Percepção Ambiental de Unidades de Conservação: O Olhar da Comunidade Rural do Barrocão no Entorno do Parque Estadual da Serra do Conduru – BA

Autores

  • Damile Jesus Ferreira Universidade Estadual de Santa Cruz, UESC, Brasil.
  • Christiana Cabicieri Profice Universidade Estadual de Santa Cruz, UESC, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.21664/2238-8869.2019v8i3.p179-795

Palavras-chave:

Percepção Ambiental, PESC, Gestão Ambiental, Mata Atlântica

Resumo

A atual relação entre ser humano-natureza que é estabelecida na sociedade capitalista é caracterizada pela dominação e degradação dos ambientes naturais. Assim, para a política ambiental, as Unidades de Conservação (UCs) de proteção integral são a garantia da conservação da biodiversidade, embora não haja ainda o reconhecimento do importante papel das comunidades locais no manejo sustentável dos recursos, no processo de gestão ambiental e na conservação da biodiversidade. Diante disto, o objetivo deste trabalho foi compreender a percepção ambiental dos moradores da comunidade rural do Barrocão (Uruçuca-BA) localizada no entorno do Parque Estadual da Serra do Conduru (PESC), identificando o tipo de relação que é estabelecida entre a comunidade e o PESC. O estudo trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa, possuindo a fenomenologia como sua matriz teórico-metodológica. O método de coleta foi o uso de entrevistas semiestruturadas com 13 moradores integrantes da associação comunitária Doces e Segredos da Floresta, partindo de um roteiro elaborado seguindo as orientações metodológicas da percepção ambiental de Whyte (1977). As análises mostraram um distanciamento entre a gestão do PESC com a comunidade local, evidenciando a ausência da participação dos moradores nos processos de criação e gestão da UC. Apesar de estabelecerem uma relação conflitante com a unidade, os moradores reconhecem a função do parque e o consideram importante na conservação do meio ambiente.

Biografia do Autor

Damile Jesus Ferreira, Universidade Estadual de Santa Cruz, UESC, Brasil.

Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente pela Universidade Estadual de Santa Cruz, UESC, Brasil.

Christiana Cabicieri Profice, Universidade Estadual de Santa Cruz, UESC, Brasil.

Doutorado em Psicologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN, Brasil. Professora na Universidade Estadual de Santa Cruz, UESC, Brasil.

Referências

Azevedo AI, Martins HT, Drummond JAL 2009. A dinâmica institucional de uso comunitário dos produtos nativos do Cerrado no município de Japonvar (Minas Gerais). Sociedade e Estado, 24(1):193-228.
Bahia 2005. Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Conduru. Bahia, 369 pp.
Bardin L 2009. Análise de Conteúdo. Edições 70, LDA, Lisboa-Portugal, 280 pp.
Barreto M 2015. Parque Estadual da Serra do Conduru: histórico da criação, implementação e conflitos socioambientais. Dissertação de Mestrado, Instituto de Pesquisas Ecológicas, Serra Grande, 140 pp.
Bensusan N 2006. Conservação da biodiversidade em áreas protegidas. Editora FGV, Rio de Janeiro, 176 pp.
Brasil 1994. Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA. Resolução nº 005, de 4 de maio de 1994. Define vegetação primária e secundária nos estágios inicial, médio e avançado de regeneração da Mata Atlântica. Diário Oficial da União de 30/05/1994.
Brasil 2006a. Lei Federal 11.326, de 24 de julho de 2006. Dispõe sobre as diretrizes para a formulação da Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais. Available from: http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11326.htm.
Brasil 2006b. Lei Federal 11.428, de 22 de dezembro de 2006. Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências. Available from: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11428.htm.
Brasil 2008. Presidência da República. Decreto 6.447, de 7 de maio de 2008. Regulamenta o art. 19 da Lei no 10.696, de 2 de julho de 2003, que institui o Programa de Aquisição de Alimentos. Available from: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6447.htm.
Brasil 2013. Resolução CD/FNDE nº 26, de 17 de junho de 2013. Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar aos alunos da educação básica no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE. Diário Oficial da União, Brasília, 17 jun. 2013.
Brasil 2017. Ministério da Educação. Censo Escolar da Educação Básica 2016 – Notas Estatísticas. Brasília.
Creswell JW 2010. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 3.ed. Artmed, Porto Alegre, 150 pp.
Diegues AC 2001. Repensando e recriando as formas de apropriação comum dos espaços e recursos naturais. In AC Diegues, ACC Moreira (Orgs.). Espaços e recursos naturais de uso comum. NAPAUB-USP, São Paulo, p. 97-124.
Diegues AC, Arruda RSV 2001. Saberes tradicionais e biodiversidade no Brasil. Ministério do Meio Ambiente / USP, Brasília / São Paulo, 211 pp.
Diegues AC, Viana VM 2004. Comunidades tradicionais e manejo dos recursos naturais da Mata Atlântica. NUPAUB/CEC, Ed. Hucitec, São Paulo, 143 pp.
Hardin G 1968. The tragedy of the commons. New Series, Science, 162(3859): 1243-1248.
Jardim JG 2003. Uma caracterização parcial da vegetação da região sul da Bahia, Brasil. In PI Prado, EC Landau, RT Moura, LPS Pinto, GAB Fonseca, K Alger. Corredor de Biodiversidade da Mata Atlântica do sul da Bahia. Publicação em CD-ROM, IESB/CI/CABS/UFMG/UNICAMP, Ilhéus.
Leff E 2009. Ecologia, Capital e Cultura: a territorialização da racionalidade ambiental. Vozes, Petrópolis, Rio de Janeiro, 439 pp.
Lucena MMA, Freire EMX 2011. Percepção Ambiental sobre uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), pela comunidade rural do entorno, Semiarido brasileiro. Educação Ambiental em Ação, 9(35): 60-74.
Marin JOB 2009. Juventud rural: una invención del capitalismo industrial. Estudios Sociológicos, 27(80): 619-653.
Medeiros R, Pereira GS 2011. Evolução e Implementação dos Planos de Manejo em Parques Nacionais no Estado do Rio de Janeiro. Revista Árvore, 35(2): 279-288.
MMA (Ministério do Meio Ambiente, Brasil) 2006a. O corredor central da mata atlântica: uma nova escala de conservação da biodiversidade. Ministério do Meio Ambiente, Conservação Internacional e Fundação SOS Mata Atlântica. Brasília: Ministério do Meio Ambiente; Conservação Internacional, 46 p.
MMA (Ministério do Meio Ambiente, Brasil) 2006b. Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC. Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000. Decreto nº 4.340 de 22 de agosto de 2002. Brasília, MMA/SBF.
Pradeiczuk A, Renk A, Danieli MA 2015. Percepção Ambiental no entorno da Unidade de Conservação Parque Estadual das Araucárias. Revista Grifos, 24(38/39): 13-32.
Pureza F, Pellin A, Padua C 2015. Unidades de Conservação: Fatos e Personagens que fizeram a história das categorias de manejo, 1.ed. Matrix, São Paulo, 228 pp.
Shiraishi JC 2010. Percepção Ambiental Sobre a Reserva Biológica da Contagem - DF. In V Encontro Nacional da ANPPAS, Florianópolis. Anais Eletrônicos.
Silvestro ML, Abramovay R, Mello MA, Dorigon C, Baldissera IT 2001. Impasses sociais da sucessão hereditária na agricultura. Epagri / Nead, Florianópolis, SC / Brasília, 120 pp.
Vasco AP, Zakrzevski SBB 2010. O estado da arte das pesquisas sobre Percepção Ambiental no Brasil: The state of the art in research on environmental perception in Brazil. Rev. Perspectiva, 34(125): 17-28.
Whyte AVT 1977. Guidelines for field studies in Environmental Perception. Technical Notes 5. UNESCO, Paris, 118 pp.

Downloads

Publicado

2019-09-01

Como Citar

FERREIRA, Damile Jesus; PROFICE, Christiana Cabicieri. Percepção Ambiental de Unidades de Conservação: O Olhar da Comunidade Rural do Barrocão no Entorno do Parque Estadual da Serra do Conduru – BA. Fronteira: Journal of Social, Technological and Environmental Science, [S. l.], v. 8, n. 3, p. 179–795, 2019. DOI: 10.21664/2238-8869.2019v8i3.p179-795. Disponível em: https://periodicos.unievangelica.edu.br/index.php/fronteiras/article/view/2741. Acesso em: 19 abr. 2024.