Encefalite por Rickettsia sem exantema: a propósito de um caso clínico

Autores

  • Talita Fernandes Araújo Universidade Federal de Goiás
  • Luís Pedro Ferreira de Assis Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil.
  • Paulo Ricardo de Lima Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.29237/2358-9868.2018v6i1.p99-102

Palavras-chave:

Febre maculosa. Rickettsia rickettsii. Rickettsioses. Zoonoses.

Resumo

Objetivo: Relatar caso raro de encefalite por Rickettsia sem exantema. Relato do Caso: Paciente sexo masculino de 44 anos, trabalhador rural, apresentou quadro de febre diária, mialgia e astenia progredindo com amaurose de olho esquerdo, ataxia, flutuação mental, paraparesia de membros inferiores e estrabismo divergente à esquerda. Concerniu-se em tratamento empírico com ceftriaxone e dixiclina para Brucelose, Rickettsia e Lyme. Exame laboratorial positivou para Rickettsia rickettsii. Discussão: A Febre Maculosa é uma doença infecciosa febril aguda, causada pela Rickettsia rickettsii. É adquirida pela picada do carrapato infectado, do gênero Amblyomma. Apresenta um curso clínico variável. O início dos sintomas costuma ser abrupto e inespecíficos. Manifestações neurológicas estão presentes em cerca de 40% dos casos. A Reação de imunofluorescência indireta é o padrão-ouro para o diagnóstico. Os fármacos de melhor eficácia para o tratamento são:  doxiciclina e o cloranfenicol. No Brasil, as taxas de mortalidade giram em torno de 20 a 30%. Considerações finais: A suspeição clínica e início precoce de antibioticoterapia dirigida são fundamentais para prevenir manifestações mais severas e permitir o sucesso terapêutico.

Referências

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Publicado

2018-09-28