Panorama das infecções por micobactérias não tuberculosas no estado de Goiás: análise de oito anos
análise de oito anos
DOI:
https://doi.org/10.29237/2358-9868.2020v8i1.p100-110Palavras-chave:
Micobactérias não tuberculosas; Fatores de risco; Infecções por micobactérias não tuberculosas; Saúde pública.Resumo
Objetivo: Estimar a prevalência de micobacterioses não tuberculosas e verificar quais os fatores de risco associados aos casos no estado de Goiás. Métodos: Trata-se estudo transversal, desenvolvido a partir dos resultados e informações contidas nas solicitações de exames e culturas arquivados pela seção de Micobactérias do LACEN-GO, que de acordo com os critérios microbiológicos internacionais caracterizaram-se como verdadeiros casos, no período de 2010 a 2018. Resultados: Foram identificados 240 casos no período analisado. Destes, 90 (37,0%) foram relacionados a doença disseminada, 75 (32,0%) a infecções associadas a procedimentos invasivos, 71 (29,5%) a doença pulmonar, 3 (1,2%) a doença linfática e 1 (0,3%) a doença renal. Os casos de Infecção associada a procedimentos Invasivos ocorreram em mulheres de 20-29 anos, seguido da faixa etária de 30-39 anos, que se submeteram a implante de prótese mamária e glútea, lipoaspiração ou abdominoplastia. A doença pulmonar predominou em indivíduos com idade maior que 60 anos, seguido de 40-49 anos, com histórico de tuberculose ou tratamento prévio para esta doença, e que vivem com HIV/AIDS. A doença disseminada foi identificada em indivíduos de 30-39 anos vivendo com HIV/AIDS. Conclusão: Observou-se que atualmente a prevalência na forma disseminada e pulmonar encontra-se elevada. São fatores de risco ao desenvolvimento de doença disseminada indivíduos de 30-39 anos vivendo HIV/AIDS, para doença pulmonar os idosos com histórico de tuberculose, em ambas no gênero masculino, e para Infecções associada a procedimentos invasivos gênero feminino de 30-39 anos com implante de prótese mamária.
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