Percepção de acadêmicos de medicina em relação a sintomas depressivos em escolares na adolescência

Autores

  • Igor Mundim Zendron
  • Juliana Malta Moreira
  • Leticia Loureiro Castro Real
  • Nathália Costa Coelho Braga
  • Guilherme Henrique Laccino Borges
  • Júlia Maria Rodrigues de Oliveira

Palavras-chave:

Transtornos do Comportamento Infantil. Psicologia da Criança. Orientação Infantil. Educação em Saúde.

Resumo

Introdução: presente trabalho apresenta um relato da experiência de acadêmicos de medicina da faculdade UniEVANGÉLICA com uma ação educativa sobre os sintomas da depressão infantil no colégio Couto Magalhães no dia 06 de junho de 2019. O módulo de Medicina de Família e Comunidade, subárea de saúde coletiva proporcionou a realização do projeto através da metodologia do Arco de Maguerez. As 3 primeiras etapas do método foram aplicadas na visita à escola com o apoio do questionário da pesquisa PeNSE (IBGE, 2015). Contextualizando diferentes aspectos como educação sexual e bullying, constatou-se que 40% dos alunos se queixou de solidão, definindo um ponto vulnerável passível de intervenção. Na terceira fase, a teorização explorou os tópicos necessários a cobrir, destacando consequências que pesam sobre todo o processo maturativo biopsicossocial, atingindo 8 milhões de crianças no Brasil. A intervenção se baseou no risco de depressão entre os alunos do 6° ano ao 3° ano do ensino médio, objetivando oferecer meios para lidar com os sintomas e prevenir a depressão. Para isso, foi aplicado o Inventário de depressão infantil de Kovacs, que propõe mensurar o nível do distúrbio em jovens de 7 a 17 anos. Cada questão porta 3 alternativas, pontuadas de 0 a 2 de acordo com a gravidade. Objetivo: apresentar a experiência de estudantes de medicina frente a ação em saúde na aplicação de escala para depressão infantil. Relato de experiência: a pesquisa abrangeu 82 alunos e, com os resultados, o grupo se viu surpreso. Categorizadas as questões pelo peso para o risco de depressão, a terceira categoria, sobre afecções funcionais e à concepção de si mesmo, apresentou números alarmantes: 57,32% mostraram score mediano a máximo para más perspectivas de vida, 56,1% quanto ao mau rendimento escolar, 19,5% pela baixa autoestima e 18,3% referiram ideação suicida. Com a apresentação de um banner, o grupo esclareceu limites entre a regularidade e a patologia, pontuando técnicas para lidar com a tristeza. Como por exemplo, a prática de exercícios, filmes e músicas que propiciem a liberação dos “hormônios da felicidade” abordados – serotonina, dopamina, endorfina e oxitocina. Discussão: uma das tarefas mais importantes da prática foi despertar o assunto como algo passivo de prevenção. Questões como a autoestima, otimismo e rendimento escolar foram abertamente discutidas. Mas, ainda assim, o grupo sentiu certa impotência frente ao impacto funcional dos resultados, já que os participantes não transpareciam sentimentos tão relevantes quanto as porcentagens. Por outro lado, houve queixas dos participantes sobre a rigidez das opções da escala de Kovacs, que apresentavam extremos que não contemplavam individualidades suficientes para representá-los. Por fim, o projeto foi aperfeiçoou competências para um melhor entendimento das singularidades da saúde, adaptação da linguagem de alcance ao público e a maturidade para utilizar dados contextualizados e agir sobre eles. Conclusão: a experiência foi extremamente enriquecedora ao grupo, contribuindo para a visualização dos sintomas depressivos na juventude como um fator social importante e proporcionando melhores perspectivas sobre o manejo diário do problema. Nessa linha, é imprescindível que as escalas de depressão sejam desenvolvidas empírica e amplamente, para uma melhor identificação dos sujeitos.

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Publicado

2020-02-26

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG