Perfil de saúde dos encarcerados nas penitenciárias do Brasil

Autores

  • Maria Júlia Travassos
  • Arthur de Oliveira Bitencourt Alvarenga
  • Brenda Linhares Martins
  • Daniel el Jaliss Schuh
  • Guilherme Di Clemente e Silva
  • Leticia de Matos Campos
  • Maria Sonia Pereira

Resumo

A falta de investimento e a insalubridade dos presídios brasileiros, os tornam locais de fácil propagação e disseminação de doenças entre os detentos e a população que entra em contato com esse grupo, o que acaba violando os pilares do SUS. Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo identificar as causas de adoecimento, a fim de promover medidas de prevenção para as pessoas privadas de liberdade. Para isso, conduziu-se uma revisão integrativa com estudos obtidos com a base de dados do Portal Regional da BVS, delimitados entre 2016 e 2021. Ao final da busca foram incluídos 25 artigos nesse estudo. Tanto o grupo amostral do estudo quanto as idades desse grupo variaram bastante, porém, nota-se que a maior parte desse grupo é composto por homens jovens, negros, de baixa escolaridade e alta vulnerabilidade socioeconômica. Notou-se que um dos maiores agravantes para a piora do quadro de baixa qualidade da saúde dos detentos é a superlotação, o que favorece a disseminação de doenças infectocontagiosas, tais como doenças de pele e doenças sexualmente transmissíveis. A estrutura física dos presídios e a relação de tensão entre funcionários e presos também se mostrou um fator determinante no cumprimento desse direito para essa população. Conclui-se que, apesar desses grupos serem heterogêneos no país e mesmo o Brasil apresentando dimensões continentais e realidades diferentes, há um ponto em comum entre os detentos: todas as etapas para o estabelecimento de uma saúde de qualidade dentro dos presídios são mais dificultadas por esses indivíduos se enquadrarem na situação de isolamento social ou por pouca atenção. Nesse cenário, a detecção, o diagnóstico, o acompanhamento e o tratamento, são prejudicados. Com isso, observa-se que são necessárias pesquisas que possam vir a orientar políticas e estratégias de saúde para tornar possível maiores investimentos e maior vontade tanto política quanto social de fazer com que esses cidadãos recebam seus direitos de maneira integral e de qualidade.

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Publicado

2021-11-24

Edição

Seção

RESUMOS - Medicina Preventiva