Avaliação do diagnóstico de depressão realizado por médicos da Atenção Primária à Saúde de Anápolis

Autores

  • Ana Carolina dos Santos Torquato UniEVANGÉLICA
  • Bianca Ganzarolli de Souza dos Santos Oliveira
  • Cristiana Marinho De Jesus França
  • Deon Vinícius Moreira Pimentel
  • Fernanda Vale Guimarães
  • Talita Braga
  • Valter Luiz Moreira de Rezende

DOI:

https://doi.org/10.29237/2358-9868.2018v6i1.p70-79

Palavras-chave:

Atenção Primária. Saúde mental. Transtorno Depressivo Maior.

Resumo

A Atenção Primária à Saúde (APS) tem grande influência no prognóstico da depressão, por conter representativos índices da população com Transtorno Depressivo Maior (TDM), sendo, portanto, fundamental um diagnóstico e condutas corretas. O objetivo deste estudo é conhecer como é abordada a Depressão Maior pelos médicos da APS de Anápolis, pesquisando quais os instrumentos utilizados para o diagnóstico e qual embasamento teórico/prático/científico é utilizado, investigando conduta e manejo adotado em pacientes com o transtorno. Para tal foi utilizado um questionário estruturado que foi preenchido pelo entrevistado, com finalidade de avaliar os conhecimentos dos critérios diagnósticos e conduta. Com relação ao embasamento teórico acerca do TDM, 50% tem seu conhecimento advindo de livros e 17,5% fazem uso do DSM 5. Foram utilizados como critérios para o diagnóstico de depressão: alucinações, por 22,5% dos médicos; Alteração do sono e falta de energia, por 70%. Dos profissionais, 15% assinalaram como critérios usados para o diagnóstico, outros transtornos da saúde mental. Com relação ao manejo e conduta adotados pelos médicos, 12,5% encaminham todos os casos, 27,5% sentem-se totalmente seguros para tratar e 33,3% sentem-se totalmente seguros em manejar casos de depressão junto ao psiquiatra. Os resultados indicam que uma proporção considerável dos clínicos da rede primária de saúde diagnosticam e manejam este transtorno de maneira inadequada, averiguado através dos erros conceituais, falta de embasamento e utilização equívoca e confusa dos critérios diagnósticos, sugerindo que o diagnóstico de depressão tem sido feito através de conhecimento empírico e não da Medicina Baseada em Evidências.

Referências

1. Ministerio da Saúde. Saúde mental. Cadernos de Atenção Básica. Brasilia (DF); 2013.
2. Marina MM, Taghi Y, Mark VO, Dan C, Shekhar S. Depression: a Global Public Health Concern. WHO Department of Mental Health and Substance Abuse. 2012; [S. l], [s. v.], [s. n.], p. 6-8.
3. Mariane RA, Lopez M, Carolina DW, Jerônimo CB, Karen J, Luciano DMS, et al. Prevalência de depressão em usuários de unidades de atenção primaria. RevPsiq Clín. 2012. [S. l.], v. 39, n. 6, p. 194-197.
4. Instituto de Métrica e Avaliação em Saúde. Estudo de Carga de Doença Global: gerando evidências, informando políticas de saúde. Seattle: IHME, 2013.
5. Arantes DV. Depressão na Atenção Primária à Saúde. Rev. Bras. Med. 2007, Rio de Janeiro, v.2, n. 8, p. 261-270.
6. Pratt LA, Brody DJ. Depression in the U. S. household population, 2009-2012. Hyattsville: National Center for Health Statictics, 2014.
7. Sarra LH, Joel K, Rachel L, Grace M, Peter T, Elizabeth APC, et al. Behavioral Health Trends in the United States: Results from the 2014 National Survey on Drug Use and Health. 2015. [S. l]: SAMHSA.
8. Associação Brasileira de Psiquiatria. Diretrizes para um modelo de atenção integral em saúde mental no Brasil. Brasilia; 2014.
9. Willians V, Itzhak L, Robert K, Claudio TM, Andrea AFM, Marcelo FM, et al. Treinamento de clínicos para o diagnóstico e tratamento da depressão. Rev. Saúde Pública. 2004. [S. l], v. 38, n. 4, p. 522-528.
10. Dulce HC, Daniel AG, Dinarte B, Luís FT, Luiz FC,Naly A, et al. Guia prático de matriciamento em saúde mental. 2011. Brasília, DF: Centro de Estudo e Pesquisa em Saúde Coletiva, 2011.
11. American Psychistric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, DSM-5. : Artmed, 2014. xliv, 948 p.
12. Haddad M, Menchetti M, Walters P, Norton J, Tylee A, Mann A, et al. Clinicians atitudes to depression in Europe. Family Practice. 2012. [S. l], v. 29, n. 1, p. 121-130.
13. Kalil D, Anderson SMS. Camila FBJ. Depressão: critérios do DSM-5 e tratamento. Revista Brasileira de Clínica e Terapêutica. 2014. [S. l], v 40, n. 1, p. 27-32.
14. Marcelo PF, Marcelo TB, Beny L, Everton BS, José AP, et al. Revisão das diretrizes da Associação Médica Brasileira para o tratamento da depressão (Versão integral). Rev. Bras. Psiquiatr. 2009. São Paulo, v. 31, n. 1, p. 7-17.
15. Van Weel BEM, Van Gelderen MG, G HGLM, Licht-Strunk E, Van Marwijk HWJ, Van Rijswijk HCAM, et al. Depressão: Resumo da diretriz NHG M44. [S. l]: SBMFC, 2012.
16. Moore RG. Improving the treatment of depression in primary care: problems and prospects. British Journal of general Practice. 1997. p. 587-590.
17. Starfield B. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. 2002. Brasília: Unesco-Ministério da Saúde.

Downloads

Publicado

2018-09-28