A aplicabilidade do uso de insulina inalatória

Autores

  • Guilherme Henrique Pires de Carvalho Ortegal
  • Isabel Silva Migliavacca
  • Maria Clara Emos de Araújo
  • Carla Cristina Ferreira Costa
  • Júlia Cândido Carvalho
  • Elias Hanna

Palavras-chave:

Diabetes mellitus. Insulina inalatória. Insulinoterapia.

Resumo

Introdução: A Diabetes Mellitus (DM) é uma das causas principais de morbidade e mortalidade no mundo. A descoberta da insulina, em 1921, foi a grande conquista para o tratamento dessa doença, mas ainda existe uma resistência em relação ao seu uso que permeia principalmente o receio de dor, visto que é aplicada proeminentemente em forma injetável. Assim, a insulina inalatória torna-se uma alternativa para a insulinoterapia. Objetivo: Discutir a viabilidade do uso de insulina inalatória no tratamento de DM. Material e método: Trata-se de um estudo descritivo, baseado em uma revisão integrativa da literatura. A questão norteadora da pesquisa foi: qual a viabilidade do uso de insulina inalatória no tratamento de DM? Para responder a tal questionamento, foi executada uma busca nos anos de 2013 a 2019 nas bases de dados: PUBMED, LILACS e Google Acadêmico, a partir dos descritores da Ciência da Saúde: “Diabetes Mellitus”, “Insulina inalatória” e “Insulinoterapia”. Resultados: Sendo a insulina inalatória um método não invasivo, administrada pela via pulmonar na forma de pó e com uma biodisponibilidade em torno de 10 a 20% da dose subcutânea, torna-se uma alternativa para o controle glicêmico de DM. As suas principais vantagens são o início de ação rápido e o armazenamento em temperatura ambiente. Notou-se que não houve diferença na incidência de hipoglicemia entre as insulinas inalatória e a insulina injetável. Ademais, percebeu-se que fatores como o peso, idade, raça não influenciam diretamente na atuação do fármaco. Contudo, alguns hábitos de vida, como o tabagismo, fazem com que a absorção da insulina seja mais rápida devido ao fato membrana dos alvéolos estarem mais finas. Assim, seu uso não é indicado para pacientes com problemas pulmonares, tendo como um dos principais efeitos colaterais a tosse seca e a diminuição dos valores dos testes de função pulmonar. Outros efeitos colaterais importantes são: citotoxicidade, indução excessiva da produção de muco, irritação e perda dos cílios epiteliais. Também, vale ressaltar que o seu uso antes das refeições não dispensará o uso de injeções de insulina de ação longa durante o dia. O esquema terapêutico de uso da insulina NPH e insulina regular é tão eficaz quanto o esquema de uso da insulina inalatória com a insulina NHP para a redução da HbA1C. Além disso, estudos mostram que pacientes que aderem ao segundo esquema terapêutico tem menor incidência de hipoglicemia e a HbA1C fica abaixo de 7%. Essa via, portanto, permite uma administração de doses baixas para a manutenção das doses de insulina. Conclusão: Visto que a prevalência de DM vem crescendo ano após ano, novos tratamentos e fármacos surgem no intuito de reduzir a morbidade e a mortalidade dessa doença, além de amenizar as consequências que ela trás para a vida do paciente. Desse modo, a insulina inalatória surge como alternativa no tratamento de DM. Logo, apesar de pacientes com patologias pulmonares não poderem utilizar a insulina inalatória, esse tipo de administração insulínica é de rápida aplicação, sem dor, pode ser armazenado em temperatura ambiente e possui absorção e pico de ação mais acelerado que os demais tratamentos, o que torna seu uso bastante viável quando estiver enquadrado nas condições adequadas.

Publicado

2020-02-19

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG