A Influência das Atividades Antrópicas na Paisagem da Área de Proteção Ambiental Estadual do Rio Pandeiros, MG - Brasil

Autores

  • Lívia Caroline César Dias Universidade Federal de São Carlos, UFSCAR, Brasil. http://orcid.org/0000-0003-3620-4390
  • Luiz Eduardo Moschini Universidade Federal de São Carlos, UFSCAR, Brasil.
  • Diego Peruchi Trevisan Universidade Federal de São Carlos, UFSCAR, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.21664/2238-8869.2017v6i2.p85-105

Resumo

No Brasil, uma das principais causas da perda de biodiversidade é a modificação dos habitats devido à conversão da paisagem natural para a agrícola. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo analisar a dinâmica temporal do uso e cobertura da terra da Área de Proteção Ambiental Estadual do Rio Pandeiros (APA Pandeiros) em um intervalo de 20 anos (1995 e 2015), para compreender as mudanças que ocorreram na paisagem da APA desde a sua criação, no ano de 1995. Foram utilizadas técnicas de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) no mapeamento do uso e cobertura da terra e para a caracterização ambiental. Tal análise permitiu a identificação de uma redução na vegetação nativa ao longo do tempo decorrente da expansão de algumas atividades agrícolas, como pastagem. Essa perda de vegetação nativa, juntamente com o avanço das atividades agrícolas, expõe esta Unidade de Conservação de Uso Sustentável a susceptíveis impactos ambientais e a perda significativa de biodiversidade.

Biografia do Autor

Lívia Caroline César Dias, Universidade Federal de São Carlos, UFSCAR, Brasil.

Doutorado em andamento em Ciências Ambientais pela Universidade Federal de São Carlos, UFSCAR, Brasil.

Luiz Eduardo Moschini, Universidade Federal de São Carlos, UFSCAR, Brasil.

Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos, UFSCAR, Brasil. Docente na Universidade Federal de São Carlos, UFSCAR, Brasil.

Diego Peruchi Trevisan, Universidade Federal de São Carlos, UFSCAR, Brasil.

Doutorado em andamento em Ciências Ambientais pela Universidade Federal de São Carlos, UFSCAR, Brasil.

Referências

Alencar TS 2007. Proposta metodológica para delimitação e classificação do ambiente de vereda utilizando imagens orbitais. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Programa de Pós-Graduação do Departamento de Geografia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 108 pp.
Azevedo TS 2008. Legislação e geotecnologias na definição das Áreas de Preservação Permanente e das Reservas Legais: Aplicação à Bacia do Córrego das Posses, Município de Extrema – MG. PhD Thesis, Universidade Estadual Paulista – “Júlio de Mesquita Filho”, Rio Claro, 168 pp.
Bethonico MBM 2009. Área de proteção ambiental Estadual do Rio Pandeiros- MG: Espaço, Território e atores. PhD Thesis, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 288 pp.
Brasil. Lei nº 11.901 de 01 de setembro de 1995. Declara de proteção ambiental as áreas de interesse ecológico situadas na bacia hidrográfica do rio Pandeiros. [updated 2016 Nov 11; cited 1995 Sep 02] Available from: http://www.sfrancisco.bio.br/legislac/l11901.html.
Brasil. Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000. Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC. [updated 2016 Nov 15; cited 2000 Jul 19] Available from: https://www.planalto. gov.br/ccivil_03/LEIS/L9985.htm.
Brasil. Ministério da Integração Nacional 2005. Secretaria de Políticas de Desenvolvimento Regional. Nova Delimitação do Semiárido Brasileiro. Almenara, Minas Gerais. 35 pp.
Brasília 2008. Fundação Pró Natureza. Plano de Desenvolvimento Territorial de Base Conservacionista do Mosaico Sertão Veredas – Peruaçu. Brasília, 60 pp.
Carvalho MS 2012. Os parques naturais municipais da ilha de Vitória (ES) no contexto das áreas verdes urbanas: Um olhar biogeográfico pelo viés da ecologia da paisagem. MsC Dissertation, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 224 pp.
Cerqueira R, Brant A, Nascimento MT, Pardini R 2003. Fragmentação: alguns conceitos. In: Rambaldi, DM, Oliveira, DAS. Fragmentação de ecossistemas: Causas, efeitos sobre a biodiversidade e recomendações de políticas públicas. Brasília: MMA/SBF, p. 23-43.
Coelho VHR, Montenegro SMGL, Almeida CN, Lima ERV, Neto AR, Moura GSS 2014. Dinâmica do uso e ocupação do solo em uma bacia hidrográfica do semiárido brasileiro. R. Bras. Eng. Agric. Ambient, 18(1): 64–72.
Crouzeilles R, Prevedello JA, Figueiredo MSL, Lorini ML, Grelle CEV 2014. The effects of the number, size and isolation of patches along a gradient of native vegetation cover: how can we increment habitat availability. Landscape ecol. 29: 479-489.
Cunha NRS, Lima JE, Gomes MFM, Braga MJ 2008. A intensidade da exploração agropecuária como indicador da degradação ambiental na região dos cerrados, Brasil. RER. Piracicaba, 46(2): 291-323.
Drummond GM, Martins CS, Machado ABM, Sebaio FA, Antonini Y 2005. Biodiversidade em Minas Gerais. 2. ed. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas, 222 pp.
Durigan G 2010. Cerrado: o trade-off entre a conservação e o desenvolvimento. Parc. Estrat. Ed. Esp. Brasília-DF, 15(31): 245–250.
Esteves CF 2010. Influência antrópica na distribuição espacial da comunidade de mamíferos no Parque Estadual da Ilha Anchieta, SP, MsC Dissertation, Universidade Estadual Paulista – “Júlio de Mesquita Filho”, Rio Claro, 161 pp.
Fernandes GW, Pedroni F, Sanchez M, Scariot A, Aguiar LMSA, Ferreira GB, Machado R, Ferreira ME, Diniz S, Pinheiro R, Costa JAS, Dirzo R, Muniz F 2016. Bioma em transformação. In: GW Fernandes, F Pedroni, M Sanchez, A Scariot, LMSA Aguiar, GB Ferreira, R Machado, ME Ferreira, S Diniz, R Pinheiro, JAS Costa, R Dirzo, F Muniz. Cerrado: em busca de soluções sustentáveis. Rio de Janeiro: Vertente produções artísticas, p. 80-102.
Fonseca DSR, Nascimento CR, Miranda WA, Figueiredo FP 2011. Diagnóstico do uso do solo e degradação ambiental na bacia hidrográfica do Pandeiros-MG como subsídio para estudos de impacto ambiental. Revista Eletrônica Geoaraguaia, Barra do Garças, (1)1-20.
Gutzwiller KJ 2002. Applying landscape ecology in biological conservation: Principles, constraints, and prospects. In: KJ Gutzwiller. Applying landscape ecology in biological conservation. Nova York: Springer-Verlag, p. 481-500.
IBGE 2010a. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Informações estatísticas de Bonito de Minas, MG. [updated 2016 Nov 10; cited 2012 Dec 04] Available from: http://cidades.ibge.gov.br/ xtras/perfil.php?lang=&codmun=3108255.
IBGE 2010b. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Informações estatísticas de Januária, MG. [updated 2016 Nov 10; cited 2012 Dec 04] Available from: http://cidades.ibge.gov.br/ xtras/perfil.php?lang=&codmun=3135209.
IBGE 2010c. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Informações estatísticas de Cônego Marinho, MG. [updated 2016 Nov 10; cited 2012 Dec 04] Available from: http://cidades.ibge.gov.br/ xtras/perfil.php?lang=&codmun=3117836.
IBGE 2013. Instituto de Geografia e Estatística. Manual Técnico de Uso da Terra, 3ª ed., 171 pp.
IGAM 2014. Instituto Mineiro de Gestão das Águas. Relatório Anual: Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica Rio Pandeiros – SF9. Volume IB. Minas Gerais, 531 pp.
