Avaliação do pé diabético na atenção primária

Autores

  • Marcelo Mota de Souza Duarte
  • Gabriel Alves Rocha
  • Maria Clara Emos de Araújo
  • Pedro de Freitas Quinzani
  • Yaman Paula Barbosa
  • Hígor Chagas Cardoso

Palavras-chave:

Diabetes Mellitus. Pé diabético. Prevenção primária. Promoção da saúde.

Resumo

Introdução: A prevalência do Diabetes Mellitus (DM) tipo 2 tem se elevado globalmente, provocando impactos negativos a qualidade de vida e ao sistema de saúde. Dentre as complicações dessa patologia, destaca-se o pé diabético, um estado fisiopatológico multifacetado caracterizado por lesões ulcerativas consequentes de uma neuropatia, doença vascular periférica e de deformidades. A gangrena e infecção são alterações comuns, que podem resultar em amputação, quando não instituído o tratamento adequado e precoce. Diante da relevância do tema, ao se avaliar um indivíduo com diabetes na rede de atenção primária, deve-se enfatizar a prevenção de complicações nos pés, buscando a influência direta e indireta de fatores envolvidos com a instalação dessa complicação, bem como as consequências destes no controle do diabetes do indivíduo. Objetivo :Avaliar a importância da prevenção do pé diabético na atenção primária a saúde. Material e método: Trata-se de um estudo descritivo, baseado em uma revisão integrativa da literatura. A questão norteadora da pesquisa foi: como é feita a avaliação do pé diabético na atenção primária? Para responder tal questionameno, foi executada uma busca nas bases de dados PUBMED, LILACS e Scielo. Os critérios de inclusão foram: artigos disponíveis gratuitamente, em língua inglesa e portuguesa, que trouxessem dados epidemiológicos e clínicos sobre o pé diabético. A partir dos descritores da Ciência da Saúde “diabetes mellitus” and “pé diabético” and “educação em saúde”, foram selecionados vinte e três artigos publicados entre os anos de 2011 a 2019. . Resultados: O exame clínico é o método diagnóstico mais efetivo, simples e de baixo custo para diagnóstico do pé diabético. Contudo, testes auxiliares com o monofilamento, martelo e diapasão também são relevantes. Na anamnese, analisa-se o grau de adesão do paciente e de familiares próximos ao tratamento, o estado nutricional, a imunidade e comorbidades do paciente. A sintomatologia, fatores de risco associados, antecedentes familiares, condições socioeconômicas e demográficas também são aspectos significativos. O exame físico é extremamente importante, uma vez que busca avaliar a higiene dos pés, a existência de deformidades e se o calçado utilizado pelo paciente é adequado. Ademais, para classificar a etiopatogenia do pé diabético, os exames físicos vascular e neurológico são fundamentais. O primeiro avalia úlceras, pulsos, tempo de enchimento capilar e pressão arterial; já o segundo refere-se à sensibilidade ao monofilamento, sensibilidade dolorosa, térmica e vibratória. Esses métodos deveriam ser amplamente empregados na atenção primária, visando a prevenção do pé diabético e a melhora da qualidade de vida da população. Conclusão:Percebe-se o grande número de pacientes diabéticos sem mínimas orientações, evidenciando-se que a prevenção na atenção primária é precária e insatisfatória. O pé diabético tende a ser ignorado por grande parte dos pacientes, devido à falta de conhecimento das consequências. Assim, é necessário a melhora de algumas habilidades por parte dos profissionais da saúde, no que diz respeito ao aperfeiçoamento da relação médico-paciente e dos métodos utilizados para a resolução de diferentes casos, como técnicas de exame físico e o uso do raciocínio clínico, auxiliando a população ao informá-la sobre a prevenção da ocorrência e progressão dessa complicação.

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Publicado

2020-02-26

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG