Das Relações Entre Modelagem, Etnomatemática e Carnaval: reflexões para aplicação na educação básica

Autores

  • Zulma Elizabete de Freitas Madruga Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS.
  • Maria Salett Biembengut Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS.
  • Valderez Marina do Rosário Lima Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS.

DOI:

https://doi.org/10.21664/2238-8869.2015v4i2.p31-52

Resumo

Neste artigo apresenta-se pesquisa cujo objetivo é fortalecer justificativas de utilização de propostas pedagógicas que incluam modelagem e etnomatemática na Educação Básica. Para isso, realizou-se uma análise comparativa entre o processo de criação de alegorias de carnaval e modelagem, sob uma perspectiva etnomatemática, a fim de, posteriormente, se formulem argumentos e reflexões passíveis de serem postos em prática. Os procedimentos metodológicos incluem coleta de dados por meio de entrevista narrativa com carnavalesco – pessoa que cria alegorias para um desfile de carnaval. A análise realizou-se por meio da significação dos dados ao saber da teoria, comparando o fazer do carnavalesco aos processos de modelagem sob uma perspectiva etnomatemática. O resultado mostrou que o carnavalesco cria modelos de alegorias advindos de percepções e apreensões do entorno, que, partindo da compreensão, transpassa em um modelo externo, significação e expressão: conjunto de submodelos representados em desenhos, propostas e esquemas.

Palavras chave: Narrativas; Modelagem; Etnomatemática; Carnaval.

Biografia do Autor

Zulma Elizabete de Freitas Madruga, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS.

Mestre em Educação e Ciências e Matemáticas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS.

Maria Salett Biembengut, Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS.

Doutora em Engenharia de Produção e Sistemas pela UFSC. Docente na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS.

Valderez Marina do Rosário Lima, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS.

Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS. Docente na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS.

Referências

André M 1998. Etnografia da prática escolar. Papirus, São Paulo.
Bassanezi R 2002. Ensino-aprendizagem com modelagem matemática. Contexto, São Paulo.
Biembengut MS 2008. Mapeamento na Pesquisa Educacional. Editora Ciência Moderna, Rio de Janeiro.
Biembengut MS 2003. Modelagem & Processo Cognitivo. III Conferência Nacional de Modelagem e Educação Matemática, CNMEM, Piracicaba.
Biembengut MS 2000. Modelagem Matemática & Etnomatemática: Pontos (In)Comuns. I Congresso Nacional de Etnomatemática, São Paulo.
Biembengut MS 2007. Modelagem matemática & Implicações no Ensino e Aprendizagem de Matemática. 2ed. Edifurb, Blumenau.
Biembengut MS 2009. 30 Anos de Modelagem Matemática na Educação Brasileira: das propostas primeiras às propostas atuais. Alexandria Revista de Educação em Ciência e Tecnologia 2(2):7-32.
Blum W, Galbraith PL, Henn HW, Niss M 2007. Modelling and Applications in Mathematics Education. Springer, New York.
Bogdan R, Biklen R 1994. Investigação qualitativa em Educação. Porto Editora, Porto.
Borba M 1987. Um estudo de etnomatemática: sua incorporação na elaboração de uma proposta pedagógica para o ‘Núcleo-Escola’ da Favela da Vila Nogueira – São Quirino. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual Paulistana, Rio Claro.
Brasil Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica 2013. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília.
Carter K 1993. The place of story in the study of teaching and teacher education. Educational Researcher 22(1):5-12.
Cavalcanti ML [s.d.]. As alegorias no carnaval carioca: visualidade espetacular e narrativa ritual. Textos escolhidos de cultura e arte populares 3(1):17-27.
Cavalcanti ML 1999. O rito e o tempo – ensaios sobre o carnaval. Ed Civilização Brasileira, Rio de Janeiro.
Clandinin J, Connelly M 2000. Narrative inquiry: experience and story in qualitative research. Jossey-Bass, São Francisco.
Connelly M, Clandinin J 1995. Relatos de Experiencia e Investigación Narrativa. In: Larrosa J. et al. Déjame que te cuente. Laertes, Barcelona, pp.11-59.
Costa SC 2005. Modelos Mentais e Resolução de Problemas em Física. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Cunha MI 1997. Conta-me agora! As narrativas como alternativas pedagógicas a pesquisa e no ensino. Revista da Faculdade de Educação 23(1/2):185-195
D’Ambrosio U 2001. Etnomatemática. Elo entre as tradições e a modernidade. Autêntica, Belo Horizonte.
D’Ambrosio U 2002. Etnomatemática e educação. Available from: http://etnomatematica.org/articulos/ reflexao101.pdf#page=5.
D’Ambrosio U 2005. Sociedade, cultura, matemática e seu ensino. Educação e Pesquisa 31(1):99-120.
Denzin NLY 2006. O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. Artmed, Porto Alegre.
Domite MCS, Ferreira R; Ribeiro JPM (org.) 2006. Etnomatemática: papel, valor e significado. Zouk, Porto Alegre.
Frankenstein M, Powell A 2009. Paulo Freire’s Contribution to an Epistemology of Ethnomathematics. Available from: http://andromeda.rutgers.edu/~powellab/docs/proceedings/paulofriere_epis.pdf.
Freitas MT, Fiorentini D 2007. As possibilidades formativas e investigativas da narrativa em educação matemática. Horizontes 25(1):63-71
George F 1973. Modelos de Pensamentos. Trad. Mário G. Vozes, Petrópolis-RJ.
Gerdes P 2003. A investigação etnomatemática como estímulo para a pesquisa matemática. Available from: http://www2.fe.usp.br/~etnomat/site-antigo/anais/PaulusGerdes.html
Gerdes P 1989. “Sobre o conceito de Etnomatemática” - Estudos em Etnomatemática - ISP/KMU.
Gudmundsdottir S 1998. La naturaleza narrativa del saber pedagógico sobre los contenidos. In McEwan H. La narrativa em la enseñanza, ela aprendizaje y la investigación. Amorrortu, Buenos Aires.
Johnson-Laird P 1983. Mental Models: Towards a cognitiva science of language, inference and consciousness. Harvard University Press, Cambridge, MA.
Larrosa J 1994. Tecnologias do eu e educação. In T. Silva, O sujeito da educação. Vozes, Petrópolis, p. 35-86.
Leopoldi JS 1978. Escola de Samba, Ritual e Sociedade. Vozes, Rio de Janeiro.
Lincoln Y, Guba E 1991. Naturalistic inquiry. Sage, New York.
Madruga ZEF 2012. A criação de alegorias de carnaval: das relações entre Modelagem Matemática, Etnomatemática e Cognição. Dissertação de Mestrado, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Maturana HR, Varela FJ 2001. A árvore do conhecimento. Trad. JP dos Santos. Editora Psy II, Campinas.
Moreira MA 2014. Modelos científicos, modelos mentais, modelagem computacional e modelagem matemática: aspectos epistemológicos e implicações para o ensino. Revista Brasileira de Ensino de C & T 7(2):.
Moreira MA 1996. Modelos Mentais. Investigações em Ensino de Ciências 1(3):193-232.
Sacks O 1995. Um antropólogo em Marte, Trad. B Carvalho. Companhia das Letras, São Paulo.
Santaella L 2009. Matrizes da Linguagem e Pensamento. Iluminuras, São Paulo.
Sebastiane FE 1993. Cidadania e Educação Matemática. A Educação Matemática em Revista 1(1): 12-18.
Stake R 2011. Pesquisa Qualitativa: estudando como as coisas funcionam. Penso, Porto Alegre.
Stenhouse L 1985. La Investigación como Base de la Enseñanza. Morata, Madrid.

Publicado

2015-11-20

Como Citar

MADRUGA, Zulma Elizabete de Freitas; BIEMBENGUT, Maria Salett; LIMA, Valderez Marina do Rosário. Das Relações Entre Modelagem, Etnomatemática e Carnaval: reflexões para aplicação na educação básica. Fronteira: Journal of Social, Technological and Environmental Science, [S. l.], v. 4, n. 2, p. 31–52, 2015. DOI: 10.21664/2238-8869.2015v4i2.p31-52. Disponível em: https://periodicos.unievangelica.edu.br/index.php/fronteiras/article/view/1336. Acesso em: 27 abr. 2024.

Edição

Seção

Congresso Ibero-Americano em Investigação Qualitativa (CIAIQ2015)