Atendimento as vítimas de violência sexual em unidades de emergência no Brasil

Autores

  • Guilherme Arataque Centro Universitário UNIevangélica
  • Ana Machado Centro Universitário UNIevangélica
  • Agatha Felício Centro Universitário UNIevangélica
  • Ana Albuquerque Centro Universitário UNIevangélica
  • Vitória Mendonça Centro Universitário UNIevangélica
  • Júlia Oliveira Centro Universitário UNIevangélica

Palavras-chave:

Violência contra a mulher; Atenção Integral à Saúde da Mulher; Delitos Sexuais.

Resumo

A violência sexual é um problema de saúde pública complexo que está intimamente conectado as condições socioeconômicas e culturais, além da idade e gênero, sendo que esses fatores influenciam nas divergências dessa violência. Esse problema social de elevada prevalência afeta profundamente a saúde e o modo de vida de suas vítimas, constituindo assim, motivo de grande preocupação para o setor de saúde nacional. Portanto, é de suma importância que os profissionais de saúde estejam devidamente preparados e equipados para um adequado atendimento às vítimas, identificando as peculiaridades de cada caso e notificando-as aos órgãos competentes, uma vez que o serviço de saúde tem o dever de acolher e apoiar integralmente quem precisa. Dessa forma, o objetivo deste estudo é avaliar o atendimento as vítimas de violência sexual nas instituições de saúde, bem como o perfil social, econômico ou cultural dessas vítimas. Estudo qualitativo com busca no banco de dados do Google Acadêmico e Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) em setembro de 2020. A relação da violência sexual com o perfil das vítimas foi um dos principais critérios de inclusão dos estudos, assim como publicações em revistas com Qualis a partir de B2, com exclusão daqueles que não foram publicados nos últimos cinco anos. Desse modo, quatorze artigos foram selecionados. A violência contra a mulher é considerada um problema de saúde mundial, sendo o Brasil um dos países com maior incidência. Mesmo com direitos legais das mulheres violentadas, a violência contra a mulher é pouco abordada nos sistemas de saúde e a dificuldade de reconhecimento pelos profissionais, entre outros obstáculos, acontece pela ausência de treinamento, falta de segurança e apoio para as vítimas. O perfil das mulheres que buscam atendimento emergencial após a violência sexual é daquelas com idade média de 20 anos, mais de 70% de cor branca e a maioria empregadas, estudantes, solteiras e sem filhos. O tipo de agressão sexual é predominantemente coito vaginal seguido de mais de um tipo e por agressor desconhecido. No atendimento emergencial são enfatizados profilaxia contra doenças sexualmente transmissíveis, anticoncepção de emergência, interrupção da gestação e exames de sangue e conteúdo vaginal.  Enfatiza-se a necessidade de um atendimento multidisciplinar composto por enfermeiros, médicos ginecologistas, assistentes sociais e psicólogos, com profissionais com real conhecimento sobre esse tema para que possam identificar e promover os manejos clínicos e legais para os casos atendidos. No entanto, esses recursos mostram-se escassos. Diante do exposto, conclui-se que o atendimento as vítimas de violência sexual no Brasil ainda é muito precário e necessita de aprimoramento. A atenção a vítima em situação de violência nas instituições de saúde deve ser interdisciplinar, intersetorial e integral para a garantia dos direitos da vítima.

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Publicado

2021-05-23

Edição

Seção

ANAIS II CAMEG