Lesões craniofaciais em mulheres vítimas de violência doméstica: estudo retrospectivo
DOI:
https://doi.org/10.37951/2358-9868.2022v10i2.p36-45Palavras-chave:
Violência contra mulher; Violência; Medicina Legal; Epidemiologia Descritiva.Resumo
Objetivo: descrever as lesões craniofaciais de acordo com o perfil sociodemográfico e clínico de mulheres vítimas de violência doméstica submetida ao exame do corpo de delito nos registros do instituto médico legal de Anápolis, Goiás de 2015-2018. Método: Trata-se de um estudo descritivo com base em fichas clínicas de mulheres vítimas de violência doméstica. Resultados: Foram identificados 326 inquéritos; predominaram vítimas entre a faixa etária de 21 a 30 anos (32,5%), cor parda (30,4%) e casadas/união estável (38,7%); os principais agressores foram o marido/esposa (58,9%); entre as lesões os tapas e socos (23,7%) foram mais frequentes, sendo a região orbitária (56,1%) a mais afetada, por instrumento contundente (83,4%) e com lesão equimótica (57,4%). Conclusão: Conclui-se que a maior parte das vítimas eram jovens, pardas, casadas, donas de casa e foram agredidas pelo parceiro íntimo. A principal lesão sofrida foi em região orbitária, causada por tapas/socos por instrumento contundente.
Referências
2. Bruno CR. Lei Maria da Penha: um estudo sobre os mecanismos de proteção à mulher em situação de violência [monografia]. Niterói: UFF, 2016.
3. Bastos TB. Violência doméstica e familiar contra a mulher. Porto Alegre: [Verbo Jurídico]; 2013.
4. Dias MB. Manual de Direito das Famílias. 8ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais; 2011.
5. Brasil. Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher e dá outras providências. Diário Oficial da União 2006; 2006 ago 08. Seção 1, p. 1.
6. Brasil. Lei n. 13.104, de 9 de março de 2015. Altera o art. 121 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, para prever o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, e o art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, para incluir o feminicídio no rol dos crimes hediondos. Diário Oficial da União 2015; 2015 mar 09. Seção 1, p. 1.
7. Pereira MS, Pereira MS, Matos FTC, Marques MVF, Sarubbi GD, Damião JHF, et al. Orofacial Injuries in Women Victims of Domestic Violence: Integrative Literature Review. BJFS. 2014; 4(0): 1-11.
8. Moreira CA, Cavalcanti PMO. O combate à violência doméstica e familiar no estado de Goiás. Revista Raízes no Direito. 2018; 7(2): 27-55.
9. Pereira MS, Pereira MS, Lima DO, Matos FRC. Lesões bucofaciais decorrentes de situações de violência doméstica: revisão integrativa da literatura. Vivências. 2016; 12(22): 201-211.
10. Carvalho TBO, Cancian, LRL, Marques CG, Piatto VB, Maniglia JV, Molina FD. Seis anos de atendimento em trauma facial: análise epidemiológica de 355 casos. Braz. J. Otorhinolaryngol. 2010; 76(5): 565-574.
11. Nogueira PL, Utiyama MSA, Ventura MT, Gomes HG. Perfil epidemiológico das mulheres vítimas de violência atendidas no IML de Cuiabá e região. Perspectivas. 2017; 2 (2): 1-9.
12. Mota JC, Vasconcelos AGG, Assis SG. Análise de correspondência como estratégia para descrição do perfil da mulher vítima do parceiro atendida em serviço especializado. Ciênc saúde coletiva. 2007; 12(3): 799-809.
13. Lopes M, Gemito L, Pinheiro F. Violência doméstica. Manual de recursos para a rede de intervenção integrada de distrito de Évora. 1ª ed. Évora: Tecnigraf; 2012.
14. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. (2010) Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/go/anapolis/panorama. Acessado em 24/05/2021.
15. Manual de Rotinas Instituto de Medicina Legal Leonídio Ribeiro da Polícia Civil do Distrito Federal. 2014: 1-240.
16. Rezende EJC, Araujo TM, Moraes MAS, Santana JSS, Radicchi R. Lesões buco-dentais em mulheres em situação de violência: um estudo piloto de casos periciados no IML de Belo Horizonte, MG. Rev Bras Epidemiol. 2007; 10(2): 202-14.
17. Bozzo ACB, Matos GC, Beraldi LP, Souza MD. Violência doméstica contra a mulher: caracterização dos casos notificados em um município do interior paulista. Rev enferm UERJ. 2017; 25(e11173): 1-5.
18. Silva SBJ, Conceição HN, Oliveira MR, Câmara JT, Moura LRP, Silva KS, et al. Perfil epidemiológico da violência contra a mulher em um município do interior do Maranhão, Brasil. Mundo da Saúde. 2021; 45: 56-65.
19. Nogueira PL, Utiyama MSA, Ventura MT, Gomes HG. Perfil epidemiológico das mulheres vítimas de violência atendidas no IML de Cuiabá e região. Perspectivas. 2017; 2(2): 1-9
20. Castro TL, Tinoco RLR, Lima LNC, Costa LRS, Francesquini Júnior L, Darugue Júnior E. Violence against women: caracteristicis of head and neck injuries. Rev. Gaúch. Odontol. 2017; 65(2): 100-108.
21. Leôncio KL, Baldo PL, João VM, Biffi RG. O perfil de mulheres vitimizadas e de seus agressores. Rev enferm. 2008; 16(3): 307-12.
22. Andrade MF, Giuliane CD, Biffi EFA. Perfil de mulheres vítimas de violência assistidas no pronto-socorro/Hospital de Clínicas-UFU. São Paulo, 2011.
23. Faria C. Estudo do aspecto odonto-legal das lesões corporais decorrentes de violência doméstica [dissertação]. Piracicaba- SP. Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas- UNICAMP/FOP, 2006.
24. Garbin CAS, Garbin AJI, Dossi AP, Dossi MO. Violência doméstica: análise das lesões em mulheres. Cad Saúde Pública. 2006;22:2567-73.
25. Vicenzi B, Nadal L, Fosquiera EC. Estudo retrospectivo de lesões do complexo maxilomandibular nos laudos do instituto médico-legal de Cascavel (Pr). RBOLRevista Brasileira de Odontologia Legal. 2017;4(2):02-11.