Internações por neoplasia maligna do colo do útero em Goiás no período de 2008 a 201

Autores

  • Rodolfo Lopes Vaz
  • Gabriela Ramos Ribeiro
  • Marina Ramos Ribeiro
  • André Luiz Martins Vaz Peres
  • Paulo Vitor Miranda Macedo de Brito
  • Pedro Henrique Costa Matos da Silva

Palavras-chave:

Câncer do Colo do Útero. Faixa Etária. Internações.

Resumo

Introdução: O câncer do colo do útero é o segundo tumor mais frequente entre as mulheres, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). É um câncer que evolui lentamente, dessa forma, é necessário analisar de forma crítica como o fator faixa etária (FE) influencia nas taxas de internações pela neoplasia, a fim de evidenciar, por exemplo, em qual idade a prevalência da doença é maior. Isso porque afeta a incidência e a prevalência das internações. Assim, é imprescindível conhecer de forma objetiva os dados e análises sobre a influência desse fator nas taxas de internações. Objetivo: Avaliar a relação entre a faixa etária e o número de internações por neoplasia maligna do colo do útero em Goiás (GO) no período de jan/2008 a dez/2018, sob uma perspectiva crítica. Material e método: Trata-se de um estudo epidemiológico das séries temporais das taxas de internações por neoplasia maligna do colo do útero entre mulheres em Goiás (GO), no período de jan/2008 a dez/2018. O estudo estratificou as taxas de internações em cinco faixas-etárias: 20 a 29 anos, 30 a 39 anos, 40 a 49 anos, 50 a 59 anos e 60 ou mais anos. Os dados da pesquisa foram obtidos através do Sistema de Internações Hospitalares (SIH) e pela Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA), para estimativas de população. Para a análise de conteúdo dos dados obtidos foi utilizado o método de Prais-Winsten. Resultados: Foram analisadas 6440 internações entre jan/2008 e dez/2018. A FE com maior número de internações foi a de 40 a 49 anos com 2502 (38,8%) e a com menor número foi entre 20 a 29 anos com 262 (4%) internações. A prevalência de mulheres internadas foi de 0,3% e a taxa de óbito foi de 8,63. As taxas de internações a cada 100.000 mulheres, em ordem crescente dos anos analisados, começando em 2008 e terminando em 2018, foram as seguintes: 37,8; 49; 42; 32; 26,6; 19; 18,4; 17,2; 15,8; 19 e 24. Dessa forma, o ano com maior taxa foi 2009 com 49/100.000 mil mulheres e apesar de 2008 ter 37/100.000 e 2018 ter 24/100.000, a tendência temporal da taxa é estacionária (bvalor = - 0,15; p-valor = 0.144). Conclusão: O estudo mostrou que, no estado de Goiás, a FE com o maior índice de internação por CA do colo uterino foi entre 40 e 49 anos e a com menor incidência foi entre 20 e 29 anos. O resultado corrobora com a literatura, pois o câncer do colo de útero é raro em mulheres até 30 anos e o pico de incidência é entre 45 a 50 anos. A diminuição do número de internações ao longo do tempo, com um leve aumento em 2017 e 2018, mas substancialmente menor do que em 2008, pode significar melhoria no rastreio e no manejo dessa doença na atenção básica. Porém, mesmo com uma possível melhora na prevenção, as taxas de internações mostram-se estacionárias, o que nos remete a necessidade de políticas públicas mais eficazes para prevenção e promoção de saúde, principalmente na FE mais acometida.

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Publicado

2020-02-09

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG