Panorama das infecções por micobactérias não tuberculosas no estado de Goiás: análise de oito anos

análise de oito anos

Autores

  • Marielly Sousa Borges Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr Giovanni Cysneiros
  • JEFFERSON DO CARMO DIETZ Programa de Residência em Atenção Clínica Especializada- Eixo de Concentração em Infectologia da Secretária de Estado da Saúde de Goiás no Hospital de Doenças Tropicais Dr Anuar Auad (HDT/HAA) e no Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr Giovanni Cysneiros ( LACEN-GO), Goiânia, Goiás, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-0323-1376
  • SUELI LEMES DE ÁVLIA ALVES Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr Giovanni Cysneiros ( LACEN-GO), Goiânia, Goiás, Brasil. https://orcid.org/0000-0001-8608-6658
  • IVANÍSIO GOMES DE SANTANA Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr Giovanni Cysneiros ( LACEN-GO), Goiânia, Goiás, Brasil.
  • DISLEY XAVIER RODRIGUES DIAS Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr Giovanni Cysneiros ( LACEN-GO), Goiânia, Goiás, Brasil.
  • Edna Joana Claudio Manrique Programa de Residência em Atenção Clínica Especializada- Eixo de Concentração em Infectologia da Secretária de Estado da Saúde de Goiás no Hospital de Doenças Tropicais Dr Anuar Auad (HDT/HAA) e no Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr Giovanni Cysneiros ( LACEN-GO), Goiânia, Goiás, Brasil. Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr Giovanni Cysneiros ( LACEN-GO), Goiânia, Goiás, Brasil. Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-8632-3542

DOI:

https://doi.org/10.29237/2358-9868.2020v8i1.p100-110

Palavras-chave:

Micobactérias não tuberculosas; Fatores de risco; Infecções por micobactérias não tuberculosas; Saúde pública.

Resumo

Objetivo: Estimar a prevalência de micobacterioses não tuberculosas e verificar quais os fatores de risco associados aos casos no estado de Goiás. Métodos: Trata-se estudo transversal, desenvolvido a partir dos resultados e informações contidas nas solicitações de exames e culturas arquivados pela seção de Micobactérias do LACEN-GO, que de acordo com os critérios microbiológicos internacionais caracterizaram-se como verdadeiros casos, no período de 2010 a 2018. Resultados: Foram identificados 240 casos no período analisado. Destes, 90 (37,0%) foram relacionados a doença disseminada, 75 (32,0%) a infecções associadas a procedimentos invasivos, 71 (29,5%) a doença pulmonar, 3 (1,2%) a doença linfática e 1 (0,3%) a doença renal.  Os casos de Infecção associada a procedimentos Invasivos ocorreram em mulheres de 20-29 anos, seguido da faixa etária de 30-39 anos, que se submeteram a implante de prótese mamária e glútea, lipoaspiração ou abdominoplastia. A doença pulmonar predominou em indivíduos com idade maior que 60 anos, seguido de 40-49 anos, com histórico de tuberculose ou tratamento prévio para esta doença, e que vivem com HIV/AIDS. A doença disseminada foi identificada em indivíduos de 30-39 anos vivendo com HIV/AIDS. Conclusão: Observou-se que atualmente a prevalência na forma disseminada e pulmonar encontra-se elevada. São fatores de risco ao desenvolvimento de doença disseminada indivíduos de 30-39 anos vivendo HIV/AIDS, para doença pulmonar os idosos com histórico de tuberculose, em ambas no gênero masculino, e para Infecções associada a procedimentos invasivos gênero feminino de 30-39 anos com implante de prótese mamária.

Referências

1. Falkinham JO. Ecology of Nontuberculous Mycobacteria—Where Do Human Infections Come from?. Semin Respir Crit Care Med. 2013; 34(01):95-102.
2. Iroh TPY, Kline S, Ward G, Ferrieri P. Non-tuberculous mycobacterial infection in hospitalized children: a case series. Epidemiol Infect. 2015; 143(15):3173-81.
3. Wu UI, Holland SM. Host susceptibility to non-tuberculous mycobacterial infections. Lancet Infect Dis. 2015 Aug;15(8):968-80
4. Halstrom S, Price P, Thomson R. Review: environmental mycobacteria as a cause of human infection. Int J Mycobacteriol. 2015; 4(2):81-9.

5. Griffith DE, Aksamit T, Brown-Elliott BA, Catanzaro A, Daley C, Gordin F et al. An official ATS/IDSA statement: diagnosis, treatment, and prevention of nontuberculous mycobacterial diseases. Am J Respir Crit Care Med. 2007; 175(4):367-416.

6. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Nota Técnica conjunta nº 01/2009 - SVS/MS e ANVISA. Infecções por micobactérias de crescimento rápido: fluxo de notificações, diagnósticos clínico, microbiológico e tratamento. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 47 p.

7. Stout JE, Koh W, Yew WW. Update on pulmonary disease due to non-tuberculous mycobacteria. Int J Infect Dis. 2016; 45(1):123-34.
8. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Ministério da Saúde. Comunicado de Risco nº 002/2014 - GVIMS/GGTES/ANVISA. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 10 p.
9. Vinnard C, Longworth S, Mezochow A, Patrawalla A, Kreiswirth BN, Hamilton K. Deaths Related to nontuberculous mycobacterial infections in the United States, 1999-2014. Ann Am Thorac Soc. 2016; 13(11):1951-55.
10. Umrao J, Singh D, Zia A, Saxena S, Sarsaiya S, Singh S, Khatoon J, Dhole TN. Prevalence and species spectrum of both pulmonary and extrapulmonary nontuberculous mycobacteria isolates at a tertiary care center. Int J Mycobacteriol. 2016; 5(3):288–293.

