Meningite entre os anos de 2013 e 2018 na faixa etária pediátrica em Goiás: etiologia e evolução

Autores

  • Ana Carla Martins Rodrigues
  • Lorena de Oliveira Silva
  • Isabella Luanna de Oliveira Martins
  • Constanza Thaise Xavier Silva

Palavras-chave:

Meningite. Pediatria. Medidas em Epidemiologia

Resumo

INTRODUÇÃO: A meningite caracteriza-se por ampla variedade etiológica e pode ser classificada de acordo com agente causal e desfecho, em meningite meningogócica com ou sem meningococemia, meningite tuberculosa, meningite por outras bactérias (MB), meningite não especificada, meningite asséptica ou viral (MV), meningite de outra etiologia, meningite por Hemófilo e meningite por Pneumococos. As meningites bacterianas potencialmente evoluem a óbito em questão de horas, dado que, os agentes patogênicos podem se proliferar do líquor para o sangue e evoluir rapidamente para bacteremia, sepse e choque séptico. De maneira geral, a ocorrência de meningite é maior na faixa etária pediátrica em relação aos adultos, sendo que em 2015 estimou-se incidência de aproximadamente 2 casos/100 mil habitantes no Brasil. OBJETIVO: Analisar os casos notificados de meningite na faixa etária pediátrica, entre os anos de 2013 a 2018 no Estado de Goiás, considerando as variáveis etiologia e evolução. MÉTODO: Trata-se de estudo descritivo, quantitativo, retrospectivo de dados colhidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN - DATASUS) incluindo notificações dos anos de 2013 a 2018 dos municípios goianos, na faixa etária que compreende menores de um ano até 19 anos. RESULTADOS: Ao todo, foram notificados 846 casos de meningite no período em estudo, com a maior parcela de notificações incluída na faixa etária de menores de 1 ano (27,06%) e entre 1 a 4 anos (23,46%). Observou-se decréscimo dos índices de casos de meningite nas maiores faixas etárias, compreendidas entre 10 a 14 anos (15,6%) e entre 15 a 19 anos (12,41%). Em relação à etiologia, evidenciou-se que a faixa etária pediátrica é predominantemente acometida por MV, representando um total de 38,77% dos casos. Em menores de um ano, a etiologia MB apresenta significativa patogenia (30,13%), equiparando-se à MV que nesta faixa etária representa 31,87%. Sobre a evolução, evidenciou-se que 84,04% dos casos evoluem para alta hospitalar e 9,4% para óbito por meningite. A faixa etária de menores de um ano representa aquela que mais evolui para óbito (11,79%), seguida da faixa etária entre 5 a 9 anos (11,11%). Os dados obtidos em relação ao maior acometimento entre a faixa etária de menores de 1 ano, condizem com outros estudos, realizados a nível nacional, que destacam ainda a importância da vacinação na redução da morbimortalidade nesta faixa etária, que é especialmente suscetível à meningite por causas bacterianas. No entanto, também há na literatura, resultados distintos quanto a prevalência das etiologias, em que, a meningite viral apresentou 42% dos casos, seguida por meningite não especificada com 17,38% do total, diferentemente do que ocorreu em Goiás, onde a segunda maior taxa é representada por meningite bacteriana. CONCLUSÃO: O presente estudo permitiu, portanto, o levantamento de casos notificados de meningite na faixa etária pediátrica em Goiás, ressaltando a grande parcela de evolução para alta hospitalar e efetividade em diagnóstico e terapêutica precoces no Estado. Campanhas de vacinação para prevenção de meningites bacterianas são estratégias eficazes para diminuir ainda mais a porcentagem de crianças com a doença e consequente óbito por este agravo.

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Publicado

2020-02-16

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG