Solos, Florística e Fitossociologia em Áreas de Reserva sob Vegetação de Cerrado Sensu Stricto em Propriedades Rurais de Urutaí, GO
DOI:
https://doi.org/10.21664/2238-8869.2016v5i3.p120-135Resumo
Objetivou-se caracterizar e comparar os solos, a composição florística e a estrutura de duas comunidades de cerrado sensu stricto localizadas em áreas de reserva em propriedades rurais de Urutaí, GO (R1 e R2). A disponibilidade da maioria dos nutrientes dos solos é baixa, tanto em R1 quanto em R2, entretanto, o solo de R1 é quimicamente menos pobre em nutrientes e apresenta maior teor de matéria orgânica do que de R2. Em R1 registrou-se 66 espécies, distribuídas em 27 famílias, enquanto em R2 foram registradas 26 espécies em 15 famílias. A similaridade florística entre as áreas foi 0,43. O índice de diversidade de Shannon (H’) foi 3,265 nats.ind-1 na área R1 e 2,758 nats.ind-1 na R2. As áreas estudadas apresentam vegetação distinta quanto à composição florística e estrutura. Estas diferenças provavelmente estão associadas às propriedades dos solos em que cada comunidade está assentada e à influência de fatores antrópicos.
Referências
Borges H, Shepherd GJ 2005. Flora e estrutura do estrato lenhoso numa comunidade de Cerrado em Santo Antônio do Leverger, MT, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, 28:61-74.
Brasil 1982. Departamento Nacional de Produção Mineral. Projeto RADAMBRASIL. Levantamento de Recursos Naturais. Folha Cuiabá (SD-21). DNPM, Rio de Janeiro.
Coutinho LM 2002. O Bioma Cerrado. In AL Klein. Eugen Warming e o cerrado brasileiro: um século depois. Editora UNESP, São Paulo. p. 77-92.
Durigan G, Nishikawa DLL, Rocha E, Silveira ER, Pulitano FM, Regalado LB, Carvalhes MA, Paranaguá PA, Ranieri VEL 2002. Caracterização de dois estratos de vegetação em uma área de cerrado no município de Brotas, SP, Brasil. Acta Botânica Brasílica, 16:251-262.
Eiten G 1972. The cerrado vegetation of Brazil. Botanical Review 38:201-341.
Eiten G 1978. Delimitation of the cerrado concept. Vegetatio, 36:169-178.
Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) 1997. Manual de Métodos de análise de solo. 2 ed. Centro Nacional de Pesquisa de Solos, Rio de Janeiro, 212p.
Felfili JM, Nogueira PE, Silva Júnior MC, Marimon BS, Delitti WBC 2002. Composição florística e fitossociologia do cerrado sentido restrito no município de Água Boa, MT. Acta Botanica Brasílica, 16:103-112.
Felfili JM, Silva-Júnior MC, Sevilha AC, Fagg CW, Walter BMT, Nogueira PE, Rezende AV 2004. Diversity, floristic and structural patterns of cerrado vegetation in central Brazil. Plant Ecology, 175:37-46.
Felfili JM, Silva Júnior MC, Rezende AV, Machado JWB, Walter BMT, Silva PEN, Hay JD 1993. Análise comparativa da florística e fitossociologia da vegetação arbórea do cerrado sensu stricto da Chapada Pratinha Brasil. Acta Botanica Brasílica, 6:27-66.
Ferreira MM, Fernandes B, Curi N 1999. Mineralogia da fração argila e estrutura de Latossolos da região Sudeste do Brasil. R. Bras. Ci. Solo, 23:507-514.
Gomes MAV, Santos MV 2002. Relatório Técnico de vegetação consolidado para o estado de Mato Grosso. Parte 2: Sistematização das Informações Temáticas, Nível Compilatório. Projeto de Desenvolvimento Agroambiental do Estado de Mato Grosso. PRODEAGRO. Zoneamento Sócio-Econômico-Ecológico do Estado de Mato Grosso. SEPLAN/MT, BIRD, CNEC Engenharia, Cuiabá.
Guarim Neto G, Guarim VLMS, Prance GT 1994. Structure and floristic composition of the trees of an area of cerrado near Cuiaba, Mato Grosso, Brazil. Kew Bulletin, 49(3):499-509.
Haridasan M 1992. Observations on soils, foliar nutrient concentration and floristic composition of cerrado sensu stricto and cerradão communities in central Brazil. In PA Furley, J Proctor, JA Ratter (eds.). Nature and Dynamics of Forest-Savanna Boundaries. Chapman & Hall Publishing, London . p.171-184.
Haridasan M 2000. Nutrição mineral de plantas nativas do cerrado. Fisiol. Veg.12(1):54-64.
Ker JC, Resende M 1996. Recursos edáficos dos cerrados: ocorrência e potencial. In Simpósio Sobre o Cerrado, 8.; International Symposium on Tropical Savannas, Brasília. Anais... Embrapa-CPAC, Planaltina. p. 15-19.
Klink CA, Machado RB 2005. A Conservação do Cerrado Brasileiro. Megadiversidade, 1(1):147-155.
Mendonça RC, Felfili JM, Walter BMT, Silva Junior MC, Rezende AV, Filgueiras TS, Nogueira PE 1998. Flora vascular do cerrado. In SM Sano, SP Almeida (eds.). Cerrado: ambiente e flora. Embrapa-CPAC, Planaltina. p. 289-556.
Mendonça RC, Felfili JM, Walter BMT, Silva Junior MC, Rezende AV, Filgueiras TS, Nogueira PE, Fagg CW 2008. Flora vascular do bioma Cerrado: cheklist com 12.356 espécies. In SM Sano, SP Almeida, JF Ribeiro (eds.). Cerrado: ecologia e flora. vol. 2. Embrapa-CPAC, Planaltina. p. 421-442.
Moro MF, Martins FR 2011. Métodos de levantamento do componente arbóreo-arbustivo. In JM Felfili, PV Eisenlohr, MMRF Melo, LA Andrade, JAA Meira Neto (eds.). Fitossociologia no Brasil: Métodos e Estudos de Caso. Editora da Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.
Mueller CC, Martha-Júnior GB 2008. A Agropecuária e o Desenvolvimento Socioeconômico Recente do Cerrado. In FG Faleiro, AL Farias-Neto Savanas: desafios e estratégias para o equilíbrio entre sociedade, agronegócio e recursos naturais. Embrapa Informação Tecnológica, Brasília-DF. p. 104-169.
Müeller-Dombois D, Ellenberg H 1974. Aims and methods of vegetation ecology. John Wiley and Sons, New York.
Neri AV, Meira Neto JAA, Silva AF, Martins SV, Saporetti Júnior AW 2007. Composição florística de uma área de cerrado sensu stricto no município de Senador Modestino Gonçalves, Vale do Jequitinhonha (MG) e análise de similaridade florística de algumas áreas de cerrado em Minas Gerais. Revista Árvore, 31:1109-1119.
Oliveira-Filho AT, Shepherd GJ, Martins FR, Stubblebine WH 1990. Environmental factors affecting physiognomic and floristic variation in an area of cerrado in central Brazil. Journal of Tropical Ecology 5:413-451.
Ratter JA, Bridgewater S, Atkinson R, Ribeiro JF 1996. Analysis of the floristic composition of the Brazilian Cerrado vegetation II: comparison of the woody vegetation of 98 areas. Edinburgh Journal of Botany, 53(2):153-180.
Ratter JA, Bridgewater S, Ribeiro JR 1997. The brazilian cerrado vegetation and threats to its biodiversity. Annals of Botany, 80:223- 230.
Reatto A, Correia JRC, Spera ST, Martins ES 2008. Solos do bioma Cerrado: aspectos pedológicos. In SM Sano, SP Almeida, JF Ribeiro (eds.). Cerrado: ecologia e flora. vol. 2. Embrapa-CPAC, Planaltina.
Ribeiro JF, Walter BMT 1998. Fitofisionomias do bioma Cerrado. In SM Sano, SP Almeida (eds.). Cerrado: ambiente e flora. Embrapa-CPAC, Planaltina. p. 89-166.
Ribeiro JF, Walter BMT 2008. As principais fitofisionomias do bioma Cerrado. In SM Sano, SP Almeida, JF Ribeiro (eds.). Cerrado: ecologia e flora. vol. 2. Embrapa-CPAC, Planaltina. p. 151-212.
Richards PW 1976. The tropical rain forest: an ecological study. Cambridge University Press, Cambridge. 450pp.
Rizzini CT 1997. Tratado de fitogeografia do Brasil: aspectos ecológicos, sociológicos e florísticos. Âmbito Cultural Edições Ltda., Rio de Janeiro. 747pp.
Rodrigues RR, Morellato LPC, Joly CA, Leitão Filho HF 1989. Estudo florístico e fitossociológico em um gradiente altitudinal de mata estacional mesófila semidecídua na Serra do Japi, Jundiaí, SP. Revista Brasileira de Botânica, 12:71-84.
Saporetti Júnior AW, Meira Neto AA, Almado RP 2003. Fitossociologia de cerrado sensu stricto no município de Abaeté-MG. Revista Árvore, 27:413-419.
Shepherd GJ 2006. FITOPAC 2. Manual do Usuário. Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
Silva LO, Costa DA, Espirito Santo Filho K, Ferreira HD, Brandão D 2002. Levantamento florístico e fitossociológico em duas áreas de cerrado sensu stricto no parque estadual da serra de Caldas Novas, Goiás. Acta Botanica Brasílica, 16(4):43-53.
Souza VC, Lorenzi H 2008. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de Fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG III. Instituto Plantarum, Nova Odessa.
Walter RMT, Guarino ESG 2006. Comparação do método de parcelas com o “levantamento rápido” para amostragem da vegetação arbórea do Cerrado sentido restrito. Acta Botanica Brasílica, 20(2):285-298.
Zar JH 1996. Biostatistical analysis. 3 ed. Prentice Hall, New Jersey. 662pp.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.
A partir da publicação realizada na revista os autores possuem copyright e direitos de publicação de seus artigos sem restrições.
A Revista Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science segue os preceitos legais da licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.