O embate acerca do potencial carcinogênico do agrotóxico mais utilizado no mundo, o glifosato

Autores

  • Matheus Mendes de Souza Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA
  • João Vieira da Mota Neto Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA
  • Vitoria Isabela Vargas Santos Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA
  • Denis Masashi Sugita Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA

Palavras-chave:

Oncogênese; LInfoma não Hodgkin; Herbicidas.

Resumo

O potencial lesivo à saúde dos agrotóxicos é conhecido a décadas. No Brasil, essa preocupação se intensificou na década de 80, quando foi criada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar “a contaminação de alimentos por excesso de aditivos e a eficácia dos controles atualmente existentes”. Desde então, pouco foi feito para coibir o uso de agrotóxicos, sendo que em 2008 o Brasil foi considerado o maior consumidor de agrotóxicos no mundo, tendo o glifosato como o mais vendido deles. Muito utilizado desde sua criação, por ser considerado pouco tóxico aos seres humanos, em 2015 esse herbicida foi considerado pelo International Agency for Research on Cancer (IARC) como 2A (provavelmente, carcinogênico para seres humanos). Entretanto, outros estudos contradizem o potencial carcinogênico do glifosato, alegando que a metodologia utilizada para chegar a essa conclusão não é válida. Assim, enquanto essa batalha científica vem sendo travada a população mundial continua sujeita a uma fórmula com potenciais efeitos cancerígenos. Dessa maneira, o presente estudo busca investigar o potencial efeito carcinogênico do herbicida mais usado no mundo, o glifosato. Esse trabalho é uma revisão de literatura que utilizou artigos científicos das bases de dados SCIELO, PUBMED e LILACS para alcançar o objetivo proposto. O glifosato é um composto químico considerado pouco tóxico, mas estudos vêm mostrando cada vez mais o seu potencial lesivo à saúde. Por ser um herbicida não seletivo, com amplo espectro de atividade, pode causar diversos efeitos indesejados na saúde humana. Esse composto sofre absorção via oral e dérmica e é excretado principalmente via urinária, mas também há excreção biliar e expiratória. Recentemente diversos estudos mostram correlação desse herbicida com efeitos carcinogênicos em animais e potencialmente em humanos. Há uma forte associação da exposição ao glifosato com o aumento da incidência de linfoma não Hodgkin (LNH). Os estudos trazem que um possível mecanismo carcinogênico é a translocação cromossômica, com rearranjo de partes dos cromossomos 14 e 18, [t (14; 18)] (q32; q21). Os estudos que contrapõe esse efeito alegam que as metodologias utilizadas estão erradas ou mesmo que os vários trabalhos se baseiam em especulações que buscam apenas enganar os governantes para, assim, coibir seu uso. Essa disputa científica envolve bilhões de dólares anualmente, uma vez que, se comprovado o efeito tóxico desse agrotóxico vários países iriam restringir seu uso. Assim, chega-se à conclusão que essa disputa vem ganhando cada vez mais um cunho ideológico, o que não traz nenhum benefício à população. São necessários mais estudos para comprovar o risco associado à exposição crônica do glifosato, entretanto, as informações não devem ser ignoradas ou contrapostos simplesmente pois esse herbicida a muito tempo foi considerado como pouco tóxico.

Downloads

Publicado

2021-05-25

Edição

Seção

ANAIS II CAMEG