Vale do Rio Doce: Fronteira, industrialização e colapso socioambiental

Autores

  • Haruf Salmen Espindola

DOI:

https://doi.org/10.21664/2238-8869.2015v4i1.p160-206

Resumo

O Vale do Rio Doce - VRD tem motivado investigações nas mais diversas áreas do conhecimento, por parte de pesquisadores nacionais e estrangeiros. O interesse é atraído pelas variadas imbricações de processos socioambientais, socioeconômicos, socioculturais e políticos. O VRD se manteve como fronteira aberta, até meados do século XX, quando, finalmente, acabou a disponibilidade de terras e se encerou a frente pioneira. Concomitante ao povoamento, ocupação econômica e formação dos núcleos urbanos, se implantou pela ação do Estado grandes projetos de investimento, particularmente nas áreas de siderurgia e mineração. Se para atores vinculados à modernização a fronteira era vista como depositária de recursos naturais, para as pessoas que chegavam com esperanças diversas a fronteira era uma terra prometida...

Palavras chave: Minas Gerais; Vale do Rio Doce; Frente Pioneira; Frente de Expansão Demográfica; Grandes Investimentos de Capital.

Biografia do Autor

Haruf Salmen Espindola

Doutor em História Econômica pela Universidade de São Paulo. Professor da Universidade Vale do Rio Doce, Brasil.

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Publicado

2015-07-31

Como Citar

Espindola, Haruf Salmen. 2015. “Vale Do Rio Doce: Fronteira, industrialização E Colapso Socioambiental”. Fronteira: Journal of Social, Technological and Environmental Science 4 (1):160-206. https://doi.org/10.21664/2238-8869.2015v4i1.p160-206.