Principais medidas de tratamento para acidentes envolvendo aranhas das espécies latrodectus, loxosceles e phoneutria – uma revisão de literatura

Autores

  • Guilherme Enrico Petri
  • Aline de Araújo Freitas
  • Roldão Oliveira de Carvalho Filho
  • Karolyne Gomes Miranda
  • Emerith Mayra Hungria Pinto Centro Universitário de Anápolis, UniEVANGELICA, Brasil.; Universidade Federal de Goiás, UFG, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.37951/2358-9868.2021v9i1.p169-180

Palavras-chave:

Palavras-chave: Aranhas. Imunização Passiva. Venenos de Aranha. Acidentes.

Resumo

Objetivo: descrever os principais tratamentos para acidentes envolvendo os gêneros Latrodectus, Phoneutria e Loxosceles, visando descrever as medidas de tratamento convencional,assim como novas medidas de tratamento. Metodologia: A revisão de literatura foi realizada nas bases Google Acadêmico, Scielo, Pubmed, além de manuais/protocolos de tratamento disponíveis nas plataformas do Ministério da Saúde. Foram considerados artigos publicados em português e inglês, entre janeiro de 2001 a setembro de 2020, sendo incluídos 25 artigos/protocolos para a revisão. Resultados: Para casos leves, independente do gênero, o tratamento é sintomático com foco na assepsia da ferida e uso de analgésicos. Para casos moderados e graves, a administração de soro é recomendada, o número de ampolas dependerá da gravidade. A utilização rápida do soro específico é ideal, e o soro antiaracnídico (SAA) é uma alternativa em casos de falta. Conclusão: Os gêneros Loxoceles e Latrodectus possuem soro específico. A utilização do óleo de copaíba e compostos que inibem a ação da esfingomielinase-D demonstraram ação cicatrizante e de controle da lesão dermonecrótica por Loxoceles. Para os acidentes envolvendo o gênero Latrodectus o tratamento também inclui benzodiazepínicos e nos acidentes por Phoneutria pode ser necessário infiltração anestésica, além do SAA.

Referências

1. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Acidentes de trabalho por animais peçonhentos entre trabalhadores do campo, floresta e águas, Brasil 2007 a 2017. Boletim Epidemiológico 11, v. 50, n. 11, p. 1–50, 2019. Disponível em: <http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/marco/29/2018-059.pdf>.

2. SINITOX-FIOCRUZ. Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas - Sinitox. Disponível em: <https://sinitox.icict.fiocruz.br/dados-nacionais>. Acesso em: 1 dez. 2020.

3. CAMPOS EN, PEREIRA JCC. Cadernos Técnicos De Saúde. 3º ed. FASEH; 2018.

4. Kamimura HM, Paiva BSR, Ayres JA. Sistematização da Assistência de Enfermagem: acidente por Loxosceles gaucho. Revista Brasileira de Enfermagem. 2009. 62 (6): 928–931.
5. Ferreira RMDN, Magalhães HF. Aspectos epidemiológicos de acidentes por aranhas no estado da Paraíba nos anos de 2015 a 2017. [dissertação na internet]. Universidade Federal Da Paraíba. 2019. Disponível em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/15564
6. Oliveira ATAL, Sousa AFPB, Alcantra ICL, Miranda ITN, Marques RB. Acidentes com animais peçonhentos no Brasil: revisão de literatura. Revista Intertox de Toxicologia. Risco Ambiental e Sociedade. 2018. 11 (3): 119–136.
7. Braga AL, Aline, Braga PET. EPIDEMIOLOGIA DOS ACIDENTES POR ARANHAS NO PERÍODO DE 2002 A 2011 NO ESTADO DO CEARÁ. Journal of Biology & Pharmacy and Agricultural Management. 2017. 13 (4).
8. Almeida JSCB, Souza DP, Rocha CL, Silva SLC. Soroterapia antiveneno : tratamento das reações adversas. Rev Med Minas Gerais 2012; 22 (Supl 8): S1-S48.
9. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. 2º ed. - BrasÌlia: Fundação Nacional de Saúde. 2001. Disponível em: https://www.icict.fiocruz.br/sites/www.icict.fiocruz.br/files/Manual-de-Diagnostico-e-Tratamento-de-Acidentes-por-Animais-Pe--onhentos.pdf
10. Ramos RFM, Girelli LP, Toledo DWT , Ragnini JM, Calcagnotto FN, Silva JB. Acidente loxoscélico. Revista da AMRIGS. 2015. 59 (2): 134-139.
11. Moreira DC, Matsubara FH, Schemczssen-Graeff Z, Bona E, Heidemann VR, Duarte CG, et al. Brown Spider ( Loxosceles) Venom Toxins as Potential Biotools for the Development of Novel Therapeutics. Toxins (Basel). 2019. 11(6):355.
12. Catalán A, Espoz MC, Cortés W, Sagua H, González J, Araya JE. Tetracycline and penicillin resistant Clostridium perfringens isolated from the fangs and venom glands of Loxosceles laeta: Its implications in loxoscelism treatment. Toxicon. 2010; 56 (6): 890–896.
13. Cardoso JLC. Animais peçonhentos no Brasil: biologia, clínica e terapêutica dos acidentes. 2009.
14. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guide to Health Surveillance. [S.l: s.n.], 2019. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_3ed.pdf>.
15. Pauli I, Puka J, Gubert IC, Minozzo JC. The efficacy of antivenom in loxoscelism treatment. Toxicon. 2006. 48(2):123-37.
16. Secretaria De Estado Da Saúde. Dizeres De Texto De Bula – Profissional De Saúde. Instituto Butantan. 2014. 02: 1-11.
17. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Utilização Racional de soros antivenenos e aprovação de protocolos clínicos para acidentes por aranhas dps gêneros Phoneutria e Loxosceles, e serpentes da família Elapidae. Unidade Técnica de Vigilância de Zoonoses. 2014. Disponível em: https://www.saude.go.gov.br/files/vigilancia/toxicologica/Nota-t%C3%A9cnica_Protocolos-cl%C3%ADnicos-e-recomenda%C3%A7%C3%A3o-para-vigil%C3%A2ncia-maio_2014.pdf
18. Ribeiro MF, Oliveira FL, Souza AM, Machado TB, Cardoso PF, Sobrinho AP, et al. Effects of copaiba oil on dermonecrosis induced by Loxosceles intermedia venom. Journal of Venomous Animals and Toxins Including Tropical Diseases. 2019. 25: e149318.
19. Lopes PH, Murakami MT, Portaro FCV, Pasqualoto KFM, Berg C, Tambourgi DV. Targeting Loxosceles spider Sphingomyelinase D with small-molecule inhibitors as a potential therapeutic approach for loxoscelism. Journal of Enzyme Inhibition and Medicinal Chemistry. 2019. 34 (1): 310–321.
20. Dornelas HG. Expressão e Caracterização Parcial da Proteína 442 da Glândula de Veneno da Aranha Loxosceles intermedia. Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Biológicas. 2007. Disponível em: http://www.pggenetica.icb.ufmg.br/defesas/126M.PDF
21. Yan S, Wang X. Recent advances in research on widow spider venoms and toxins. Toxins. 2015. 7(12): 5055-5067.
22. Reyes-Lugo M, Sánchez T, Finol HJ, Sánchez EE, Suárez JA, Guerreiro B, et al. Neurotoxic activity and ultrastructural changes in muscles caused by the brown widow spider Latrodectus geometricus venom. Revista do Instituto de Medicina Tropical de Sao Paulo. 2009. 51 (2): 95–101.
23. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO. HOSPITAL UNIVERSITÁRIO.CLEMENTINO FRAGA FILHO. Diretrizes diagnósticas de acidentes com animais peçonhentos. Disponível em: www.hucff.ufrj.br/download-de-arquivos/category/26 dip?download=332:rotinas.Acesso em 06 de setembro de 2016
24. Ryan NM, Buckley NA, Graudins A. Treatments for latrodectism- A Systematic Review On Their Clinical Effectiveness. Toxins. 2017. 9 (4):148.
25. Soro antilatrodéctico. Instituto Vital. 2019. Disponível em: http://www.vitalbrazil.rj.gov.br/
26. Dart RC, Bush SP, Heard K, Arnold TC, Sutter M, Campagne D, et al. The Efficacy of Antivenin Latrodectus (Black Widow) Equine Immune F(abʹ)2 Versus Placebo in the Treatment of Latrodectism: A Randomized, Double-Blind, Placebo-Controlled, Clinical Trial. Annals of Emergency Medicine. 2019. 74 (3): 439–449.
27. Valikhanfard-Zanjani E, Zare-Mirakabadi A, Oryan S, Goodarzi HR, Rajabi M. Specific antivenom ability in neutralizing hepatic and renal changes 24 hours after Latrodectus dahli envenomation. Journal of Arthropod-Borne Diseases. 2016. 10 (2): 237–244.

Downloads

Publicado

2021-06-24

Edição

Seção

ARTIGOS DE REVISÃO