O impacto do isolamento social na infância e adolescência durante a pandemia de COVID-19

Autores

  • Verônica Alcântara Cardoso Duarte Oliveira
  • Izabella Gomes de Souza
  • Déborah Helena Pereira Pinheiro
  • Gil Guimarães Barbosa Trivelli
  • Rafaela Melo Macedo
  • Lenita Vieira Braga

Resumo

RESUMO: O isolamento social medido na infância está associado a um risco aumentado de depressão, altos níveis de inflamação e outros marcadores de doenças cardiovasculares na idade adulta. A pandemia da COVID-19 resultou em medidas governamentais de contenção de doenças, como fechamento de escolas, distanciamento social e quarentena em residências. Crianças e adolescentes estão experimentando um estado prolongado de isolamento físico de seus colegas, professores, familiares e redes comunitárias. Além disso, a duração da quarentena, medo de infecção, tédio, frustração, falta de suprimentos necessários, falta de informações, perda financeira e estigma parecem aumentar o risco de resultados psicológicos negativos. Avaliar a influência do isolamento social na saúde mental de crianças e adolescentes no contexto da COVID-19. Trata-se de uma revisão de literatura do tipo integrativa, e foram utilizados 20 artigos publicados nos últimos cinco anos, escolhidos nas bases de dados Scielo, LILACs e PubMed, em quem os descritores de saúde foram “isolamento social”, “COVID-19” e “infância”. Proximidade e pertencimento são necessidades humanas intrínsecas. As conexões interpessoais oferecem muitos benefícios, fornecendo um quadro de referência para a identidade social, além de serem uma fonte de apoio e alívio em tempos de estresse. À vista disso, é difícil prever os exatos efeitos que a COVID-19 terá na saúde mental de crianças e jovens. No entanto, é possível examinar problemas de saúde mental após isolamento forçado e quarentena em pandemias anteriores. Durações mais longas de quarentena foram associadas especificamente à pior saúde mental, sintomas de estresse pós-traumático, comportamentos de esquiva e raiva. O confinamento, a perda da rotina habitual e a redução da capacidade social e contato físico com outras pessoas podem frequentemente causar tédio, frustração e uma sensação de isolamento do resto do mundo, o que é angustiante para crianças e adolescentes. Essa frustração é exacerbada por não poder participar de atividades habituais do dia-a-dia, não sendo sanada até mesmo com a participação de atividades em redes sociais através do telefone ou internet. O impacto do isolamento social é abrangente, substancial e pode ser duradouro em crianças e adolescentes, porém os efeitos psicológicos de não adotar a quarentena e permitir a propagação da doença podem ser muito mais avassaladores. Assim, privar as pessoas de sua liberdade por um bem-estar coletivo é indicado em situações de pandemia, contudo é muitas vezes controverso e precisa ser manuseado com cuidado visando também a saúde mental da população.

 

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Publicado

2021-05-26

Edição

Seção

ANAIS II CAMEG