Perfil epidemiológico do infarto agudo do miocárdio em goiás entre 2007 e 2017 – delineamento por município, faixa etária, sexo e perfil de risco.

Autores

  • Juliana Malta Moreira Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • Lara Queiroz Musse Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • João Pedro Valim Rosa Centro Universitário Uniceplac
  • Rafaela da Silva Schottz Centro Universitário Uniceplac
  • Wesley Gomes Silva Centro Universitário UniEVANGÉLICA

Palavras-chave:

Infarto do Miocárdio, Epidemiologia, Saúde Pública

Resumo

RESUMO: Segundo o Sistema Único de Saúde (SUS), as doenças do aparelho
circulatório são historicamente a primeira causa de morte no Brasil, somando 358.882
apenas em 2017, censo mais recente do SUS. As taxas de mortalidade brasileira para
esse grupo estão entre as mais altas do mundo e, portanto, é clara a importância de
uma melhor visualização da doença no estado goiano. Descrever o perfil
epidemiológico do infarto agudo do miocárdio (IAM) em Goiás e correlacionar o índice
de mortalidade a variáveis de relevância. Estudo retrospectivo descritivoobservacional de perfil epidemiológico da década de 2007 a 2017, entre maiores de 20
anos. Foram coletadas taxas de óbito e morbidade do Sistema de informações de
Saúde (DATASUS), com apoio dos últimos censos pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) e outros dados de vigilância do Ministério da Saúde. Entre os anos
de 2007 e 2017, em Goiás, ocorreram 102.708 óbitos por doenças cardiovasculares,
sendo o IAM o maior responsável, com 24.196 mortes em uma média de crescimento
de 61%. No período, a taxa de mortalidade média para homens foi 71% maior em relação
às mulheres, descrevendo um aumento periódico 25% maior. O maior número de baixas
está entre 60 e 79 anos, o que é esperado, uma vez que se trata de uma doença crônicodegenerativa diretamente relacionada ao acúmulo de exposições lesivas. Por outro
lado, entre os 246 municípios de Goiás, maiores índices de óbito por IAM por cidadão
estão em municípios menores como Iporá e Goiatuba, com cerca de 30.000 habitantes,
enquanto cidades maiores como Goiânia e Anápolis estão entre as 20 menores
contagens. Isso pode apontar para a insuficiência e heterogeneidade do serviço de
saúde pública no suporte e acessibilidade assistencial em Goiás, considerando o
contrastante padrão de distribuição territorial do estado. Já a nível de estilo de vida e
fatores evitáveis, considerando a representatividade da capital goiana nos hábitos
diários em geral, cerca de 64% da população adulta se encontra acima da linha do
sobrepeso, sendo 52% destes, homens. Alerta-se ainda para os mais de 50% de
goianienses que relataram sedentarismo, até 22% de hipertensos constatados por
instrumento em Goiás em 2018, e mais de 10% de tabagistas no Centro-Oeste. É
evidente que o aumento das ocorrências na década vai além da válida consideração de
melhorias nas informações sobre mortalidade, mas também denuncia o grave reforço
da atuação de fatores de risco associados. Os dados indicam a necessidade de ações
urgentes na prevenção e controle do IAM. Considerando as necessidades específicas
da região, deve-se direcionar maior atenção à homogeneização da cobertura de
assistência cardiovascular nos municípios menores, e promover mudanças no estilo de vida goiano, especialmente sobre a população masculina, que registrou uma maior
exposição aos fatores e comportamentos de risco.

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Publicado

2021-05-25

Edição

Seção

ANAIS II CAMEG