Sexualidade na terceira idade - tabus e realidade

Autores

  • Gabriel Guimarães Rocha Discente do curso de Medicina do Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • Jackellyne Alves Peres Gomes Discente do curso de Medicina do Centro Universitário UniEVANGÉLICA
  • Viviane Lemos Silva Fernandes Docente do curso de Medicina do Centro Universitário UniEVANGÉLICA

Palavras-chave:

Sexuality, Old age, Tabu

Resumo

O envelhecimento populacional tem se tornado cada vez mais comum no Brasil. A longevidade e a melhor condição de saúde estão diretamente associadas a políticas de atenção ao envelhecimento feitas pelo Estado. É indiscutível que ainda hoje a sociedade relaciona a velhice com a incapacitação. Relacionado ao âmbito sexual, temos o tabu concretizado que com o passar dos anos, a satisfação sexual do homem e da mulher são reduzidas. A realidade é que existe uma grande dificuldade da aceitação da sexualidade no processo de envelhecimento do ser humano, essa dificuldade é gerada pela falta de educação sexual adequada, vergonha do próprio corpo, repressões que ocorreram na fase do descobrimento, entre outros diversos motivos. Sendo assim, todas essas dificuldades atuam na forma constrangedora de vivenciar a sexualidade na fase do envelhecimento. Portanto, a presença da sexualidade acaba contribuindo em uma boa qualidade de vida para os idosos, melhora os inter-relacionamentos e exerce um papel muito significativo de demonstração de afeto. O objetivo do trabalho é esclarecer os tabus e a realidade presente na sexualidade da pessoa idosa. Trata-se de uma revisão de literatura feita a partir de 5 artigos obtidos das plataformas de pesquisa PubMed e Scielo, utilizando os descritores em saúde (DeSC) “Sexuality” e “old age”, com datas de publicação entre 2015 e 2019.
De acordo com os estudos analisados, grande parte dos idosos que participaram dos estudos afirmaram o constrangimento sobre a discussão sobre a sexualidade, em que o assunto não era habitualmente abordado. Além disso, a posição religiosa foi importante para as avaliações dos pacientes, devido a influência cristã-religiosa que é um forte fator presente na geração idosa. O fato de a religião pregar que o ato sexual deve ser associado ao casamento monogâmico, moralidades e principalmente ao da prática sexual para procriação, articulando a sexualidade com normatização e culpa, promovendo a redução da sexualidade, causando também repugnância sexual por parte das mulheres. Outro parâmetro foi uma presença muito grande, cerca de 45,1% de 1.345 idosos referiu que era inativo quanto a prática do sexo e que estava satisfeito com a situação. Há uma associação significativa sobre a relação entre situação de saúde e atividade sexual, onde as maiores taxas de insatisfação foram em idosos que apresentam sintomas depressivos, acidente vascular encefálico (AVE) e multimorbidades. A sexualidade na terceira idade é rodeada de tabus, relacionando assim a prática sexual dessa faixa etária a pecado e algo desnecessário. Portanto, é necessário que os idosos quebrem barreiras impostas por religião, sociedade e a vergonha do próprio corpo. Diante disso, recomenda-se que seja um tema mais abordado entre médicos e pacientes.

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Publicado

2021-05-25

Edição

Seção

ANAIS II CAMEG