IEF 2016. Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais. Banco de dados de Unidades de Conservação Estaduais. [updated 2016 May 14; cited 2016 Aug] Available from: http://www.ief.mg.gov.br/areas-protegidas/banco-de-dados-de-unidades-de-conservacao-estaduais.
IEF 2015. Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais. Área de Proteção Ambiental Estadual do Rio Pandeiros. [updated 2016 Sep 25; cited 2016 Sep 25] Available from: http://www.ief.mg.gov.br/ noticias/3306-nova-categoria/1769-apa-pandeiros-.
ISA 2016. Unidades de Conservação. Instrumentos para gestão e planos de manejo. [updated 2016 Dec 01; cited 2016 Dec 01] Available from: https://uc.socioambiental.org/gest%C3%A3o/instrumentos-de-gest%C3%A3o.
Klink CA, Machado RBA 2005. Conservação do cerrado brasileiro. Megadiversidade, Belo Horizonte, 1(1): 147-155.
Lima TC, Guilen-lima CM, Oliveira MS, Soares-filho B 2013. DINAMICA EGO e Land Change Modeler para simulação de desmatamento na Amazônia brasileira: análise comparativa. In: Anais XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto: Foz do Iguaçu, INPE, 6379-6386.
Lúcio SLB, Pereira LEC, Ludewigs T 2014. O Gado que Circulava: Desafios da Gestão Participativa e Impactos da Proibição do Uso do Fogo aos Criadores de Gado de Solta da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Veredas do Acari. Biodiversidade Brasileira, 4(1): 133-155.
Miguel FRM, Vieira SR, Grego CR 2009. Variabilidade espacial da infiltração de água em solo sob pastagem em função da intensidade de pisoteio. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 44(11): 1513 – 1519.
MMA 2008. Ministério do Meio Ambiente. Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção. Instrução Normativa Nº 6, de 23 de setembro de 2008.
Nunes YRF, Azevedo IFP, Neves WV, Veloso MDM, Souza RA, Fernandes GW 2009. Pandeiros: O Pantanal Mineiro. MG-Biota, Belo Horizonte, 2(2): 4-17.
Oliveira JAP 2008. Property rights, land conflicts and deforestation in the Eastern Amazon. Forest Policy and Economics, London, 10(5): 303-315.
Oliveira RM 2015. Vivendo nos interstícios do Cerrado: encurralados entre o Agronegócio e Unidades de Conservação, PhD Thesis, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Presidente Prudente, 352 pp.
O Eco 2014. O que é Fragmentação. [updated 2014 Jan 14; cited 2017 Jul 26] Available from: http://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/27923-o-que-e-fragmentacao/.
Pereira AA, Barros DA, Pereira JAA, Júnior FWA, Morelli F, Scolforo JRS 2014. Frequência espaço-temporal dos focos ativos em Minas Gerais durante o período de 1999 a 2009. Revista Árvore 20(3): 456-469.
Périco E, Cemin G, Lima D, Rempel C 2005. Efeitos da fragmentação de hábitats sobre comunidades animais: utilização de sistemas de informação geográfica e de métricas de paisagem para seleção de áreas adequadas a testes. In: Anais XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto: Goiânia, INPE, 2339-2346.
Ritchie ME 1997. Populations in a landscape context: sources, sinks and metapopulations. In: JA Bissonette. Wildlife and landscape ecology: effects of pattern and scale. Nova York: Springer-Verlag, p. 160-184.
Scariot A, Sousa-Silva JC, Felfili JM 2005. Cerrado: Ecologia, Biodiversidade e Conservação. Ministério do Meio Ambiente. 426 pp.
Scariot A 2010. Panorama da biodiversidade brasileira. In: GANEM, R. S. Conservação da biodiversidade – legislação e políticas públicas. Brasília: Câmara dos Deputados – Edições câmara, p. 341-386.
Souza GS, Lima JSS, Silva AS, Oliveira RB 2008. Variabilidade espacial de atributos químicos em um Argissolo sob pastagem. Acta Scientiarum Agronomy, 30(4): 589 ‑ 596.
Teixeira MD 2015. Análise da influência dos desmatamentos na estrutura da paisagem na região norte de Minas Gerais, MsC Dissertation, Universidade Federal de Lavras. Lavras, 68 pp.
Trevisan DP, Moschini LE 2015. Dinâmica de Uso e Cobertura da Terra em Paisagem no Interior do Estado de São Paulo: Subsídios para o planejamento. Fronteiras: journal of social, technological and environmental Science. 4: 16-30.
Veronese JN 2009. Análise de fragmentos florestais e proposição de corredores ecológicos com base no código florestal – lei 4.771/65: aplicação na serra do brigadeiro – MG, Monograph, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 56 pp.
Wilcove DS, Mclellan CH, Dobson AP 1986. Habitat fragmentation in the temperate zone. In: SOULÉ, M. E. Conservation Biology: The Science of scarcity and diversity. Sunderland: Sinauer, p. 237–256.
ZEE 2009. Zoneamento Ecológico Econômico de Minas Gerais. Mapeamento da Cobertura Vegetal 2009. [updated 2016 Nov 12; cited 2009] Available from: http://geosisemanet. meioambiente.mg.gov.br/zee/.

Publicado

2017-09-10

Como Citar

DIAS, Lívia Caroline César; MOSCHINI, Luiz Eduardo; TREVISAN, Diego Peruchi. A Influência das Atividades Antrópicas na Paisagem da Área de Proteção Ambiental Estadual do Rio Pandeiros, MG - Brasil. Fronteira: Journal of Social, Technological and Environmental Science, [S. l.], v. 6, n. 2, p. 85–105, 2017. DOI: 10.21664/2238-8869.2017v6i2.p85-105. Disponível em: https://periodicos.unievangelica.edu.br/index.php/fronteiras/article/view/2198. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê - Gestão das Águas e de Territórios Protegidos