Encefalite herpética: relevância de um diagnóstico precoce

Autores

  • Lucas da Mota Louredo
  • Samuel Di Salvatore Pereira
  • Natália Sousa Costa
  • Ana Carolina Caixeta Costa
  • Mariana Santos Mota
  • Constanza Thaise Xavier

Palavras-chave:

Aciclovir. Vírus da encefalite da Califórnia. Diagnóstico precoce

Resumo

Introdução: A encefalite herpética (HP) é uma complicação neurológica caracterizada pela infecção por vírus da família herpesviridae, sendo os mais comuns: Herpes simples tipo 1 (HSV1), Herpes simples tipo 2 (HSV-2), Vírus varicela-zoster (VZV), Citomegalovirus (CMV) e o Vírus Epstein-Barr (EBV). Seus sintomas clássicos são alterações do nível de consciência ou personalidade, febre alta, cefaleia e crise convulsiva. Trata-se de uma condição de elevada taxa de morbimortalidade, além do elevado percentual de pacientes que não recuperam suas condições neurológicas prévias, o que leva a necessidade urgente de tratamento com antivirais, sendo o aciclovir o medicamento de escolha. O diagnóstico é o uso de PCR do DNA viral no liquido cefalorraquidiano como padrão ouro aliado a exames de imagens como tomografias e ressonâncias magnéticas. Objetivo: Esse trabalho visa determinar a importância dessa patologia no cenário brasileiro, destacando a relevância de um diagnóstico precoce no fomento do tratamento mais adequado, a partir de uma terapia que traga melhor prognostico ao paciente. Material e Método: Trata-se de uma revisão sistemática de literatura, baseada em cinco artigos publicados entre 2007 e 2017, sendo todos em língua portuguesa. Os artigos utilizados foram pesquisados nas seguintes plataformas: Scientific electronic Library Online (SciELO), National Library of Medicine and National Institutes of Hellth (PubMed) e Google Acadêmico. Resultados: Essa revisão percebeu sutis diferenças no tratamento desde o início do tratamento até a dosagem, intervalo de doses, tempo de tratamento e associação. A terapia com Aciclovir começa logo após a suspeita clínica, sendo que a eficácia terapêutica diminui com o agravo do quadro. Todavia, pesquisas alertam sobre a hepatotoxicidade, o que em casos de erro diagnóstico podem gerar graves problemas. Mas, na maioria dos casos os benefícios suplantam os riscos. A terapia imediata pode reduzir em 70% a mortalidade e o ideal de início para o tratamento seria nas primeiras 24 horas e mantida durante 14 a 21 dias, sendo que a demora no tratamento está associada a um risco de recidiva e de dano no sistema nervoso central, ambos aumentados. A via de administração pode variar dependendo do estado do paciente, sendo que a endovenosa é mais rápida. Em casos de crises epilépticas o recomendado é a associação de Aciclovir com o ácido Valproico, lamotrigina e a associação com um antipsicótico. Dado o potencial de nefropatia por cristalúria associada ao aciclovir, recomenda-se manter hidratação venosa adequada durante o tratamento. Além disso a associação de crioterapia ao aciclovir na encefalite herpética esteve independentemente associada a melhor prognóstico. Conclusão: A literatura atual evidencia a relação do diagnóstico precoce com um melhor prognóstico do paciente com encefalite herpética. As consequências de uma HP diagnosticada tardiamente e até mesmo não diagnosticada adequadamente variam desde graves problemas neurológicos até o óbito. Daí a importância de iniciar rapidamente o tratamento com o antiviral Aciclovir afim de evitar sequelas da doença como hemorragia e atrofia corticais, microcefalia e encefalomalacia megacística. É fundamental investigar a história clínica do suspeito relacionada com os sinais e sintomas presentes com o propósito de iniciar a terapia especifica cogitando a evolução do caso.

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Publicado

2020-02-19

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG