Mudanças Ambientais e Saúde Pública: Observações sobre a trajetória de uma fronteira agrícola amazônica

Autores

  • Marla Leci Weihs Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT.
  • Doris Aleida Villamizar Sayago Universidade de Brasília – UnB.

DOI:

https://doi.org/10.21664/2238-8869.2015v4i3.p209-218

Resumo

A ocupação agrícola da Amazônia, além de contribuir para a degradação de uma porção importante deste bioma, trouxe consequências negativas para a saúde da população local. Estes impactos aparecem mais claramente quando analisamos a fronteira agrícola a partir de uma perspectiva histórica. Este foi o trabalho empreendido em uma pesquisa de tese de doutorado que estudou a relação entre as mudanças ambientais e a saúde pública ao longo do processo de ocupação de uma fronteira agrícola da Amazônia brasileira. O objetivo desta nota técnica é apresentar algumas considerações acerca de um dos principais resultados deste estudo: a verificação de que as mudanças em termos de saúde pública estão relacionadas aos impactos ambientais gerados pela ocupação agrícola...

Palavras chave: Fronteira Agrícola; Saúde Ambiental; Amazônia; Mato Grosso.

Biografia do Autor

Marla Leci Weihs, Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT.

Doutora em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília - UnB. Docente na Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT.

Doris Aleida Villamizar Sayago, Universidade de Brasília – UnB.

Doutora em Sociologia pela Universidade de Brasília - UnB. Docente na Universidade de Brasília – UnB.

Referências

ANVISA 2014a. Índice monográfico: Picloram. Available from: http://portal.anvisa.gov.br/wps/ wcm/connect/77bdb60047458cae95cad53fbc4c6735/P07++Picloram.pdf?MOD=AJPERES
ANVISA 2014b. Índice monográfico: 2,4-D. Available from: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/ connect/bdea3b804745780e857bd53fbc4c6735/D27++24-D.pdf?MOD=AJPERES
Artaxo P, Gatti LV, Leal AMC, Longo KM, Freitas SR, Lara LL, Pauliquevis TM, Procópio AS, Rizzo LV 2005. Química atmosférica na Amazônia: a floresta e as emissões de queimadas controlando a composição da atmosfera amazônica. Acta Amazonica,2(35):185-196.
Atanaka SM, Czeresnia D, Souza SR, Oliveira RM 2006. Comportamento epidemiológico da malária no Estado de Mato Grosso, 1980-2003. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2(39):187-192.
Barbieri AF, Sawyer DO 2007. Heterogeneity of malaria prevalence in alluvial gold mining areas in Northern Mato Grosso State, Brazil. Cadernos de Saúde Pública, 12 (23):2878-2886.
Becker BK 2009. Amazônia: geopolítica na virada do III milênio. Rio de Janeiro: Garamond, 86 pp.
Curvo RM, Pignati WA, Pignatti MG 2013. Morbimortalidade por câncer infantojuvenil associada ao uso agrícola de agrotóxicos no Estado de Mato Grosso, Brasil. Cadernos de Saúde Coletiva, 1(21):10-7.
De Lau LML, Breteler MMB 2006. Epidemiology of Parkinson’s disease. Lancet Neurology, 6(5):525-535.
Domingues MS, Bermann C 2012. O arco de desflorestamento na Amazônia: da pecuária à soja. Ambiente & sociedade, 2(15):1-22.
Farias MRC, Rosa AM, Hacon SS, Castro HA, Ignotti E 2010. Prevalência de asma em escolares de Alta Floresta - município ao sudeste da Amazônia brasileira. Revista Brasileira de Epidemiologia, 1(13):49-57.
Fleming L, Mann JB, Bean J, Briggle T, Ramos JRS 1994. Parkinson’s disease and brain levels of organochlorine pesticides. Annals of Neurology, 1(36):100-103.
Garabrant DH, Philbert MA 2002. Review of 2,4-dichlorophenoxyacetic acid (2,4-D) epidemiology and toxicology. Critical Reviews in Toxicology, 4(32):233-257.
Guimarães RBN 2002. A lenda do ouro verde: política de colonização no Brasil contemporâneo. UNICEN Publicações, UNESCO, Brasília.
Guyton KZ, Loomis D, Grosse Y, Ghissassi FE, Tallaa LB, Guha N, Scoccianti C, Mattock H, Straif K 2015. Carcinogenicity of tetrachlorvinphos, parathion, malathion, diazinon, and glyphosate. The Lancet. Oncology, 5(16):490-491.
Hacon S, Campos RC, Wasserman JC 2006. Evaluación de riesgo una herramienta para el proceso de gerenciamiento socioambiental: estudio de caso región Norte de Mato Grosso. In: Silva CR et al. (Eds.). Geologia médica no Brasil: efeitos dos materiais e fatores geológicos na saúde humana e meio ambiente. Workshop Internacional de Geologia Médica. Serviço Geológico do Brasil, Rio de Janeiro, p.48-54.
Hacon S, Rochedo ERR, Campos RC, Lacerda LD 1997. Mercury exposure through fish consumption in the urban area of Alta Floresta in the Amazon Basin. Journal of Geochemical Exploration, 2-3(58):209-216.
Hacon S, Rochedo ERR, Campos RC, Lacerda LD 1997. Risk assessment of mercury in Alta Floresta. Amazon Basin — Brazil. In: Wheatley B, Wyzga R, Mccormac BM (Eds.). Mercury as a Global Pollutant: Human Health Issues. Springer Netherlands, Dordrecht, p.91-105.
Ignotti E, Hacon SS, Junger WL, Mourão D, Longo K, Freitas S, Artaxo P, Leon ACMP 2010. Air pollution and hospital admissions for respiratory diseases in the subequatorial Amazon: a time series approach. Cadernos de Saúde Publica, 4(26):747-761.
INPE 2014a. Desflorestamento nos Municípios da Amazônia Legal para o ano de 2012. Available from: http://www.dpi.inpe.br/prodesdigital/atrmunic.php?ID=5100250&ano=2012&/.
INPE 2014b. SIG Queimadas. Available from: http://www.dpi.inpe.br/proarco/bdqueimadas/.
Joanoni VN 2007. Fronteiras da crença: ocupação do norte de Mato Grosso após 1970. EdUFMT - Carlini & Caniato Editorial, Cuiabá.
Katsuragawa TH, Gil LHS, Tada MS, Silva LHP 2008. Endemias e epidemias na Amazônia: malária e doenças emergentes em áreas ribeirinhas do Rio Madeira. Um caso de escola. Estudos Avançados, 64(22):111-141.
Lacerda LD, De Souza M, Ribeiro MG 2004. The effects of land use change on mercury distribution in soils of Alta Floresta, Southern Amazon. Environmental Pollution (Barking, Essex: 1987), 2(129):247-255.
Laurell AC 1982. La salud-enfermedad como proceso social. Revista Panamericana de Salud Pública, 2(1):7-25.
Maenhaut W, Jiménez MTF, Rajta I, Artaxo P 2002. Two-year study of atmospheric aerosols in Alta Floresta, Brazil: Multielemental composition and source apportionment. Nuclear Instruments and Methods in Physics Research Section B: Beam Interactions with Materials and Atoms, 1-4(189):243-248.
Miranda M 1990. O papel da colonização dirigida na expansão da fronteira agrícola na Amazônia. In: Becker BK, Miranda M, Machado LO (Eds.). Fronteira amazônica: questões sobre a gestão do território. Ed. UnB, Brasília, p.47-62.
Moreira JC, Peres F, Simões AC, Pignati WA, Dores EC, Vieira SN, Strussmann C, Mott T 2012. Contaminação de águas superficiais e de chuva por agrotóxicos em uma região de Mato Grosso. Ciências e Saúde Coletiva, 6(17):1557-1568.
Morgan DP, Roan CC 1970. Chlorinated Hydrocarbon Pesticide Residue in Human Tissues. Archives of Environmental Health: An International Journal, 4(20):452-457.
Okay OS, Gaines A 1996. Toxicity of 2,4-D acid to phytoplankton. Water Research, 3(30):688-696.
Olson SH, Gangnon R, Silveira GA, Patz JA 2010. Deforestation and Malaria in Mâncio Lima County, Brazil. Emerging Infectious Diseases, 7(16):1108-1115.
Pereira VS, Rosa AM, Hacon SS, Castro HA, Ignotti E 2011. Análise dos atendimentos ambulatoriais por doenças respiratórias no Município de Alta Floresta - Mato Grosso - Amazônia brasileira. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 3(20):393-400.
Pignati W, Oliveira NP, Da Silva AMC 2014. Vigilância aos agrotóxicos: quantificação do uso e previsão de impactos na saúde-trabalho-ambiente para os municípios brasileiros. Ciência & Saúde Coletiva, 12(19):4669-4678.
Sawyer DR 1992. Malaria and the environment. Instituto SPN, Brasília, 37pp.
Sayago D, Tourrand JF, Bursztyn M 2004. Introdução - um olhar sobre a Amazônia: das cenas aos cenários. In: Sayago D, Tourrand JF, Bursztyn M (Eds.). Amazônia: cenas e cenários. Ed. UnB, Brasília, p.17-28.
Silva DRX, Ignotti E, Santos RS, Hacon SS 2010. Hanseníase, condições sociais e desmatamento na Amazônia brasileira. Revista Panamericana de Salud Pública, 4(27):75-268.
Silva JRR, Ribeiro LFC, Rocha VF 2011. Agrotóxicos comercializados no município de Alta Floresta no triênio de 2006 a 2008. Revista de Ciências Agro-Ambientais, 2(9):283-299.
Tanner CM, Kamel F, Ross GW, Hoppin JA, Goldman SM, Korell M, Marras C, Bhudhikanok GS, Kasten M, Chade AR, Comyns K, Richards MB, Meng C, Priestley B, Fernandez HH, Cambi F, Umbach DM, Blair A, Sandler DP, Langston JW 2011. Rotenone, paraquat, and Parkinson’s disease. Environmental Health Perspectives, 6(119):866-872.
Thompson DG, Stephenson GR, Sears MK 1984. Persistence, distribution and dislodgeable residues of 2, 4-d following its application to turfgrass. Pesticide Science, 4(15):353-360.
Vittor AY, Pan W, Gilman RH, Tielsch J, Glass G, Shields T, Lozano WS, Pinedo VV, Cobos ES, Flores S, Patz JA 2009. Linking deforestation to malaria in the Amazon: characterization of the breeding habitat of the principal malaria vector, Anopheles darlingi. The American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, 1(81):5-12.
Waliszewski SM, Aguirre AA, Infanzon RM, Silva CS, Siliceo J 2001. Organochlorine pesticide levels in maternal adipose tissue, maternal blood serum, umbilical blood serum, and milk from inhabitants of Veracruz, Mexico. Archives of Environmental Contamination and Toxicology, 3(40):432-438.
Waniez P 2007. La mortalité des populations sur les fronts pionniers agricoles du Brésil. Territoire en mouvement, 4(1):17-33.
Yasuoka J, Levins R 2007. Impact of deforestation and agricultural development on anopheline ecology and malaria epidemiology. The American journal of tropical medicine and hygiene, 3(76):450-460.

Publicado

2015-12-20

Como Citar

Weihs, Marla Leci, e Doris Aleida Villamizar Sayago. 2015. “Mudanças Ambientais E Saúde Pública: Observações Sobre a trajetória De Uma Fronteira agrícola amazônica”. Fronteira: Journal of Social, Technological and Environmental Science 4 (3):209-18. https://doi.org/10.21664/2238-8869.2015v4i3.p209-218.

Edição

Seção

Notas Técnicas, Pedagógicas ou Científicas