Formigas como vetores mecânicos de bactérias patogênicas em unidades hospitalare

Autores

  • Gabriel Garcia Cunha Lopes
  • Geraldo Porto Magalhães Netto
  • Larissa Amorim Silva
  • Leandro Norberto da Silva Júnior
  • Rodrigo Scaliante de Moura

Palavras-chave:

Bactérias. Formigas. Infecção hospitalar. Artrópodes. Vetores de doenças. Controle de infecções.

Resumo

Introdução: Os hospitais são locais propícios para a instalação e propagação de insetos, especialmente formigas. Estas, além da sua capacidade adaptativa, vivem em mutualismo com outros animais, plantas, fungos e bactérias, o que confere um risco elevado para infecções nosocomiais. A associação desse grupo de microorganismos ao seu carreamento por formigas pode ser observada como fator de risco para o aumento da exposição dos pacientes hospitalizados a diversos tipos de agentes etiológicos e, consequentemente, sejam sujeitos a infecção. Objetivo: Reconhecer a microbiota bacteriana associada a formigas dentro do ambiente nosocomial. Material e métodos: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura. Foi realizada pesquisa bibliográfica nos bancos de dados PUBMED, SciELO, LILACS e BIREME através dos seguintes descritores: bactérias; formigas; infecção hospitalar. Foram selecionados artigos científicos em língua vernácula e estrangeira contemplando a temática da revisão bibliográfica para a elaboração do resumo. Resultados: Os estudos avaliados pela revisão revelaram o potencial das formigas como carreadoras de: Acinetobacter sp., Bacillus sp., Burkholderia cepacia, Candida sp., Citrobacter sp., Comamonas terrigena, Enterobacter sp., Enterococcus sp., Hafnia sp., Klebisiella sp., Pseudomonas sp., Serratia sp., Staphylococcus sp., Streptococcus viridans e Yersinia sp. . Staphylococcus aureus é um dos agentes etiológicos mais prevalentes em infecções hospitalares, sendo responsável por infecções de pele e partes moles, pneumonia e infecções invasivas. Estafilococos coagulasenegativos são representados principalmente por S. epidermidis e S. saprophyticus, patógenos mais comuns no ambiente hospitalar e causadores de infecção da corrente sanguínea. H. alvei é causa rara de infecção em indivíduos não hospitalizados, mas em fragilizados gera diarreia, infecção da corrente sanguínea, meningite, infecção do trato urinário, infecção de ferida, abscesso intra-abdominal e empiema. K. ozaenae é implicada como causadora de rinite crônica atrófica, bacteremia e infecção do trato urinário em indivíduos sob regime hospitalar, e K. pneumoniae com infecções pulmonares graves. E. coli é um dos patógenos mais frequentes no hospital, juntamente com S. aureus, e normalmente causa infecção do trato urinário. Y. pseudotuberculosis é causa rara de infecção em humanos e relaciona-se mais comumente com linfadenite mesentéria, com poucos casos relatados de infecção grave. P. luteola associa-se com infecção do trato respiratório baixo e derrame pleural, e P. aeruginosa causa infecção grave em pacientes (septicemia, pneumonia, infecção do trato urinário) debilitados, especialmente em grandes queimados. Conclusão: Pôde-se identificar distintas espécies bacterianas com potencial infeccioso associadas com formigas, sendo que a maioria delas possui relevância no cenário de infecções nosocomiais. Esse achado corrobora para o fato de que esses artrópodes apresentam potencial para elevar os índices de infecções hospitalares, necessitando serem alvo de controle. Assim, os resultados desse estudo devem fomentar o surgimento de outros que avaliem métodos efetivos para a diminuição da população desses insetos dentro dos hospitais, além de incentivar o surgimento de mais estudos brasileiros dentro da temática que busquem avaliar a perfil da microbiota dos hospitais nacionais.
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Publicado

2020-02-26

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG