Taxa de Mortalidade de Pacientes com Síndrome Coronariana Aguda Submetidos a Procedimentos de Revascularização Miocárdica de Urgência no Brasil

Autores

  • Humberto Graner Moreira
  • Nathalia Tavares da Silva UniEVANGÉLICA
  • Isabella Mesquita Venâncio
  • Nathalia Aidar Bittar
  • Martinely Ribeiro de Souza
  • Ana Marina Silva Lima

DOI:

https://doi.org/10.29237/2358-9868.2019v7i2.p37-44

Palavras-chave:

Mortalidade, Angioplastia, Revascularização, Intervenção coronária percutânea

Resumo

Objetivo: Descrever a tendência de mortalidade em pacientes com Síndrome Coronariana Aguda, submetidos a procedimentos de revascularização miocárdica de urgência (Intervenções Coronarianas Percutâneas - ICP ou Cirurgias de Revascularização Miocáridicas - CRM) no Brasil. Métodos: Os dados referentes às internações hospitalares e mortalidade foram obtidos no banco de dados do Sistema Único de Saúde, do Ministério de Saúde (DATASUS), e categorizados por região brasileira e ano de procedimento, no período de 2008 a 2017. As taxas de mortalidade foram tabuladas e analisadas em forma de gráficos com análise de tendência, contendo o coeficiente de determinação (R2). Resultados: Foram realizados 546.147 procedimentos de revascularização miocárdica, sendo 78,7% ICP e 21,3% CRM. Houve um aumento no número de procedimentos de ICP de 122%, embora a mortalidade tenha permanecido estável. Os procedimentos de CRM também aumentaram 37%, e embora a mortalidade tenha diminuído de 8% para 6%, esta redução não foi significativa. Observaram-se disparidades entre regiões brasileiras: em 2017, a mortalidade dos pacientes submetidos à ICP foi menor no Sudeste (3,1%) e maior no Nordeste (5,6%). A região Sudeste também apresentou a menor taxa de mortalidade por CRM (6%), enquanto o Centro-Oeste apresentou maiores taxas (7,7%).  Conclusões: Apesar do aumento no número de procedimentos de revascularização miocárdica de urgência nos anos recentes, as taxas de mortalidade por ICP e CRM permaneceram estáveis, com grande heterogeneidade de resultados entre as regiões do país. Realizar os procedimentos em hospitais privados foi significativamente mais seguro do que em hospitais públicos.

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Publicado

2019-12-11

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS