The Social Division of Labor in Rural Spaces in Brazil
Memory and History of the Expansion of Rural Social Movements and Disputes Over Hegemony
DOI:
https://doi.org/10.21664/2238-8869.2018v7i2.p202-224Palavras-chave:
Divisão Social do Trabalho Rural, Terra de Trabalho e Terra de Negócios, A Estrutura da Terra No BrasilResumo
O presente artigo analisa os conflitos agrários que existiram no Brasil, de 1940 a 2015, que colocaram na centralidade político-ideológica as forças existentes na esfera rural brasileira. O estudo está dividido em duas questões. a) A primeira, a divisão social do trabalho (Mészáros 2004) na área rural, que com a expansão de grandes propriedades rurais, transformou terra de trabalho em terra de negócios, abrindo uma sequência de conflitos com os camponeses. b) A segunda, refere-se à análise dos dados coletados e organizados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), identificando conflitos agrários no Brasil desde 1985. Os dados oferecidos até o ano de 2015 nos serviram de ponto de encontro com o passado da história do Brasil, marcado por suas contradições e lembranças, que ao mesmo tempo permanecem vivas, como se quisesse continuar a ser um eterno presente (Jameson 2002), através de suas estruturas de espoliação e conflito. O Brasil entrou no século 21 com grandes dívidas a serem pagas relacionadas ao século XIX. Um dos maiores débitos é a questão da terra. Uma das perguntas que serão respondidas no artigo derivada do conflito pela terra é: o número de famílias e áreas envolvidas nos conflitos altera a estrutura fundiária nacional em seus aspectos produtivos e políticos? Atualmente, essas ações são organizadas por sujeitos históricos, transformando demandas individuais em propostas coletivas nas quais os sujeitos sociais se percebem como força política e consolidam o conhecimento em um processo educacional permanente. Os dados de conflito registrados pela CPT (1985-2016) indicam que não houve mudança nas demandas populares de propriedade e uso da terra, e isso também pode indicar que não houve mudança na estrutura fundiária brasileira.
Referências
Alves ARC 2010b. O conceito de hegemonia: de Gramscia Laclau e Mouffe. Revista Lua Nova, 80:71-96.
Arroyo MG 2012. Trabalho e educação nas disputas por projetos de campo. Revista Trabalho & Educação, 21(3):81-93.
Barker C 2014. O movimento como um todo: ondas e crises. Revista Outubro (22).
Bernstein H 2011. Dinâmicas de classe da mudança agrária, Fundação Editora UNESP (FEU), São Paulo, 176pp.
Bruno R 1995. O Estatuto da Terra: entre a conciliação e o confronto. Revista Estudos Sociedade e Agricultura, (5):5-31.
Campos FI 1983. Coronelismo em Goiás, Editora UFG, Goiânia.
Campos FI 2012. Questões Agrárias: Bases sociais da Política Goiana, Editora Kelps, Goiânia.
CCV Report 2016. Comissão Camponesa da Verdade. Relatório Final: Violações de Direitos no Campo 1946-1988. Brasília. Dex-UnB e Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, Senado Federal.
CPT 2016. Comissão Pastoral Da Terra. Conflitos no Campo Brasil. Acesso em 27 jun 2017. Disponível em: https://www.cptnacional.org.br/publicacoes-2/destaque/3727-conflitos-no-campo-brasil-2016.
Estevan L 1998. O tempo da transformação: Estrutura e Dinâmica da Formação de Goiás, Editora do Autor, Goiânia.
Foster JB 2005. A Ecologia de Marx: materialismo e natureza, Civilização Brasileira Rio de Janeiro.
Gramsci A 1979. Os intelectuais e a organização da cultura. Civilização Brasileira, 3.ed, Rio de Janeiro, 244pp.
Gramsci A 1981. Concepção dialética da história. Civilização Brasileira, 4.ed., Rio de Janeiro, 352pp.
Gramsci A 2002. Cadernos do cárcere, Civilização Brasileira, vol. 5., Rio de Janeiro, 496pp.
Guimarães MTC 2014. Formas de organização camponesa em Goiás (1954-1964), 2.ed, Editora UFG, Goiânia, 160pp.
Halbwachs M 2004. Los marcos sociales de la memoria, Anthropos Editorial, Caracas, 431pp.
Ianni O 2004. Origens agrárias do Estado Brasileiro, Brasiliense, São Paulo, 256pp.
IBGE 2015. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Série Histórica e Estatística. Áreas de Estabelecimentos 1920-2006. Disponível em http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?no=1&op=0&vcodigo=AGRO02&t=area-estabelecimentos-ha Acesso em 31 jul. 2015.
Jameson F 2002. Pós-Modernismo: A lógica cultural do capitalismo tardio, 2.ed, 3 impressão, Editora Ática, São Paulo, 412pp.
Laclau E, Mouffe C 1987. Hegemonía y estrategia socialista: hacia una radicalización de la democracia. Editora Siglo XXI, Madrid, 326pp.
Lenharo A 1986. A Sacralização da Política, Ed. Papirus, Campinas, 216pp.
Martins JS 1980. Expropriação e violência (a questão política no campo). Editora HUCITEC, São Paulo, 181pp.
Martins JS 1986. Não há terra para plantar neste verão, Editora Vozes Petrópolis, 112pp.
Menezes UB 1984. Identidade Cultural e Arqueologia. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 20:33-36.
Mészáros I 2004. O poder da ideología, Boitempo Editorial, São Paulo, 568pp.
Pessoa JM 1999. A revanche camponesa, Editora da UFG, Goiânia, 351pp.
Pietrafesa JP 2002. A grande travessia. Agricultura familiar e qualidade de vida, PhD Thesis, Universidade de Brasília, Brasília, 235pp.
Pietrafesa JP 2016. Protagonismo camponês e a reforma agrária no Brasil: Processo educativo e desafios aos movimentos sociais. In.: FA Wanderson, MM Machado (orgs), Trabalho e Saberes: questões e proposições na interface entre formação e trabalho. Ed. Mercado de Letras. Campinas, 2016
Pietrafesa JP, Silva Filho AP 2007. The rurality and development model in Center-West region of Brazil: One brief diagnosis. In.: Anais do Congreso Internacional sobre Desarrollo, Medio Ambiente y Recursos Naturales: sostenibilidad a Múltiples Niveles y Escalas. Volumen III / Volume III. 11-13 julio / July 2007. Cochabamba, Bolivia. Editado por / Edited by: Jan Feyen, Luis F. Aguirre, Mónica Moraes R. Publicación de la / Publication of the Universidad Mayor de San Simón.
Prado Jr C 1975. Evolução Política do Brasil, Editora Brasiliense, São Paulo, 102pp.
Prado Jr C 1979. A Questão Agrária, Editora Brasiliense, São Paulo, 192pp.
Sauer S, Almeida W (org.) 2011. Terras e territórios na Amazônia: demandas, desafios e perspectivas. Editora da UnB, Brasília, 426pp.
Silva JG 2013. Por uma reforma agrária não essencialmente agrícola. In.: JP Stedile, A questão agrária no Brasil: Debate sobre a situação e perspectivas de reforma agrária na década de 2000. Editora Expressão Popular, São Paulo.
Silva SD 2004. O sentido da Brasilidade e a questão regional. Master Degree Dissertation, Universidade Federal de Goiás.
Silva VM 2001. Trabalhadores rurais de Itapuranga: experiências da resistência e organização (1970-80). Master Degree Dissertation, Universidade Federal de Goiás, 179pp.
Silva VM 2003. História agrária de Goiás, Alternativa, Goiânia, 102pp.
Vakaloulis M 2000. Antagonismo social y acción colectiva. Revista Debates Teóricos, Chile 2:158-164.
Viana N 2006. Memória e Sociedade - Uma Breve Discussão Teórica sobre Memória Social. Jornal Espaço Plural/Unioeste, 14. Acesso em 27 nov. 2017. Disponível em: http://e-revista.unioeste.br/ index.php/espacoplural/article/view/483/397.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.
A partir da publicação realizada na revista os autores possuem copyright e direitos de publicação de seus artigos sem restrições.
A Revista Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science segue os preceitos legais da licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.