Relação entre a prática de atividades físicas durante a gravidez e a ocorrência de depressão pós-parto

Autores

  • Kamylla Santos Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA
  • Daniel Silva Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA
  • Débora Silva Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA
  • Eduardo Rezende Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA
  • Luiz Fernando Salomão Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA
  • Jalsi Arruda Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA

Resumo

A gravidez ocasiona várias mudanças no corpo da mulher, tanto físicas
quanto emocionais. O papel que a mulher assume como mãe juntamente com o
nascimento da criança podem estar associados com emoções negativas, medo,
ansiedade, insegurança, depressão ou tristeza. O baby blues ou depressão pós-parto é
o transtorno mental mais comum em mulheres durante o puerpério. Infelizmente,
apesar dos efeitos negativos, a depressão pós-parto geralmente não é diagnosticada
e tratada. Entretanto, estudos recentes vêm evidenciando a importância da atividade
física (AF) na prevenção dos transtornos depressivos da mulher no período pós-natal.
Discutir a relação entre a prática de da atividade física e a ocorrência de depressão
pós-parto. Trata-se de uma revisão integrativa, na qual foram selecionados 8 artigos,
encontrados nas plataformas PubMed e SciELO, utilizando os Descritores em Ciência
da Saúde (DECS) “Depressão Pós-parto” e “Atividade Física”, em inglês, espanhol e
português, combinados pelos operadores booleanos “AND” e “OR”. Foram obtidas
278 referências, das quais 25 resumos foram analisados e 8 foram selecionadas
levando em consideração os critérios de inclusão: relevância, abordagem temática,
idioma inglês, português e espanhol, além do período de publicação de 2015 a 2020.
Nos últimos anos, várias revisões sistemáticas foram publicadas evidenciando que a
prática de AF regular elimina o risco de desenvolver depressão durante a gravidez e é
uma forma segura de tratamento preventivo. A influência positiva da AF regular na
eliminação dos transtornos depressivos foi explicada por meio de vários mecanismos.
Os exercícios aumentam a concentração de neurotransmissores, como serotonina,
dopamina e noradrenalina. Ademais, a atividade física aumenta a secreção de BDNF
(um fator neurótico produzido no cérebro), cuja concentração é baixa em pessoas
com depressão. O fator BDNF desempenha um papel muito importante no corpo
humano porque é responsável pela neuroproteção, neurogênese e plasticidade
sináptica. Os exercícios também aumentam os níveis de cortisol que afeta a ação de
neurotrofinas como o BDNF. O exercício também estimula a produção de GH
(hormônio do crescimento) e IGF-1 (hormônio do crescimento semelhante à insulina).
GH e IGF-1 são responsáveis pela regulação do sono, função cognitiva e humor. Além
disso, foi observado que, na depressão, há um aumento na produção de citocinas
inflamatórias, cuja concentração também pode ser reduzida pela atividade física
regular. Desse modo, a AF demonstra uma face importante de pesquisa visando à
melhoria da saúde feminina como um todo. Em suma, fica evidente que a atividade
física tanto durante a gestação quanto no puerpério é uma estratégia segura para
alcançar melhor bem-estar psicológico e reduzir os sintomas depressivos pós-parto.
Contudo, todas as atividades devem ser iniciadas após consulta prévia com um
especialista e instruções adequadas.

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Publicado

2021-05-25

Edição

Seção

ANAIS II CAMEG