O uso do canabidiol no tratamento da doença de Parkinson
Resumo
RESUMO: A doença de Parkinson (DP) é um transtorno neurodegenerativo caracterizado pela presença de sintomas motores e neurológicos típicos como bradicinesia (movimentos com lentidão), tremores e rigidez de membros, além de sintomas neuropsiquiátricos como transtornos psicóticos, do humor e do sono, tendo impacto significativo na qualidade de vida do paciente. Os principais fármacos atualmente utilizados no tratamento da DP são responsáveis por efeitos adversos graves no paciente, necessitando de um tratamento alternativo, fazendo com que a terapia com canabinóides ganhe espaço na comunidade científica. O canabidiol (CBD) é um composto com amplo efeito farmacológico para diversas neuropatologias, incluindo a DP, devido às suas propriedades antioxidantes, anti-excitotóxicas, anti-inflamatórias e neuroprotetoras. Estudos acerca do CBD vêm demonstrando a sua eficácia no tratamento de doenças neurodegenerativas, ultrapassando as barreiras do preconceito que esse fármaco ainda possui. Discutir a viabilidade do uso do CBD no tratamento da DP. Trata-se de um estudo descritivo, baseado em uma revisão integrativa de literatura. A questão norteadora da pesquisa foi: qual a viabilidade do uso do CBD como tratamento para a DP? Para responder, foi realizada uma busca por pesquisas realizadas entre 2015 a 2020, nas bases de dados, PubMed e SciELO, utilizando os descritores: “Canabidiol” and “Doença de Parkinson” and “Neuropatologia”. A DP é caracterizada pela morte de neurônios dopaminérgicos do Sistema Nervoso, levando à deficiência de dopamina e à um distúrbio do movimento. Seu tratamento é feito com precursores de dopamina, entretanto seus efeitos adversos são graves e muito prevalentes nos pacientes com DP. Todavia, com relação ao tratamento com CBD, em vários estudos caso-controle controlados por placebo, duplos-cego e randomizados foi utilizada uma dose entre 150-400mg/dia e demonstrou reduzir significativamente os sintomas psicóticos e os sintomas gerais dos pacientes (bradicinesia, tremores e rigidez muscular). Ademais, foi constatada uma melhora na mobilidade, na cognição, no bem-estar emocional, no desconforto corporal e na qualidade do sono em relação ao placebo. Os autores sugerem que esse efeito pode estar relacionado às propriedades ansiolíticas e antidepressivas do CBD. A melhor conduta terapêutica do CBD é em associação com o fármaco habitual, já que uma das características mais importantes dessa droga é a sua neuroproteção dos efeitos adversos causados pelo tratamento mais usado atualmente. Obtendo melhora na qualidade de vida dos pacientes com DP, especialmente em relação às atividades diárias exercidas pelo paciente e ao estigma associado à essa doença, o CBD é um fármaco muito promissor, tendo resultados muito favoráveis nos ensaios clínicos. Suas neuropropriedades garantem uma maior tolerabilidade ao tratamento convencional e no futuro projeta-se o seu grande uso como tratamento para a DP.