Avaliação do perfil epidemiológico dos casos de síndrome respiratória aguda grave em residentes de Goiânia, entre 2013 e 2018

Autores

  • Yves Mauro Ternes Universidade Federal de Goiás
  • Izabella Caroline Gebrim Rodrigues Universidade Federal de Goiás
  • João Victor Bomtempo de Castro
  • Julia Luiza de Faria Universidade Federal de Goiás
  • Lucas de Figueiredo Barbosa Universidade Federal de Goiás
  • Érika Carvalho de Aquino Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.37951/2358-9868.2020v8i2.p5-14

Palavras-chave:

Síndrome Respiratória Aguda Grave, Influenza Humana, Monitoramento Epidemiológico, Fatores de Risco

Resumo

Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico dos casos notificados de Síndrome Respiratória Aguda Grave em Goiânia. Métodos: Estudo de corte transversal dos casos notificados de Síndrome Respiratória Aguda Grave extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação Influenza Web, de 2013 a 2018, entre os residentes de Goiânia/GO. Realizou-se uma análise descritiva socioeconômica, com avaliação dos fatores associados por meio do teste qui-quadrado e análise multivariada por regressão logística. Resultados: Dos 1.379 casos notificados, 321 (23,30%) tinham de 0 a 5 anos e 236 (17,10%) mais que 60 anos, tendo estes uma chance de evoluir a óbito 4,01 maior que aqueles (p<0,001). Ao todo, 345 indivíduos (25,00%) vacinaram contra o vírus influenza, sendo que 106 (33,02%) tinham de 0 a 5 anos e 86 (36,44%), 60 anos ou mais. Em relação ao óbito, a presença de comorbidades (OR 1,87; IC95% 1,31; 2,65), internação em unidade de terapia intensiva (OR 7,66; IC95% 5,32; 11,04) e ausência de tratamento com antiviral (OR 5,93; IC95% 1,54; 22,85) foram fatores de risco associados. Apesar do vírus influenza A H1N1 ter sido o agente etiológico mais frequente, não foi observada relação entre tal vírus e óbito (p=0,397), assim como não foram identificados relação entre vacinação e internação em UTI, óbito e diminuição no tempo de internação dos pacientes. Conclusões: Indivíduos adultos e/ou que não vacinaram para gripe compõem o perfil das notificações. Aqueles que foram internados em unidade de terapia intensiva e portadores de comorbidade apresentaram maior chance de evoluir para óbito.

Biografia do Autor

Yves Mauro Ternes, Universidade Federal de Goiás

Professor adjunto peloDepartamento de Saúde Coletiva do Instituto de Medicina Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (IPTSP-UFG).

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Publicado

2020-12-18

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS