Potencialidades e desafios do aleitamento materno em tempos de covid-19

Autores

  • Horrana Gonçalves Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA
  • Julia Oliveira Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA

Resumo

RESUMO: O leite materno ocupa um papel central no desenvolvimento saudável do bebê, crianças pequenas e saúde da mãe. Ele deve ser exclusivo até os 6 meses de idade, sendo complementação alimentar até os 2 primeiros anos. Por ser meio de passagem de nutrientes e anticorpos, questiona-se a possibilidade de transmissão vertical de COVID-19 através da amamentação. Percebe-se, então, a urgência de estudos para garantir a segurança da criança no processo de aleitamento materno em vigência de infecção materna por COVID-19. Identificar os riscos da manutenção do aleitamento materno durante infecção por COVID-19. Iniciou-se a procura de artigos com os descritores: “breastfeeding” AND “covid”, publicados no período de janeiro a abril de 2020 na PUBMED.  Foram encontrados cinquenta e três artigos, sendo analisados doze artigos com estudos de coorte e relatos de caso. O risco de transmissão por questões alimentares ainda não foi quantificado e comparado, sendo que estudo em que três bebês de mães com partículas virais no leite tivesse COVID-19, não ficou evidente por qual via ou fonte o bebê se infectou; por exemplo, se pelo leite materno ou pelo contato próximo com a mãe ou outra pessoa infectada. Estudo em treze gestantes infectadas com SARS-CoV-2 (Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2) evidenciou baixo risco de infecção no terceiro trimestre, porém uma das três amostras de leite materno testadas foi positiva para o vírus. Em estudo retrospectivo na China, registros clínicos de nove mulheres grávidas com pneumonia por COVID-19 foram avaliados e amostras de leite materno foram testadas em pacientes após a primeira lactação. Todas as pacientes tiveram nascidos vivos e não foi observada asfixia neonatal. Amostras de líquido amniótico, sangue do cordão umbilical, esfregaço da garganta neonatal e leite materno de seis pacientes foram testadas para SARS-CoV-2, e foram negativas para o vírus. Observou-se que o aleitamento materno é seguro em mães sem infecção por coronavírus, sendo seguidas as recomendações da Organização Mundial da Saúde em relação aos equipamentos de segurança. Em casos de mães positivas ao SARS-CoV-2, não há consenso sobre a suspensão do aleitamento, contudo é preferível o uso do banco de leite para nutrição da criança. O contato entre mãe e filho e o processo de amamentação em si ocupa um espaço de discussão ampla, já que se deve considerar variáveis que vão além dos riscos de contaminação da COVID-19, mas também os fatores de morbidade e mortalidade do não aleitamento. Além disso, os benefícios do aleitamento materno são de suma importância quando os serviços comunitários de saúde se encontram limitados e sobrecarregados como neste momento de pandemia. Logo, são necessárias mais pesquisas com número maior de puérperas para análise do leite materno para estimar risco potencial de contaminação viral através do leite materno.

Downloads

Publicado

2021-05-25

Edição

Seção

ANAIS II CAMEG