Fatores influenciadores na escolha pela medicina de família segundo estudantes numa região neotropical do Brasil

Autores

  • Afonso Henrique Teixeira Magalhaes Issa Universidade Federal de Goiás UFG, Goiânia – GO – Brasil
  • Marco Tulio Antonio Garcia-Zapata Universidade Federal de Goiás UFG, Goiânia – GO – Brasil
  • André de Castro Rocha Universidade Federal de Goiás UFG, Goiânia – GO – Brasil
  • Bruna Baoini Sandré Universidade Federal de Goiás UFG, Goiânia – GO – Brasil
  • Ana Caroline Ferreira Dutra Centro Universitário de Anápolis UniEVANGÉLICA, Anápolis – GO – Brasil
  • Isabella Luanna de Oliveira Martins Centro Universitário de Anápolis UniEVANGÉLICA, Anápolis – GO – Brasil
  • Marcos Wesley da Silva Faculdade Metodista de Santa Maria FAMES, Santa Maria – RS – Brasil
  • Fátima Maria Lindoso da Silva Lima Universidade Federal de Goiás UFG, Goiânia – GO – Brasil

DOI:

https://doi.org/10.29237/2358-9868.2017v5i2.p56-65

Resumo

Objetivo: Analisar as percepções de estudantes, em uma escola médica no interior do estado de Goiás, sobre os fatores influenciadores na escolha ou na repulsa estudantil pela carreira em Medicina de Família e Comunidade. Metodologia: Pesquisa qualitativa, exploratória e transversal. Foi adotada a Análise de Conteúdo, de Laurence Bardin. O instrumento adotado foi um roteiro para entrevista semiestruturada e um questionário socioeconômico. O roteiro possuía perguntas fechadas abordando a preferência do aluno por determinadas especialidades médicas. A partir daí, perguntou-se por que escolheram ou não a Medicina de Família e Comunidade. Roteiro aplicado em 2013, para todos os 42 estudantes do último ano de um curso de medicina. Resultados: Nenhum estudante pesquisado escolheu a Medicina de Família e Comunidade. A relevância social da profissão, a abrangência de diversos problemas na prática clínica, o vínculo contínuo com pacientes, uma exposição maior a esta especialidade e, principalmente, a presença de médicos de família na graduação seriam influências positivas para a escolha destes alunos pela Medicina de Família e Comunidade. O desprestígio na universidade, identificado no discurso de professores e médicos preceptores, além da falta de reconhecimento da sociedade e a baixa remuneração foram os principais fatores desmotivadores na escolha pela área. Conclusão: A valorização da Medicina de Família e Comunidade, com o aumento da participação de mais especialistas no curso de medicina, além de uma valorização na comunidade universitária e na gestão do sistema de saúde podem ser ações que provoquem uma atração maior de estudantes para esta especialidade.

Referências

1. McWhinney IR. General practice as an academic discipline. Reflections after a visit to the United States. The Lancet. 1966; 1(7434): 419-423. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/4159793. Accessed February 19, 2016.
2. Starfield B, Shi L, Grover A, Macinko J. The effects of specialist supply on populations’ health: assessing the evidence. Health Aff (Millwood). 2005; Suppl Web:W5-W97 - W5-W107. doi:10.1377/hlthaff.w5.97.
3. Starfield B. Is primary care essential? The Lancet. 1994; 344(8930): 1129-1133. http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(94)90634-3
4. Scheffer M, Biancarelli A, Cassenote A. Demografia Médica No Brasil 2015. 3rd ed. São Paulo: CREMESP, CFM, USP; 2015.
5. Oliveira FP de, Vanni T, Pinto HA, Santos JDR dos, Figueiredo AM, Cyrino EG, et al. Mais Médicos: um programa brasileiro em uma perspectiva internacional. Interface (Botucatu). 2015; 19(54): 623-634. DOI: 10.1590/1807-57622014.1142.
6. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação da Saúde. Programa Mais Médicos – Dois Anos: Mais Saúde Para Os Brasileiros. 1st ed. Brasília: Ministério da Saude; 2015. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/agosto/03/livro-maismedicos-2015.pdf.
7. Correia LSL, Mendonça VRR, Garcia GBC, Brandão EC, Barral-Netto M. Medical Specialty Choice and Related Factors of Brazilian Medical Students and Recent Doctors. PLoS One. 2015; 10:e0133585. DOI: 10.1371/journal.pone.0133585.
8. Corsi PR, Fernandes ÉL, Intelizano PM, Montagnini CCB, Baracat FI, Ribeiro MCS de A. Fatores que influenciam o aluno na escolha da especialidade médica. Rev Bras Educ Med. 2014; 38(2): 213-220. DOI: 10.1590/S0100-55022014000200008.
9. Arnaldo J, Sandy NS, Vannucchi TR, et al. Fatores determinantes para a escolha da especialidade médica no Brasil. Rev Med (São Paulo). 2010;89(1):32-42.
10. Cavalcante NPG, Lira GV, Miranda AS. Interesse dos estudantes pela medicina de família: estado da questão e agenda de pesquisa. Rev Bras Educ Med. 2009; 33(2): 198-204. DOI: 10.1590/S0100-55022009000200006.
11. Brasil, Conselho Nacional de Saúde. Diretrizes E Normas de Pesquisa Em Seres Humanos. Resolução 196/96. Brasil; 1996.
12. BRASIL Conselho Nacional de Educação. Resolução nº 04/2014. Diretrizes Curriculares Nacionais Do Curso de Graduação Em Medicina. Brasil: Diário Oficial da União; 2014.
13. Bardin L. Análise de Conteúdo. 1st ed. São Paulo: LDA/Almedina Brasil; 2012.
14. Weber M. Economia E Sociedade: Fundamentos Da Sociologia Compreensiva, Volume 1. Universidade de Brasília; 2004.
15. Kamakura W, Mazzon JA. Critérios de estratificação e comparação de Classificadores Socioeconômicos no Brasil. Rev Adm Empres. 2016; 56(1): 55-70. DOI:10.1590/S0034-759020160106.
16. Brasil C de D da CM. Relatório de Definição de Classe Média No Brasil. Brasília; 2012. Disponível em: http://www.sae.gov.br/wp-content/uploads/Relat%C3%B3rio-Defini%C3%A7%C3%A3o-da-Classe-M%C3%A9dia.
17. Bennett KL, Phillips JP. Finding, recruiting, and sustaining the future primary care physician workforce: a new theoretical model of specialty choice process. Acad Med. 2010; 85(10 Suppl): S81-S88. DOI:10.1097/ACM.0b013e3181ed4bae.
18. Mello GA, de Mattos ATR, Souto BGA, Fontanella BJB, Demarzo MMP. Médico de família: ser ou não ser? Dilemas envolvidos na escolha desta carreira. Rev Bras Educ Med. 2009; 33(3): 475-482.
19. Rabinowitz HK, Diamond JJ, Markham FW, Santana AJ. The relationship between entering medical students’ backgrounds and career plans and their rural practice outcomes three decades later. Acad Med. 2012; 87(4): 493-497. DOI: 10.1097/ACM.0b013e3182488c06.
20. Pfarrwaller E, Sommer J, Chung C, Maisonneuve H, Nendaz M, Junod Perron N et al. Impact of Interventions to Increase the Proportion of Medical Students Choosing a Primary Care Career: A Systematic Review. J Gen Intern Med. 2015; 30(9): 1349-1358. DOI: 10.1007/s11606-015-3372-9.
21. Issa AHTM. Percepções discentes sobre a Estratégia de Saúde da Família e a escolha pela especialidade de Medicina de Família e Comunidade. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás. 2014. Disponível em: https://ensinosaude.medicina.ufg.br/up/151/o/Disserta%C3%A7%C3%A3o_Afonso_Henrique_(Revisada_e_Formatada)).pdf

Downloads

Publicado

2017-12-18