Perfil epidemiológico das intoxicações por plantas tóxicas e domissaneantes notificadas em Goiás no período 2011 a 2015.
DOI:
https://doi.org/10.29237/2358-9868.2018v6i1.p31-38Palavras-chave:
Envenenamento., Saneantes., Compostos químicos., Mapeamento geográfico.Resumo
Objetivos: Busca-se discutir as intoxicações por produtos químicos, domissaneantes e plantas tóxicas notificadas no estado de Goiás no período de 2011 a 2015. Métodos:Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, cujos dados foram obtidos por meio de consulta à base de dados Sistema de Informações de Agravos e Notificação disponibilizada pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Foi utilizado o Sistema de Informação Geográfica gratuito e realizadas técnicas de geoprocessamento para visualizar, editar, criar e analisar os dados dos mapas de referência. As variáveis utilizadas foram: município de notificação, sexo, faixa etária, circunstância, zona de residência, escolaridade, tipo de exposição e evolução do quadro. Resultados: Observou-se uma prevalência das intoxicações por produtos químicos (46.16%), seguidas por domissaneantes (44.70%) e por plantas tóxicas (9.13%). As cidades que apresentaram um maior número de notificações foram Goiânia, Formosa, Anápolis, Rio Verde, Valparaíso de Goiás e Jataí. As intoxicações foram mais prevalentes em mulheres (53.23%). Os maiores índices estão nas faixas etárias de 01 a 04 anos (28.05%) e de 20 a 39 anos (38.55%). A circunstância está associada com a faixa etária, sendo de forma geral, a intoxicação acidental mais frequente. Há maior número de casos na zona urbana (91.83%). A exposição aguda-única é mais frequente e a maioria dos casos evoluíram para cura sem sequela. Conclusão: Portanto, os resultados se justificam pelo armazenamento, uso e disponibilização inadequados de produtos químicos e desconhecimento do potencial tóxico de algumas plantas.
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