Impacto da falha de prevenção e dos determinantes sociais na incidência de sífilis congênita

Autores

  • Guilherme Antônio Ferreira de Sena Soares
  • Ana Lara Menezes de Sousa
  • Layne Mendonça Schmitt
  • Lucas Lafaerto Felix Maia
  • Nathália Brandão de Bessa
  • Danielle Brandão Nascimento

Palavras-chave:

Sífilis congênita. Fatores epidemiológicos. Promoção de saúde.

Resumo

Introdução: Sífilis é uma doença infecciosa de evolução crônica causada pela bactéria espiroqueta Treponema pallidum, transmitida por contato sexual, transfusões sanguíneas ou verticalmente e se apresenta na forma tanto adquirida quanto congênita. Relacionado a sífilis congênita, os fatores que influenciam no aumento do número de casos são as falhas no sistema de prevenção e os determinantes sociais das mulheres sifilíticas bem como de seus parceiros. Objetivo: Correlacionar a relevância da prevenção e os determinantes sociais na incidência da sífilis congênita. Material e Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Os critérios utilizados na seleção dos 25 artigos em português e seus correspondentes em inglês foram: trabalhos publicados de 2015 a 2019 nas plataformas de pesquisa US National Library of Medicine (PubMed), Scientific Eletronic Library Online (Scielo) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), por meio dos descritores em ciências da saúde: “sífilis congênita”, “promoção da saúde”, “fatores epidemiológicos”. Resultados: Percebe-se que a sífilis é uma problemática que vem crescendo a cada ano, uma vez que, segundo dados do Boletim Epidemiológico de Sífilis, em 2010 a incidência era de 3.3 para cada 1000 casos de gravidez contudo em 2016 já era de 11.2/1000 o que evidencia um aumento de 202% em 5 anos, aproximadamente. Isso decorre, majoritariamente, da falha no rastreamento, da deficiência no diagnóstico e da realização de pré-natais inadequados. Das mulheres diagnosticadas com sífilis, cerca de um terço delas sofrem com resultados adversos devido as deficiências do sistema, um exemplo disso, são os partos prematuros, que poderiam ser evitados caso houvesse um acompanhamento pré-natal de qualidade que, segundo o Ministério da Saúde, seria de, no mínimo, 6 consultas durante a gravidez. Porém, mulheres com baixos níveis socioeconômicos não realizam o mínimo de consultas estabelecidas, devido, geralmente, à intercorrências que surgem por pertenceram a uma classe social marginalizada, o que não proporciona a criação de vínculo entre a mulher e o serviço de saúde, nem garante o acolhimento adequado para o tratamento. Outra complicação é o aborto espontâneo, que, por exemplo, poderia ser prevenido com a melhora nas notificações dos casos, pois, haveria melhor assistência, já que mesmo sendo compulsória a notificação, tem-se casos que o número de neonatos com sífilis congênita é maior que o número de casos notificados de mulheres. Dessa forma, uma das barreiras para adesão ao tratamento é a falta de compreensão sobre a relevância de se dar sequência à terapêutica, isso se deve ao fato de que as mulheres acometidas estão, predominantemente, no perfil de baixa escolaridade, renda e de ocupação informal. Outrossim, relacionado ao âmbito cultural, o tratamento é dificultado pela resistência dos parceiros à terapia e, somado a isso, tem-se que a situação é agravada quando os profissionais, muitas das vezes, falham em exercer da melhor forma a sua função. Conclusão: Logo, é imprescindível que haja apoio educacional e políticas públicas que possibilitem as gestantes portadoras e seus parceiros buscarem a atenção básica. Além disso, faz- necessário o preparo dos profissionais no quesito das notificações para que se tenha um melhor controle da doença e, também, uma maior eficiência no rastreio.

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Publicado

2020-02-16

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG