A influência da antivacina no recrudescimento do sarampo no Brasil

Autores

  • Ana Carolina Caixeta Costa
  • Fernanda Chaves da Silva
  • Gabriela Ramos Ribeiro
  • Lays Barros de Faria
  • Marina Ramos Ribeiro
  • Constanza Thaise Xavier Silva

Palavras-chave:

Movimento antivacina. Sarampo. Surto.

Resumo

Introdução: O movimento antivacina se iniciou com um médico britânico Andrew Wakefield que publicou, em 1998, um estudo apontando uma possível relação entre a vacina tríplice viral e o desenvolvimento do autismo. O medo da vacina se espalhou rapidamente, porém o estudo foi desmentido várias vezes e até foi descoberto uma fraude em que Wakefield alterou dados para beneficiar sua teoria. Contudo, o movimento é uma ideia que cresce mundialmente, especialmente na Europa e América do Norte. A vacina contra o sarampo foi introduzida no Brasil nos anos de 1967 e 1968, quando foi criado o Programa Nacional de Imunização. Na década de 1980, houve um declínio gradativo no número de óbitos, com 15.638 registros. Essa redução foi atribuída ao aumento da cobertura vacinal e à melhoria da colaboração médica ofertada às crianças com complicações pós-sarampo. Após um período de quatro anos de controle, o sarampo recrudesceu no país, iniciando com surtos em São Paulo, único estado da federação que não implantou a campanha de acompanhamento programada no país para 1996, e expandindo-se para todos os estados, com 91.810 casos notificados, 53.664 confirmados e 61 óbitos. Objetivo: O estudo tem como finalidade discutir a importância da vacina na prevenção de diversas enfermidades e como o movimento antivacina vai de encontro com a assistência médica fomentando surtos de doenças quase erradicadas como o sarampo. Material e Métodos: Trata-se de uma revisão de literatura do tipo integrativa com nove artigos de publicações científicas nas seguintes bases de dados: National Library of Medicine and National Institutes of Health (PUBMED), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Biblioteca Regional de Medicina (BIREME), entre os anos 2015 e 2019. Alem disso, foram analisados dados do Ministério da Saúde. Os descritores em ciências da saúde (DeCS) foram: movimento contra vacinação, erradicação de doenças e sarampo. Resultados: Fruto disso é o surto de sarampo que aconteceu em todo o mundo, a começar pela a Itália, com mais de 4.000 casos, em agosto de 2017. O sarampo é uma doença considerada erradicada em 2016 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em que não se registrava casos há mais de um ano. Infelizmente, esse quadro mudou em 2018, sendo que boletins da OMS apontaram um surto no Brasil. No país, foram confirmados 7 óbitos por sarampo, sendo 4 no Estado de Roraima e 3 no Estado do Amazonas. Conclusões: Com esse surto de sarampo, o Brasil corre o risco de perder o certificado de erradicação da doença, e isso pode trazer implicações em diversas circunstâncias sociais prejudiciais para qualquer país. São vários os fatores que podem contribuir para o ressurgimento de casos de sarampo no Brasil e no mundo, entre eles, a baixa adesão da vacina em países desenvolvidos, devido à resistência a determinadas vacinas, entre elas a tríplice viral, e o inadequado controle global do sarampo, enquanto os casos não forem erradicados e uma grande parcela da população não for imunizada, essa doença continuará circulando e gerando surto nos mais diversos países.

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Publicado

2020-02-19

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG