Estudo Etnobotânico de Cuphea carthagenensis (Jacq.) J. Macbr. “Sete-Sangrias” (Lythraceae) Junto à Pastoral da Saúde, Santa Catarina

Autores

  • Mariana Possamai Della Colle Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, Brasil.
  • Angela Erna Rossato Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, Brasil.
  • Vanilde Citadini-Zanette Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.21664/2238-8869.2019v8i2.p333-347

Palavras-chave:

Conhecimento Local, Fitoterapia, Plantas Medicinais

Resumo

O uso de plantas medicinais tem evoluído ao longo do tempo e é crescente o interesse das indústrias farmacêuticas pelas plantas e seus compostos. O trabalho teve como objetivo realizar estudo etnobotânico sobre Cuphea carthagenensis (Jacq.) J. Macbr. (Lythraceae), conhecida como “sete-sangrias”, utilizada pela Pastoral da Saúde, por meio da realização de 10 entrevistas semiestruturadas, com aplicação de um formulário abordando aspectos botânicos, agronômicos e farmacológicos. Dentre as formas farmacêuticas mais utilizadas destacam-se o infuso e a alcoolatura, indicadas principalmente para combater triglicerídeos, circulação e pressão alta. Estudos científicos demonstraram que a planta apresentou resultados para colesterol, hipertensão, diurética, antioxidante e vasorrelaxante. Evidencia-se a importância de estudos que resgatem o conhecimento de plantas medicinais de uso regional em áreas em constantes formações, como as cidades, para que este saber não se perca.

Biografia do Autor

Mariana Possamai Della Colle, Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, Brasil.

Mestrado em Ciências Ambientais pela Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, Brasil.

Angela Erna Rossato, Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, Brasil.

Mestrado em Farmácia pela Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, Brasil. Professor na Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, Brasil.

Vanilde Citadini-Zanette, Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, Brasil.

Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos, UFSCAR, Brasil. Professor na Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, Brasil.

Referências

Albuquerque UP, Lucena RFP, Lins Neto EMF 2010. Seleção dos participantes da pesquisa. In UP Albuquerque, RFP Lucena, LVFC Cunha (Org.). Métodos e técnicas na pesquisa etnobiológica e etnoecológica. NUPPEA, Recife, p. 21-37.

ANVISA 2011. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira. Brasil - Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Anvisa, Brasília, 126p.

ANVISA 2012. Formulário nacional da farmacopeia brasileira. Brasil - Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 2.ed. Anvisa, Brasília, 224pp.

Balbach A 1980. A Flora nacional na medicina doméstica. 17.ed. São Paulo. 915 pp.

Biavatti MW, Farias C, Curtius F, Brasil LM, Hort S, Schuster L, Leite SN, Prado SR 2004. Preliminary studies on Campomanesia xanthocarpa (Berg) and Cuphea carthagenensis (Jacq.) J. F. Macbr. aqueous extract: weight control and biochemical parameters. J Ethnopharmacol, 93(2-3):385-389.

Block LH 2004. Medicação Tópica. In JP Remington. Remington: a ciência e a prática da farmácia. 20.ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2208 pp.

Braga F, Wagner H, Lombardi JÁ, Oliveira AB 2000. Screening the Brazilian flora for antihypertensive plant species for in vitro angiotensin-I-converting enzyme inhibiting activity. Phytomedicine, 7(3):245-250.

Carvalho LM, Costa JAM, Carnelossi MAG 2010. Qualidade em plantas medicinais. Embrapa, Aracaju, 56 pp.

Cavalcanti TB, Graham S 2002. Lythraceae. In MGL Wanderley, GJ Shepherd, AM Giulietti (Org.). Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. FAPESC: HUCITEC, São Paulo, p. 163-180.

Corrêa AD, Batista RS, Quintas LEM 1999. Plantas medicinais: do cultivo à terapêutica. 2.ed. Vozes, Petrópolis, 246 pp.

De Luca VD, Nicolau VR, Gonçalves TM, Marques GR, Citadini-Zanette V, Amaral PA 2014. Utilização de plantas medicinais no entorno do Parque Estadual da Serra Furada, Santa Catarina, Brasil: uma abordagem etnobotânica. Rev Bras Biociências, 12(2):59-65.

Di Stasi LC 1996. Plantas medicinais: arte e ciência. Um guia de estudo interdisciplinar. Ed. UNESP, São Paulo, 230 pp.

Elgindi MR, Milad R, Ayoub N, Mekky RH 2011. A Comprehensive review of Cuphea (Lythraceae). Res J Pharm Biol Chem Sci, 2(3):847-855.

EMBRAPA 2007. Identificação e tecnologia de plantas medicinais da flora de clima temperado. Circular Técnica 61. [cited 9 mai 2016]. Disponível em : http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/30819/1/ Circular-61.pdf.

Freitas RF 2016. Curso Preparações Fitoterápicas: coleta e preparação de plantas medicinais. [cited 11 mai 2016]. Disponível em : http://www.sgc.goias.gov.br/upload/links/arq_803_arquivo25.pdf.

Gandolfo ES, Hanazaki N 2011. Etnobotânica e urbanização: conhecimento e utilização de plantas de restinga pela comunidade nativa do distrito do Campeche (Florianópolis, SC). Acta Bot Bras, 25(1):168-177.

Glória M 2012. Plantas medicinais, fitoterápicos e saúde pública: um diagnóstico situacional em Anápolis, Goiás. Fronteiras: Journal of Social, Tecnological and Environmental Science, 1(2):76-92. Disponível em: https://doi.org/10.21664/2238-8869.2012v1i2.p76-92.

Krepsky PB, Isidório RG, Souza Filho JD, Côrter SF, Braga FC 2012. Chemical composition and vasodilatation induced by Cuphea carthagenensis preparations. Phytomedicine, 19(11):953-957.

Ladio AH, Albuquerque UP 2014. Etnobiologia Urbana. In IP Albuquerque (Org.). Introdução a Etnobiologia. Nupeea, Recife, PE, p. 35-41.

Lorenzi H, Matos FJA 2008. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Instituto Plantarum, Nova Odessa, 544 pp.

Lorenzo MA 2000. Estudo do efeito do tipo ansiolítico da Cuphea carthagenensis (Jacq.) J. F. Macbr. (Sete-sangrias) em Camundongos. Dissertação, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 89 pp.

Lusa MG, Bona C 2011. Caracterização morfoanatômica e histoquímica de Cuphea carthagenensis (Jacq.) J.f. Macbr. (Lythraceae). Acta Bot Bras, 25(2):517-527.

Marchese JA, Figueira GM 2005. O Uso de tecnologias pré e pós-colheita e boas práticas agrícolas na produção de plantas medicinais e aromáticas. Rev Bra Pl Med, 7(3):86-96.

Oliveira AKM, Oliveira NA, Resende UM, Martins PFRB 2011. Medicina etnobotânica e tradicional dos habitantes da sub-região do Pantanal Negro e os raizeiros de Miranda e Aquidauana, Mato Grosso do Sul, Brasil. Braz J Biol, 71(1):283-289.

Pastoral da Saúde [homepage na Internet]. Propostas da Pastoral da Saúde. [publicação 8 fev 2017; acesso 12 jan 2018]. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/conferencia/docs/docs_12/pastoral_da_ saude.doc.

Pizziolo VR, Brasileiro BG, Oliveira TT, Nagem TJ 2011. Plantas com possível atividade hipolipidêmica: uma revisão bibliográfica de livros editados no Brasil entre 1998 e 2008. Rev Bra Pl Med, 13(1):98-109.

Rodrigues VEG, Carvalho DA 2001. Levantamento etnobotânico de plantas medicinais no domínio do Cerrado na região do Alto Rio Grande – Minas Gerais. Ciênc Agrotec, 25(1):102-123.

Rodrigues VGS 2004. Cultivo, uso e manipulação de plantas medicinais. Embrapa Rondônia, Porto Velho, 25 pp.

Rondon Neto RM, Gama JRV 2002. Biomassa acima do solo de espécies herbáceas e subarbustivas com potencial medicinal em uma vegetação secundária. Ci Fl, 13(1):19-24.

Rossato AE, Pierini MM, Amaral PA, Santos RR, Citadini-Zanette V 2012. Fitoterapia racional: aspectos taxonômicos, agroecológicos, etnobotânicos e terapêuticos. DIOESC, Florianópolis, v.1.

Sandhya SS, Kumar S, Vinod KR, Banji D, Kumar K 2011. Plants as potent anti and wound healing agents- A review. Hygeia J D Me, (3):11-19.

Schuldt EZ, Farias MR, Ribeiro do Valle RM, CKLESS K 2004. Comparative study of radical scavenger activities of crude extract and fractions from Cuphea carthagenensis leaves. Phytomedicine, 11:523-529.

Schulz V, Hänsel R, Tyler VE 2002. Fitoterapia racional: um guia de fitoterapia para as ciências da saúde. Manole, São Paulo, 386 pp.

Sharma RU, Hazarika D, Pegu S, Das A 2012. Medico-religious plants used by the Hajong community of Assam, India. J Ethnopharmacol, 143:787-800.

Silva Jr AA 1997. Plantas medicinais. EPAGRI (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de SC) PROMED (Projeto Plantas Medicinais), CD Rom.

Tribes B, Pintarelli GM, Bini LA, Camargo A, Funez LA, Gasper AL, Zeni AL 2015. Ethnobotanical study of plants used for therapeutic purposes in the Atlantic Forest region, Southern Brazil. J Ethnopharmacol, 164(136):136-146.

UICN (Unión Internacional para la Conservación de la Naturaleza), OMS (Organización Mundial de la Salud), WWF (World Wildlife Fund) [homepage na Internet]. Directrices sobre conservación de plantas medicinales. OMS / UICN / WWF, Gland, Switzerland. [publicação 1993; cited 30 mai 2018]. Disponível em: http://www.urosario.edu.co/urosario_files/57/571bf298-6ad8-4b7f-b432-26a6fb78e6de.pdf.

Vendruscolo GS, Mentz LA 2006. Estudo da concordância das citações de uso e importância das espécies e famílias utilizadas como medicinais pela comunidade do Bairro Ponta Grossa, Porto Alegre, RS, Brasil. Acta Bot Bras, 20(2):367-382.

Viana JC 2016. Apostila de plantas medicinais [cited 11 mai 2016] Disponível em: http://www.vesper.org.br/upload/arquivos/1346188574.pdf.

Wang CC, Chen LG, Yang LL 1999. Antitumor activity of four macrocyclic ellagitannins from Cuphea hyssopifolia. Cancer Lett, 140:195-200.

Wiest JM, Carvalho HH, Avancini CAM, Gonçalves AR 2009. Atividade anti-estafilocócica em extratos de plantas com indicativo medicinal ou condimentar. Rev Bras Pl Med, 11(2):209-215.

Downloads

Publicado

2019-05-01

Como Citar

Colle, Mariana Possamai Della, Angela Erna Rossato, e Vanilde Citadini-Zanette. 2019. “Estudo Etnobotânico De Cuphea Carthagenensis (Jacq.) J. Macbr. ‘Sete-Sangrias’ (Lythraceae) Junto à Pastoral Da Saúde, Santa Catarina”. Fronteira: Journal of Social, Technological and Environmental Science 8 (2):333-47. https://doi.org/10.21664/2238-8869.2019v8i2.p333-347.