Antropoceno e a Consciência Artística Global: Do Paleolítico à Sabedoria Ancestral da Floresta Amazônica
DOI:
https://doi.org/10.21664/2238-8869.2022v11i2.p252-264Palavras-chave:
antropoceno, arte, ecologia, multiculturalidade, xamanismoResumo
As artes têm um papel decisivo nos debates sobre o Antropoceno: estas revelam a consciência de mais uma crise causada pelo humano, pondo a nu a decepção com a ordem civilizacional. A arte paleolítica já trazia uma consciência humilde e grata do humano face à grandiosidade dos animais e da natureza. No mundo contemporâneo a arte que recebe uma influência indígena e xamânica, com uma linguagem que mais do que trazer à colação questões como destruição e extinção, oferecem uma dimensão de beleza e harmonia com o cosmos, uma esperança de abertura a uma consciência verdadeiramente humanizada, exerce uma crítica consciente ao Antropoceno. Testemunha deste fenómeno é a popularização global da ayahuasca, que saindo das florestas da América Latina para os grandes centros da Europa e da América do Norte tem inspirado muitos artistas, proporcionando um debate artístico-político que coloca em relação a ecologia, a harmonia cósmica e a pluralidade cultural.
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