnico SD, Arpini DM 2013. A família em mudanças: desafios para a paternidade contemporânea. Pensando Famílias 17(1):28-40.
Dessen MA, Oliveira MR 2013. Envolvimento paterno durante o nascimento dos filhos: Pai “real” e “ideal” na perspetiva materna. Psicologia: Reflexão e Crítica 26(1):184-192.
Dew J, Wilcox WB 2011. If momma ain’t happy: Explaining declines in marital satisfaction among new mothers. J Marriage Fam 73:1-12.
Doss BD, Rhoades GK 2017. The transition to parenthood: Impact on couples’ romantic relationships. Curr Opin Psychol urrent 13:25-28.
Gauthier PD, deMontigny F 2013. Conceiving a first child: fathers’ perceptions of contributing elements to their decision. J Reprod Infant Psychol 31(1):274-284.
Glabe AC, Bean RA, Vira R 2005. A prime time for marital/relational intervention: a review of the transition to parenthood literature with treatment recommendations. Am J Fam Ther 33(4):319-336.
Gouveia PRR, Pires MRT, Hipólito JEJ 2015. O novo ciclo familiar após o nascimento do primeiro filho. Psique 21:135-160.
Grice MM, Feda D, McGovern, Alexander BH, McCaffrey D, Ukestad L 2007. Giving birth and returning towork: the impact of work-family conflict on women’s health after childbirth. Ann Epidemiol 17(10):791-798.
Habib C 2012. The transition to fatherhood: A literature review exploring paternal involvement with identity theory. J Fam Stud 18(2-3):103-120.
Hamelin-Brabant L, deMontigny F, Roch G 2015. Perinatal vulnerability and social-support during the postnatal period: A review of the literature. Sante Publique 27(1):27-37.
Hidalgo MV, Menéndez S 2009. Apoyo a las familias durante el proceso de transición a la maternidad y la paternidad. Familia 38:133-152.
Jablonski B 2010. A divisão de tarefas domésticas entre homens e mulheres no cotidiano do Casamento. Psicologia Ciência e Profissão 30(2):262-275.
Johnston D, Swanson D 2006. Constructing the “good mother”: The experience of mothering ideologies by work status. Sex Roles 54(7-8):509-519.
Katz-Wise S, Priess H, Hyde J 2010. Gender-role attitudes and behaviour across the transition to parenthood. Dev Psychol 46(1):18-28.
Kluwer ES 2010. From partnership to parenthood: a review of marital change across the transition to parenthood. J Fam Theory Rev 2(2):105-125.
Kornrich S, Brines J, Leupp K 2013. Egalitarianism, house-work, and sexual frequency in marriage. Am Sociol Rev 78(1):26-50.
Longworth HL, Kingdon CK 2011. Fathers in the birth room: what are they expecting and experiencing? A phenomenological study. Midwifery 27(5):588-594.
Lopes RCS, Menezes CC 2007. Relação conjugal na transição para a parentalidade: da gestação ao segundo ano de vida do bebê. Psico-USF 12(1):83-93.
McGovern P, Dowd B, Gjerdingen D 2007. Mothers’ health and work-related factors at 11 weeks postpartum. Ann Fam Med 5(6):519-527.
McLeish J, Redshaw M 2015. Peer support during pregnancy and early parenthood: A qualitative study of models and perceptions. BMC Pregnancy Childbirth 15:257.
Meleis AH 2010. Transitions theory: middle range and situation specific theories in nursing research and practice, Springer Publishing Company, New York, 664 pp.
Miller T 2011. Falling back into gender? Men’s narratives and practices around first-time fatherhood. Sociol 45(6):1094-1109.
Mrayan L, Cornish F, Dhungana N, Parfitt B 2016. Transition to parenthood during the transition to modernity in Jordan: new parents’ views on family and healthcare support systems. Appl Nurs Res 32:139-143.
Narvaz MG, Koller SH 2006. Famílias e patriarcado: da prescrição normativa à subversão criativa. Psicologia & Sociedade 18(1):49-55.
Ngai F-W, Chan SC 2011. Psychosocial factors and maternal wellbeing: An explanatory path analysis. Int J Nurs Stud 48(6):725-731.
Ngai F-W, Ngu S-F 2013. Quality of life during the transition to parenthood in Hong Kong: a longitudinal study. J Psychosom Obstet Gynaecol 34(4):157-162.
Nichols MR, Roux GM 2004. Maternal perspectives on postpartum return to the workplace. Obstet Gynecol Neonatal Nurs 33(4):463-471.
Papalia DE, Olds SW 2013. Desenvolvimento humano. 12a ed. McGraw-Hill, São Paulo, 800 pp.
Poh HL, Koh SSL, He HG 2014. An integrative review of fathers’ experiences during pregnancy and childbirth. Int Nurs Rev 61(4):543-554.
Rocha-Coutinho M 2015. Investimento da mulher no mercado de trabalho: repercussões na família e nas relações de gênero. In T Féres-Carneiro, Família e casal: parentalidade e filiação em diferentes contextos, Prospectiva & PUC-Rio, Rio de Janeiro, p. 103-118.
Sallés C, Ger S 2011. Las competencias parentales en la familia contemporánea: descripción, promoción y evaluación. Educación Social 49:25-47.
Spiteri G, Xuereb RB 2012. Going back to work after childbirth: women’s lived experiences. J Reprod Infant Psychol 30(2):201-216.
Stern DN 1997. A constelação da maternidade: o panorama da psicoterapia pais/bebê. Artes Médicas, Porto Alegre, 212 pp.
Valarino I, Gauthier J-A 2016. Paternity leave implementation in Switzerland: a challenge to gendered representations and practices of fatherhood? Community Work Fam 19(1):1-20.
Wall G, Arnold S 2007. How involved is involved fathering? An exploration of the contemporary culture of fatherhood. Gend Soc 21(4):508-527.
Winnicott DW 2013. Os bebês e suas mães. 4a ed. Martins Fontes, São Paulo, 98 pp.
Zerach G, Magal O 2016. Exposure to stress during childbirth, dyadic adjustment, partner’s resilience, and psychological distress among first-time fathers. Psychol Men Masc 18(2):123-133.
Descargas
Publicado
2017-12-31
Cómo citar
MARTINS, Cristina Araújo; ABREU, Wilson Jorge Correia Pinto de; FIGUEIREDO, Maria do Céu Aguiar Barbieri de. Tornar-se Pai ou Mãe: O desenvolvimento do processo parental. Fronteira: Journal of Social, Technological and Environmental Science, [S. l.], v. 6, n. 4, p. 146–161, 2017. DOI: 10.21664/2238-8869.2017v6i4.p146-161. Disponível em: https://periodicos.unievangelica.edu.br/index.php/fronteiras/article/view/2672. Acesso em: 22 nov. 2024.
Número
Sección
Edição Especial - Investigação Qualitativa: Permeabilidade entre as Ciências Sociais e Humanas
Licencia
Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.
A partir da publicação realizada na revista os autores possuem copyright e direitos de publicação de seus artigos sem restrições.
A Revista Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science segue os preceitos legais da licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.