Epidemiologia da coqueluche em goiás: ocorrência e cobertura vacinal no período de 2008-2018

Autores

  • Daniele Belizário Bispo Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • Camila França Arruda Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • Débora Teodoro Carrijo Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • Guthieres Mendonça Schmitt Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • Luísa Castilho Amâncio Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • Carla Guimarães Alves Centro Universitário UniEVANGÉLICA

Palavras-chave:

Coqueluche, Vacina contra Difteria, Tétano e Coqueluche, Epidemiologia

Resumo

RESUMO: Conhecida como a tosse comprida, a coqueluche, causada pela Bordetella
pertussis, é uma doença infecciosa aguda, de alta transmissibilidade e gravidade.
Acomete especificamente o sistema respiratório humano sendo transmitida por meio
de gotículas através de espirro, tosse ou fala. Até 1940, era a maior causa de
mortalidade infantil no mundo, sendo uma doença de notificação compulsória no
Brasil. Nesse sentido, a vacina tríplice bacteriana (DTP) tornou-se imprescindível ao
controle da morbimortabildade da doença, sendo inserida no calendário vacinal
infantil. Descrever a ocorrência e a cobertura vacinal da coqueluche em Goiás, no
período de 2008-2018. Trata-se de um estudo ecológico, observacional, descritivo,
quantitativo e retrospectivo, realizado a partir de dados secundários dos casos de
coqueluche e da cobertura vacinal (CV) da DTP em Goiás no período de 2008-2018. Os
dados são advindos do Sistema de Informação de Agravos e Notificações (SINAN) e do
Programa Nacional de Imunizações (PNI), disponibilizados na plataforma do DATASUS.
De 2008 a 2018, foram confirmados, em Goiás, 604 casos de coqueluche, com
ocorrência oscilante ao longo dos anos. De 2011 a 2014, houve um expressivo aumento
no número de casos, sendo que foram registrados 7 casos em 2011, 77 em 2012, 116 em
2013 e 216 em 2014. De 2014 a 2016, houve redução na incidência, chegando ao número
de 8 casos em 2016. Porém, após esse ano, ocorreu um novo aumento, sendo
confirmados 26 casos em 2018. Quanto à CV, o Ministério da Saúde preconiza uma taxa
acima de 90% para DTP. Porém, coberturas inferiores foram observadas em Goiás nos
anos de 2012 (89,28%), 2016 (84,94%), 2017 (81,33%) e 2018 (83,3%). Nos demais anos,
apesar de haver variações, as CVs atingiram a meta. Desse modo, verifica-se que os
anos de 2016 a 2018 apresentaram as menores CVs, concomitante ao aumento da
incidência de coqueluche. Porém, relação semelhante não é observada de 2011 a 2014,
período de aumento progressivo de casos, mesmo com CV adequada em 2011, 2013 e
2014. Alguns estudos mostram que a alta incidência, em paradoxo à CV adequada, pode
estar relacionada à diminuição da imunidade induzida pela vacinação ao longo do
tempo, levando ao acometimento de adultos e adolescentes, mantendo a circulação
da bactéria, o que predispõe a transmissão às crianças pequenas não imunizadas ou
com esquema vacinal incompleto. Por fim, é notória a importância de um calendário
vacinal atualizado. Portanto, para uma maior efetividade das CVs, é necessário uma
melhor disseminação de informação acerca da importância da vacinação e os
benefícios que ela traz para a população como um todo. É necessário elucidar todos os
pontos para que não haja falta de informação, medos incoerentes e falta de acesso,
que impeçam a população de ter uma imunização efetiva. Contudo, mais estudos são
necessários para esclarecer a crescente incidência nos anos em que as CVs alcançaram
a meta proposta.

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Publicado

2021-05-24

Edição

Seção

ANAIS II CAMEG