11. Carneiro MDS, Nunes LS, David SMM, Dias CF, Barth AL, Unis G. Nontuberculous mycobacterial lung disease in a high tuberculosis incidence setting in Brazil. J Bras Pneumol. 2018; 44(2):106-111.
12. Barreto, AR. Micobacteriose não tuberculosa pulmonar em hospital de referência no estado do Pará: espécies mais frequentes, apresentação radiológica e evolução clínica. Belém (Brasil):Universidade Federal do Pará; 2013. 63 p. Disponível em: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/4928

13. Kwon YS, Koh WJ. Diagnosis and treatment of nontuberculous mycobacterial lung disease. J Korean Med Sci. 2016; 31(5):649-59.
14. Ko RE, Moon SM, Ahn S, Jhun BW, Jeon K, Kwon OJ et al. Changing epidemiology of nontuberculous mycobacterial lung diseases in a tertiary referral hospital in Korea between 2001 and 2015. J Korean Med Sci. 2018; 33(8):346-65.

15. Ferro BE, Srivastava S, Deshpande D, Pasipanodya JG, Van Soolingen D, Mouton JW et al. Tigecycline is highly efficacious against mycobacterium abscessus pulmonary disease. Antimicrob Agents Chemother. 2016; 60(5):2895-900

16. Costa ARF, Lopes ML, Bahia JRC, Conceição EC, Lima KVB. Identificação genotípica de membros do complexo Mycobacterium avium isolados de infecções pulmonares no estado do Pará, Brasil. Rev Panamazonica Saúde. 2010; 1(3):35-42.

17. Goiânia. Secretaria de Saúde do Estado de Goiás, 2018 (on Line). Boletim Epidemiológico HIV-Aids-2018. Goiânia; 2018. Acesso em 12/10/2019. Disponível em: http://www.saude.go.gov.br/wpcontent/uploads/2019/01/boletimaids2018.pdf
18. Costa AF, Alves SLA, Gomes IS, Dias DRX, Manrique EJC. Increase in the diagnosis of mycobacteremia after the implementation of semi-automated blood culture at a Brazilian public health laboratory. Rev Soc Bras Med Trop. 2019; 52(1):1-4.
19. Ide S, Nakamura S, Yamamoto Y, Kohno Y, Fukuda Y, Ikeda H et al. Epidemiology and clinical features of pulmonary nontuberculous mycobacteriosis in Nagasaki, Japan. PLOS ONE. 2015; 10(5):e0128304.

20. Shao Y, Chen C, Song H, Li G, Liu Q, Li Y et al. The epidemiology and geographic distribution of nontuberculous mycobacteria clinical isolates from sputum samples in the eastern region of China. PLoS Negl Trop Dis. 2015; 9(3):0003623.

21. Jang MA, Koh WJ, Huh HJ, Kim SY, Jeon K, Ki CS, Lee NY. Distribution of nontuberculous mycobacteria by multigene sequence-based typing and clinical significance of isolated strains. Journal of Clinical Microbiology. 2014; 52(4):1207-12.

22. Silva DAC, Leite ICG, Silva MR, Augusto CJ, Cunha LHC, Assis ASF et al. Perfil de micobactérias não tuberculosas isoladas em pacientes atendidos na rede municipal de saúde de Juiz de Fora – Minas Gerais (2015-2018). Rev Med Minas Gerais. 2018; 28(5):92-7.
23. Marques LRM, Ferrazoli L, Chimara E. Micobacterioses pulmonares: diagnóstico presuntivo pelos critérios microbiológicos internacionais adotados no estado de São Paulo, Brasil, 2011-2014. J Bras Pneumol. 2019; 45(2): e20180278-e20180278.
24. Braga JR. Aspectos clínicos e epidemiológicos das infecções de sítio cirúrgico por micobactérias não tuberculosas no município de Goiânia-Goiás. Goiânia (Brasil): Universidade Federal de Goiás; 2017. 103 p. Disponível: https://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/7257#preview-link0.

25. Cardoso AM, Sousa EM, Viana-Niero C, Bortoli FB, Neves ZCPN, Leão SC et al. Emergence of nosocomial Mycobacterium massiliense infection in Goiás, Brazil. Microbes Infect. 2008; 10(14-15):1552-7.

26. Brasil. Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA). Ministério da Saúde. Resolução RDC nº 63 de 25 de novembro de 2011. Dispõe sobre Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para os Serviços de Saúde. Brasília (Brasil): Ministério da Saúde, 2011. 12 p.

27. Moraes NM, Silveira WC, Teixeira LEM, Araújo ID. Mecanismo de adesão bacteriana aos biomateriais. Rev Med Minas Gerais; 23(1): 99-104.

28. Lima AS. Fatores e espécies de micobactérias não tuberculosas associadas aos casos de micobacterioses pulmonar e extrapulmonar no estado de Pernambuco. Recife (Brasil): Fundação Oswaldo Cruz Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães; 2014. 68 p. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/10664.

29. Brasil. Ministério da saúde, 2009 (on line). Identificação de Micobactérias de Crescimento Rápido (MCR)- Laboratórios. Acesso em 14/02/2020. Disponível em: http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=2607

30. Brasil. Ministério da Saúde, 2009 (on line). Infecção Relacionada à Assistência à Saúde por Micobactéria de Crescimento Rápido (MCR)- Profissional de Saúde. Acesso em 14/02/2020. Disponível em: http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=1826.

Downloads

Publicado

2020-07-13