Elaboração e validação de questionário sobre o conhecimento da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica entre profissionais da atenção primária

Autores

  • Erikson Custódio Alcântara
  • Krislainy de Sousa Corrêa
  • Marcelo Fouad Rabahi

DOI:

https://doi.org/10.29237/2358-9868.2017v5i2.p6-18

Resumo

Objetivo: Elaborar e validar um questionário para avaliação do conhecimento sobre a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica para os profissionais da Atenção Primária. Métodos: Estudo metodológico com profissionais da Atenção Primária. Elaborou-se o questionário com 16 itens cujas respostas foram estruturadas utilizando a escala Likert. A construção do questionário contemplou diferentes aspectos da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica: prevenção, diagnóstico, tratamento e monitoramento. Três itens passaram por reconstrução frásica antes de ser aplicado, por apresentar 57,1% de discordância entre os pesquisadores. Após adaptação frásica e validação semântica o questionário foi aplicado em 89 profissionais. O instrumento foi aplicado em dois momentos com intervalo de 15 a 20 dias. Avaliou-se a reprodutibilidade pelo Kappa e a confiabilidade pelo alfa de Cronbach. Resultados: Participaram do estudo 26 (29,5%) agentes comunitários, 10 (11,4%) médicos, 13 (14,8%) enfermeiros, 25 (28,4%) técnicos de enfermagem, 6 (6,8%) auxiliares de cirurgiões-dentistas e 8 (9,1%) cirurgiões-dentistas. Sobre o nível de escolaridade destaca-se: 48 (54,5%) possuíam ensino médio completo e 21 (23,9%) superior completo. O questionário apresentou confiabilidade com α Cronbach = 0,763 e reprodutibilidade na maioria dos itens (87,5%) de bom a excelente (Kappa: 0,61 – 0,88). Conclusão: O questionário foi elaborado conforme as recomendações do Designing questionnaires and interviews. E atendeu às propriedades psicométricas mostrando-se confiável e reprodutível na avaliação do conhecimento sobre Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica entre profissionais da Atenção Primária.

Referências

1. Brasil. Ministério da Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde. Doenças crônicas não transmissíveis: estratégias de controle e desafios para os sistemas de saúde. Brasília: OPS; 2011. 92p.
2. Stelmach R, Neto AC, Fonseca ACCF, Ponte EV, Alves G, Araujo-Costa IN, et al. Programas e centros de atenção a asmáticos no Brasil; uma oficina de trabalho: revisitando e explicitando conceitos. J Bras Pneumol. 2015a;41(1):3-15.
3. Silva PNC, Jardim JR, Souza GMC, Hyland ME, Nascimento OA. Cultural adaptation and reproducibility of the Breathing Problems Questionnaire for use in patients with COPD in Brazil. J Bras Pneumol. 2012a;38(3):339-45. Erratum in: J Bras Pneumol. 2012a;38(4):538.
4. Alcântara EC, Rabahi MF. Tendência temporal da endemia do tabagismo no Brasil. Rev Med Minas Gerais. 2015;25(1):140-42.
5. World Health Organization - WHO. Burden of COPD. Genebra; 2016.
6. Pérez-Padilha R, Stelmach R, Soto-Quiroz M, Cruz AA. Combate a doenças respiratórias: esforços divididos levam ao enfraquecimento. J Bras Pneumol. 2014;40(3):207-10.
7. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia – SBPT. DPOC e Saúde Pública: Atendendo as Necessidades dos Pacientes; 2012. p.1-17. [citado em 2016 abr 12]. Disponível em: http://www.sbpt.org.br/downloads/arquivos/COM_DPOC/Relatorio_final_DPOC_Saude_Publica_2012_SBPT.pdf .
8. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 105p.
9. Bonin CDB, Santos RZ, Ghisi GLM, Vieira AM, Amboni R, Benetti M. Construção e validação do questionário de conhecimento para pacientes com insuficiência cardíaca. Arq Bras Cardiol. 2014;102(4):364-73.
10. Jardim JR, Oliveira JA, Nascimento O, Netto AP, Cukier A, Sandrini A et al. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia - SBPT. II Consenso Brasileiro sobre Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). J Bras Pneumol 2004; 30 (Suppl 5):S1-42.
11. Guyatt GH, Berman LB, Townsend M, Pugsley SO, Chambers LW. A measure of quality of life for clinical trials in chronic lung disease. Thorax. 1987;42(10):773-78.
12. Hyland ME, Bott J, Singh S, Kenyon CA. Domains, constructs and the development of the breathing problems questionnaire. Qual Life Res. 1994;3(4):245-56.
13. White R, Walker P, Roberts S, Kalisky S, White P. Bristol COPD knowledge questionnaire (BCKQ): testing what we teach patients about COPD. Chron Respir Dis. 2006;3:123-31.
14. Quirk FH, Jones PW. Repeatability of two new short airways questionnaires. Proceedings of the British Thoracic Society. Thorax. 1994;49(10):1075-79.
15. Jones PW, Harding G, Berry P, Wiklund I, Chen WH, Kline Leidy N. Development and first validation of the COPD Assessment Test. Eur Respir J. 2009;34(3):648-54.
16. Gouvêa GR, Silva MAV, Pereira AC, Mialhe FL, Cortellazzi KL, Guerra LM. Avaliação do conhecimento em saúde bucal de agentes comunitários de saúde vinculados à estratégia saúde da família. Cien Saude Colet. 2015;20(4):1185-97.
17. Marin JM, Cote C, Casanova C, Pinto-Plata V, Oca MM, Divo MJ et al. Simplificando lãs guias: lós 10 mandamentos de la EPOC. Arch Bronconeumol. 2016;42(4):179-80.
18. Global Initiative for chronic obstructive lung disease – GOLD, 2015 (on line). Global strategy for the diagnosis, management and prevention of COPD: 2015 update. [citado 22 jun. 2016] Disponível em: http://www.goldcopd.it/materiale/2015/GOLD_Report_2015.pdf .
19. Camargo LACR, Pereira CA. Dispneia em DPOC: além da escala modified medical research council. J Bras Pneumol. 2010;36(5):571-78.
20. Souza MLM, Meneghini AC, Ferraz E, Vianna EO, Borges MC. Técnica e compreensão do uso dos dispositivos inalatórios em pacientes com asma ou DPOC. J Bras Pneumol. 2009;35(9):824-31.
21. Queiroz MCCAM, Moreira MAC, Rabahi MF. Subdiagnóstico de DPOC na Atenção Primária em Aparecida de Goiânia, Goiás. J Bras Pneumol. 2012;38(6):692-99.
22. Cummings SR, Hulley SB. Designing questionnaires and interviews. In: Hulley SB, Cummings SR, Browner WS, Grady DG, Newman TB. Designing clinical research, 3 ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, Wolters Kluwer Health; 2007. P241-55.
23. Silva PR, Araújo ESNN, Caldeira AMA, Carvalho GS. Construção e validação de questionário para análise de concepções bioéticas. Rev Bioét. 2012b;20(3):490-501.
24. Júnior JAB, Matsuda LM. Construção e validação de instrumento para avaliação do acolhimento com classificação de risco. Rev Bras Enferm. 2012;65(5):751-57.
25. Landis JR, Koch GG. The measurement of observer agreement for categorical data. Biometrics. 1977;33(1):159-74.
26. Silva-Oliveira F, Ferreira EF, Mattos FF, Ribeiro MTF, Cota LOM, Vale MP et al. Adaptação transcultural e reprodutibilidade de questionário para avaliação de conhecimento e atitude de profissionais de saúde frente a casos de abuso físico infantil. Cien Saude Colet. 2014;19(3):917-29.
27. Laureano GHC, Torman VBL, Castro SMJ. Coeficiente de correlação intraclasse: comparação entre métodos de estimação clássico e bayesianos [Monografia na internet]. Porto Alegre (Brasil): Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Matemática - Departamento de Estatística; 2011 [citado 25 jul. 2016]. 52p. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/36714/000818152.pdf?sequence=1
28. Negri LSA, Ruy GF, Collodetti JB, Pinto LF, Soranz DR. Aplicação de um instrumento para detecção precoce de previsibilidade de agravos na população idosa. Cien Saude Colet. 2004;9(4):1033-46.
29. Stelmach R, Fernandes FLA, Carvalho-Pinto RM, Athanazio RA, Rached SZ, Prado GF et al. Comparação entre medidas objetivas do tabagismo e tabagismo autodeclarado em pacientes com asma ou DPOC: será que nossos pacientes dizem a verdade? J Bras Pneumol. 2015b;41(2):124-32.
30. Jones PW, Watz H, Wouters EF, Cazzola M. COPD: the patient perspective. Int J Chron Obstruct Pulmon Dis. 2016;11:13-20.

Downloads

Publicado

2017-12-18