Agnes Waddell Chagas e os Estudos sobre Leishmanioses Visceral Americana (LVA) no Brasil, 1935-1940

Authors

DOI:

https://doi.org/10.21664/2238-8869.2025v14i1.p25-37

Keywords:

visceral leishmaniasis, gender, history of sciences

Abstract

O artigo analisa a trajetória de Agnes Waddell Chagas em suas pesquisas sobre leishmaniose visceral no Brasil, uma enfermeira que coordenou pesquisas no Instituto de Patologia Experimental do Norte (IPEN), em Belém do Pará e no Instituto Oswaldo Cruz (IOC), no Rio de Janeiro, na área da medicina tropical, produzindo artigos científicos de impacto publicados nas esferas nacional e internacional. É apresentada a sua história a frente de pesquisas sobre doenças tropicais, em especial seus estudos que englobam saúde humana e meio ambiente na hipótese formulada sobre a leishmaniose visceral americana (LVA) e o seu vetor, o flebótomo, realizadas entre 1935 e 1940. A análise está ancorada em uma trajetória científica fundamentada em pesquisa documental original, envolvendo artigos publicados na época, além de documentos manuscritos, que contribuem para o desenvolvimento de estudos acerca da história das endemias no país e da trajetória de mulheres nas ciências do ponto de vista histórico. Os estudos de Agnes Waddell Chagas e seu marido Evandro Chagas sobre a leishmaniose visceral americana inaugurou debates não apenas sobre a possível existência de uma doença específica, como também de um agente etiológico específico, impactando também nos estudos sobre o vetor da leishmaniose no Brasil.

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Published

2025-02-18

How to Cite

VITAL, André Vasques; CAMPOS, Holehon Santos. Agnes Waddell Chagas e os Estudos sobre Leishmanioses Visceral Americana (LVA) no Brasil, 1935-1940. Fronteiras - Journal of Social, Technological and Environmental Science, [S. l.], v. 14, n. 1, p. 25–37, 2025. DOI: 10.21664/2238-8869.2025v14i1.p25-37. Disponível em: https://periodicos.unievangelica.edu.br/index.php/fronteiras/article/view/7248. Acesso em: 22 feb. 2025.