Perfil epidemiológico das intoxicações por plantas tóxicas e domissaneantes notificadas em Goiás no período 2011 a 2015.

Autores

  • Larissa Amorim Silva Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA
  • Henrique Augusto Nascimento
  • Lorena de Oliveira Silva
  • Hellen Caroline Pereira Machado
  • Victória Oliveira Prados
  • Lanna Tarce Gonçalves de Morais
  • Ana Carolina Lobato Maya
  • Raphael Rocha de Oliveira

DOI:

https://doi.org/10.29237/2358-9868.2018v6i1.p31-38

Palavras-chave:

Envenenamento., Saneantes., Compostos químicos., Mapeamento geográfico.

Resumo

Objetivos: Busca-se discutir as intoxicações por produtos químicos, domissaneantes e plantas tóxicas notificadas no estado de Goiás no período de 2011 a 2015. Métodos:Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, cujos dados foram obtidos por meio de consulta à base de dados Sistema de Informações de Agravos e Notificação disponibilizada pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Foi utilizado o Sistema de Informação Geográfica gratuito e realizadas técnicas de geoprocessamento para visualizar, editar, criar e analisar os dados dos mapas de referência. As variáveis utilizadas foram: município de notificação, sexo, faixa etária, circunstância, zona de residência, escolaridade, tipo de exposição e evolução do quadro. Resultados: Observou-se uma prevalência das intoxicações por produtos químicos (46.16%), seguidas por domissaneantes (44.70%) e por plantas tóxicas (9.13%). As cidades que apresentaram um maior número de notificações foram Goiânia, Formosa, Anápolis, Rio Verde, Valparaíso de Goiás e Jataí. As intoxicações foram mais prevalentes em mulheres (53.23%). Os maiores índices estão nas faixas etárias de 01 a 04 anos (28.05%) e de 20 a 39 anos (38.55%). A circunstância está associada com a faixa etária, sendo de forma geral, a intoxicação acidental mais frequente. Há maior número de casos na zona urbana (91.83%). A exposição aguda-única é mais frequente e a maioria dos casos evoluíram para cura sem sequela. Conclusão: Portanto, os resultados se justificam pelo armazenamento, uso e disponibilização inadequados de produtos químicos e desconhecimento do potencial tóxico de algumas plantas.

 

