A parte obscura do dar à luz
Palavras-chave:
violência, obstetrícia, vulnerabilidade em saúdeResumo
A violência obstétrica (VO), embora seja um assunto ainda pouco discutido nas mídias, no meio científico e até dentro das instituições de saúde, tem crescido exponencialmente nos últimos anos e vem causando uma série de problemas nas parturientes. Com base nisso, as consequências e as marcas deixadas nessas mulheres vão além da violação física, perpassando a violência moral e emocional. Assim, este trabalho teve por objetivo identificar quais as principais causas e consequências que a violência obstétrica ocasiona nas mulheres. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Para tanto, foram utilizados vinte e cinco (25), escolhidos nas bases de dados PubMed, Scielo e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACs). A partir dos métodos elencados, os principais atos de VO observados nos artigos são: o uso de técnicas e manobras agressivas no momento do parto, violência verbal, medicalização da mulher (em especial com uso indiscriminado de ocitócicos), desrespeito do direito ao acompanhante bem como a falta de informação dos direitos das mulheres no pré-parto, intraparto e no pós-parto. Como manobras agressivas mais utilizadas, a episiotomia e a manobra de Kristeller foram as mais destacadas, sendo citadas em 13 artigos analisados. Em virtude disso, concluiu-se que as vítimas não tinham ciência dos diversos tipos de VO que encontraram no parto, assim, grande parte delas deixaram de denunciar os diversos casos por falta de esclarecimento. Como efeito indireto, temos a desistência das mulheres de futuras gestações diante dos aspectos emocionais e psicológicos abalados. Mediante a relevância do tema e a quantidade absurda de casos, torna-se notória a necessidade de uma efetiva repercussão, que abranja não só estudos e debates qualificados, mas também a melhora clínica na realidade dessas mulheres enquanto puérperas.
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