“Cadernos de Navegação Geopoética”: Uma Abordagem Humanista na Compreensão do Lugar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21664/2238-8869.2024v13i3.p106-114

Palavras-chave:

geopoética, metodologias qualitativas, geografia humanista

Resumo

O presente artigo propõe uma reflexão sobre a atual relação do ser humano com a Terra, destacando como as práticas humanas na contemporaneidade têm moldado e, por vezes, comprometido a autenticidade da experiência de habitar o mundo. Com base na geopoética, teoria desenvolvida por Kenneth White (1989-2019), o estudo busca transcender a racionalidade científica tradicional, oferecendo uma compreensão mais profunda e sensível do espaço geográfico, isto é, uma abordagem humanista do lugar. O objetivo é apresentar a metodologia dos “cadernos de navegação geopoética”, propostos por Rachel Bouvet, que integra o conhecimento científico e a criação literária, valorizando a experiência humana e a criatividade como formas autênticas de habitar o mundo. A pesquisa, de natureza qualitativa e alicerçada na Geografia Humanista, utilizou revisão bibliográfica e exploração prática dos princípios da geopoética. Os resultados indicam que a metodologia proposta por Bouvet proporciona uma nova forma de interação com o ambiente, enriquecendo a compreensão do espaço geográfico e reforçando a importância da experiência e da criatividade na construção de significados. A pesquisa sugere que, ao adotar práticas que valorizam a sensibilidade e a imaginação, é possível redescobrir o sentido do gesto de habitar, em contraste com a lógica exploratória da técnica moderna. Assim, o artigo contribui para a discussão sobre a relevância de uma abordagem humanista e criativa na interação com o ambiente, promovendo uma reflexão crítica sobre a relação entre ser humano e o espaço geográfico.

Referências

Amar G 1990. Le Sens de la Terre. In Cahiers de Géopoétique 1. Paris.

Araujo, D. B. de. Geo[Grafias]Poéticas: Entre Educação e Modos Sensíveis de Habitar. PhD diss., Universidade Estadual de Londrina, 2022.

Bouvet R 2012. Como Habitar o Mundo de Maneira Geopoética? Interfaces Brasil/Canadá 12(1):9-16.

Bouvet R 2017. Habiter l’Espace Montréalaise: Dynamique des Flâneries Géopoétiques. Interfaces Brasil/Canadá 17(3):31-48.

Dardel É 2011. O Homem e a Terra. Trad. Werther Holzer. Perspectiva, São Paulo, 159 pp.

Castro LC 2018. Habitar o Mundo: A Existência como Criação na Época da Técnica. Revista Ideação 1(38):176-186.

Daveau S 1998. A 'Terra' dos Homens: Uma Palavra Carregada de Sentidos. Cadernos de Geografia 17:61-64.

Krenak A 2019. Ideias para Adiar o Fim do Mundo. Nova ed. Companhia das Letras, São Paulo, 208 pp.

Lazzarotti O 2007. Habiter, la Condition Géographique. Géographie et Cultures 63:137-138.

Roggero P 2013. Géopoétique et Anthropolitique du Territoire. In J.L. Le Moigne et al., Intelligence de la Complexité, p. 259-266.

Tuan Y-F 1980. Topofilia: Um Estudo da Percepção, Atitudes e Valores do Meio Ambiente. Trad. Lívia de Oliveira. Difel, São Paulo, 295 pp.

White K. Textos Fundadores [texto na Internet]. Instituto Internacional de Geopoética; 1989 [acessado em 17 ago. 2024]. Disponível em: https://www.institut-geopoetique.org/pt/textos-fundadores.

White K. O Grande Projeto Geopoético [texto na Internet]. Institut Géopoétique; 2019 [acessado em 17 ago. 2014]. Disponível em: https://www.institut-geopoetique.org/pt/artigos/296-o-grande-projeto-geopoetico.

Downloads

Publicado

2024-11-07

Como Citar

ARAUJO, Danieli Barbosa de; MOURA, Jeani Delgado Paschoal. “Cadernos de Navegação Geopoética”: Uma Abordagem Humanista na Compreensão do Lugar. Fronteira: Journal of Social, Technological and Environmental Science, [S. l.], v. 13, n. 3, p. 106–114, 2024. DOI: 10.21664/2238-8869.2024v13i3.p106-114. Disponível em: https://periodicos.unievangelica.edu.br/index.php/fronteiras/article/view/7568. Acesso em: 23 nov. 2024.