Referências

1. Silva M, Junior WD, Moraes MG. Intoxicações causadas por plantas no estado de Goiás. Enciclopédia Biosfera 2012; 1576-1584
2. Leite EMA, Amorim LCA. Noções básicas de toxicologia. Belo Horizonte: Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, Faculdade de Farmácia, UFMG, 2006.
3. Vieira LP, Santana VTP, Suchara EA. Caracterização de tentativas de suicídios por substâncias exógenas. Cad Saúde Colet 2015; 23(2):118-123.
4. Getter CJ, Nunes JRS. Ocorrência de Intoxicações por Plantas Tóxicas no Brasil. Engenharia Ambiental: Pesquisa e Tecnologia 2011; 8(1): 079-100
5. Zambolim CM, Oliveira TP, Hoffmann AN, Vilela CEB, Neves D, Dos Anjos FR et al. Perfil das intoxicações exógenas em um hospital universitário. Rev Med Minas Gerais 2008; 18(1): 50-10.
6. Rodrigues DS, Rebouças DS, Teles AMS, Filho JNC, Guimarães CRR, Santana OAM et al. Apostila de Toxicologia Básica. Centro de informações Antiveneno (CIAVE). Governo do Estado da Bahia. Secretaria da Saúde do Estado da Bahia 2009; Disponível em: http://www.saude.ba.gov.br/pdf/Apostila_CIAVE_Ago_2009_A4.pdf. Acesso em maio de 2017.
7. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde. Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental – CGVAM /. I Informe unificado das informações sobre agrotóxicos existentes no SUS, 2006. DF, Abr. 2008.
8. Brito JG, Martins CBG. Intoxicação acidental na população infantojuvenil em ambiente domiciliar: perfil dos atendimentos de emergência. Rev Esc Enferm USP 2015; 49(3): 373-380
9. Tôrres AR, Oliveira RAG, Diniz MFFM, Araújo EC. Estudo sobre o uso de plantas medicinais em crianças hospitalizadas da cidade de João Pessoa: riscos e benefícios. Rev bras farmacogn 2005; 15(4): 373-380
10. Vieira LP, Santana VTP, Suchara EA. Caracterização de tentativas de suicídios por substâncias exógenas. Cad Saúde Colet 2015;23 (2): 118-123.
11. Mello MGS, Rozemberg B, Castro JSM. Domissanitários ou domitóxicos? A maquiagem dos venenos. Cad. Saúde Colet 2015;23(2): 101-108.
12. Meyer A, Sarcinelli PN, Abreu-Villaça Y, Moreira JC. Os agrotóxicos e sua ação como desreguladores endócrinos. 2006. Trabalho baseado no artigo “Estarão alguns grupos populacionais brasileiros sujeitos à ação de disruptores endócrinos?”, publicado pelos autores nos Cadernos de Saúde Pública 15(4): 845- 850, 1999.
13. Brasil. Manual técnico de convenções cartográficas: catálogo de símbolos - 2ª parte, 2ed., Brasília, 2000. 66p. Disponível em: <http://people.ufpr.br/~firk/pessoal/CartoTopog/T34700_2aparte.pdf>.
14. Luz, JS. A inserção de Anápolis/GO no contexto da dinâmica regional. Revista Anápolis Digital 2010; 01(01).
15. Fook SML, Azevedo EF, Costa MM, Feitosa ILF, Bragagnoli G, Mariz SR. Avaliação das intoxicações por domissanitários em uma cidade do Nordeste do Brasil. Cad. Saúde Pública 2013; 29(5); 1041-1045.
16. Freitas NBB, Arcuri ASA. Situações e fatores de risco no ramo químico. Caderno de Saúde do Trabalhador – Instituto Nacional de Saúde no Trabalho. 2000 Out.
17. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) [base de dados na Internet]. 2016. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/default.php
18. Organização Mundial da Saúde. 2006. Suicide [Internet]. Disponível em: http://www.who.int/mental_health/media/counsellors_portuguese.pdf. Acesso em maio de 2017.
19. Damas FB, Barotto AM, Serrano AI. Tentativas de suicídio com agentes tóxicos: análise estatística dos dados do CIT/SC (1994 a 2006). Rev Bras Toxicol 2009; 22(1-2): 21- 26.
20. Rosa NM, Campos APS; Guedes MRJ, Sales CCF, Mathias TAF, Oliveira MLF. Intoxicações associadas às tentativas de suicídio e suicídio em crianças e adolescentes. Rev enferm UFPE on line 2015; 9(2):661-8.
21. Santos SA, Legay LF, Lovisi GM, Santos JFC, Lima LA. Suicídios e tentativas de suicídios por intoxicação exógena no Rio de Janeiro: análise dos dados dos sistemas oficiais de informação em saúde, 2006-2008. Rev Bras Epidemiol 2013; 16(2):376-87.
22. K Hawton, E Arensman, D Wasserman, A Hultén, U Bille-Brahe, T Bjerke et al. Relation between attempted suicide and suicide rates among young people in Europe. J Epidemiol Community Health 1998;52(3):191-4.
23. Peres F, Moreira JC. É veneno ou é remédio: agrotóxicos, saúde e ambiente. Cad. Saúde Pública 2005; 21(1): 333-341.
24. Veiga MM, Silva DM, Veiga LBE, Faria MVC. Análise da contaminação dos sistemas hídricos por agrotóxicos numa pequena comunidade rural do Sudeste do Brasil. Cad. Saúde Pública 2006;22(11):2391-2399.
25. Seleghim MR, Bellasalma ACM, Mathias TAF, Oliveira MLF. Caracterização das tentativas de suicídio entre idosos. Cogitare Enferm 2012;17(2):277-83.
26. Cardoso TN. Eventos toxicológicos relacionados a medicamentos, domissanitários e agrotóxicos em um município paraibano. Campina Grande – PB 2013, ed 21.
27. Figueiredo KC, Costa FL, Sangioni LA, Brondani ER, Piva C, Campos MMA et al. O papel da escola no controle e prevenção das intoxicações por medicamentos e saneantes em crianças. Revista Eletrônica Gestão & Saúde 2013; 4(4):1545-1555.
28. Brasil, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Cartilha de orientação para consumidores de saneantes. Brasília (DF): Gerência Geral de Saneantes; 2005;4-5.
29. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução RDC No 184/2001 e Resolução RDC Nº 40/2008. Guia para confecção de rótulos para produtos saneantes de risco I (notificados). Brasília, DF.
30. Neto AMV, Ferreira MAD, Figueiredo SMFB, Silva FMB, Soares ACS, Gondim APS. Aspectos epidemiológicos da intoxicação por medicamentos em crianças e adolescentes atendidos no centro de assistência toxicológica do Estado do Ceará. Rev. baiana saúde pública 2009;33(3): 388-401.

Downloads

Publicado

2018-09-28