Um olhar sobre as consequências da hipertensão gestacional grave

Autores

  • Rafaella Lorrayne Aquino Neto
  • Luiza Cividanis Homsi
  • Thalita Lisboa Cunha
  • André Luiz Cavalcnate Cirqueira
  • Danielle Brandão Nascimento

Palavras-chave:

Palavras-chave: Hipertensão induzida pela gravidez. Morbimortalidade neonatal. Mortalidade materna.

Resumo

Introdução: As doenças hipertensivas gestacionais são importantes complicações da gestação, estando entre as principais causas de morbimortalidade fetal e materna especialmente nos países em desenvolvimento. Dentre essas, a hipertensão gestacional pode ser definida pela presença de pressão arterial (PA) maior ou igual a 140/90 em no mínimo duas ocasiões durante o período gestacional após a 20°semana de gestação com ausência de proteinúria, em uma paciente previamente normotensa. Objetivo: Analisar o impacto da hipertensão gestacional grave sobre a saúde materna e do recém-nascido, com ênfase na morbimortalidade do recém-nascido e mortalidade materna. Material e método: O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura composta por 15 artigos selecionados nas bases de dados Lilacs e PubMed, a partir dos descritores indexados no DeCS: hypertension, pregnancy-induced; perinatal mortality; maternal mortality; morbidity. Os critérios utilizados para seleção foram: relevância temática, publicação em língua inglesa e portuguesa e o ano de publicação. Resultado: Observou-se nas gestações complicadas pela hipertensão arterial grave uma taxa de ocorrência de partos prematuros de 54,2% e um percentual de recém-nascidos pequenos para idade gestacional (PIG) de 20,8%. Em pacientes normotensas ou com hipertensão gestacional leve, esses valores reduzem para 17,8% de partos antes de 37 semanas gestacionais e 6,5% de recém-nascidos PIG(s). Além desses fatores, há também aumento do número de recém-nascidos com apgar <7, peso<2500g e óbitos fetais. A principal causa de morbimortalidade do recém-nascido é a prematuridade, visto que está intrinsicamente ligada à síndrome do desconforto respiratório, hemorragia intraventricular, síndrome de aspiração do mecônio, sepse, displasia broncopulmonar e incapacidade do neurodesenvolvimento na infância. Porém, quanto ao neurodesenvolvimento, estudos evidenciam que a hipertensão gestacional não é suficiente para causar danos neurológicos importantes ao concepto. Em relação ao quadro clínico da gestante constatou-se que de 20% a 50% evoluirão para pré-eclâmpsia, com potencial risco de desenvolver insuficiência hepática e renal aguda, edema pulmonar, coagulação intravascular disseminada e hemorragia cerebral. Conclusão: Conclui-se que a hipertensão gestacional grave é uma patologia que está intimamente ligada a morbimortalidade materna e do recémnascido, uma vez que acarreta elevação no número de partos pré-termo, que é um fator determinante para o surgimento de comorbidades no recém-nascido, e ocasiona drásticas alterações no organismo materno, como danos hepáticos e hemorragia cerebral.Com isso, nota-se um impacto significativo no sistema de saúde e no eixo social, visto que as elevadas taxas de mortalidade neonatal e materna decorrentes dessa patologia ocasiona impactos econômicos, sociais e principalmente psicológicos. Portanto, as medidas de prevenção e assistência devem ser devidamente tomadas pelos profissionais de saúde.

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Publicado

2020-02-19

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG