Híbridos de Milho Afetam a Quantidade de Etanol Produzida no Cerrado do Centro-Oeste Paulista

Autores

  • Eduardo do Valle Lozano Universidade do Sagrado Coração, USC, Brasil.
  • Lucas Conegundes Nogueira Universidade do Estado de Minas Gerais, UEMG, Brasil.
  • Giovanni Uema Alcântara Centro Universitário do Sagrado Coração, UNISAGRADO, Brasil. 
  • Gustavo Henrique Gravatim Costa Universidade do Estado de Minas Gerais, UEMG, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-3723-2393

DOI:

https://doi.org/10.21664/2238-8869.2020v9i1.p424-438

Palavras-chave:

Zea mays, Saccharomyces cerevisiae, Bioenergia, Setor Sucroenergético

Resumo

O setor sucroenergético brasileiro vem utilizando o milho para a produção de etanol por apresentar ciclo vegetativo de 120 dias, cultivo em áreas de renovação de canaviais, e seus grãos podem ser armazenados por longos períodos de tempo. Neste sentido, o objetivo da pesquisa foi avaliar as características agronômicas de três híbridos de milho, e os reflexos do processamento dos grãos para a produção de etanol. O experimento foi instalado no município de Agudos no Estado de São Paulo na safra 2016/2017. A área experimental foi de 8.000m2, com 12 parcelas de 450m2 cada. Utilizou-se os híbridos 2B587PW, 2B633PW e 2B810PW. O plantio foi realizado em outubro de 2016 e a colheita ocorreu aos 150 dias após a semeadura (DAS). Durante o desenvolvimento da cultura (45, 75, 90 e 110 DAS) avaliou-se os parâmetros biométricos. Os grãos foram colhidos mecanicamente, triturados e imersos em água, adicionando-se a enzima α-amilase, originando o mosto. Os mostos foram submetidos à inoculação pela levedura industrial BG-1. Os híbridos 2B587PW, 2B633PW e 2B810PW resultaram em 3,65, 3,74 e 2,94 t ha-1 de grãos, respectivamente. Observaram-se valores médios de 430 L de etanol recuperados por ha processado. Conclui-se que o híbrido 2B633PW é o mais indicado para o cultivo no centro-oeste paulista, por apresentar maior produtividade de grãos, bem como há reflexos dos híbridos de milho processados sob o desempenho fermentativo da levedura BG-1, sendo o 2B810PW o que resulta em maior eficiência fermentativa e quantidade de etanol produzida por tonelada de milho processada.

Biografia do Autor

Eduardo do Valle Lozano, Universidade do Sagrado Coração, USC, Brasil.

Mestrado em Ciência e Tecnologia Ambiental pela Universidade do Sagrado Coração, USC, Brasil.

Lucas Conegundes Nogueira, Universidade do Estado de Minas Gerais, UEMG, Brasil.

Mestrado em andamento em Ciências Ambientais pela Universidade do Estado de Minas Gerais, UEMG, Brasil.

Giovanni Uema Alcântara, Centro Universitário do Sagrado Coração, UNISAGRADO, Brasil. 

Graduação em Engenharia Química pelo Centro Universitário do Sagrado Coração, UNISAGRADO, Brasil. 

Gustavo Henrique Gravatim Costa, Universidade do Estado de Minas Gerais, UEMG, Brasil.

Doutorado em Microbiologia Agropecuária pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, Brasil. Docente na Universidade do Estado de Minas Gerais, UEMG, Brasil.

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Publicado

2020-03-05

Como Citar

Lozano, Eduardo do Valle, Lucas Conegundes Nogueira, Giovanni Uema Alcântara, e Gustavo Henrique Gravatim Costa. 2020. “Híbridos De Milho Afetam a Quantidade De Etanol Produzida No Cerrado Do Centro-Oeste Paulista”. Fronteira: Journal of Social, Technological and Environmental Science 9 (1):424-38. https://doi.org/10.21664/2238-8869.2020v9i1.p424-438.