Perfil epidemiológico das pessoas soropositivas para HIV no Brasil no período entre 2008 a 2017

Autores

  • Mariana Ribeiro Rodrigues Alves
  • Naiza Murielly Pereira Borges
  • Miguel Carlos Azevedo Cruz
  • Rafael Neves de Jesus
  • Thaís Ribeiro Garcia
  • Jalsi Tacon Arruda

Palavras-chave:

Epidemiologia. Escolaridade. HIV. Síndrome da imunodeficiência adquirida. Saúde pública.

Resumo

Introdução: A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma Infecção Sexualmente Transmissível causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Esse vírus ataca, principalmente, os linfócitos TCD4+, células imunológicas responsáveis por defender o organismo de doenças. O vírus pode alterar o DNA dessas células fazendo cópias de si mesmo. Depois da multiplicação, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. Além de sua potencial capacidade de disseminação e gravidade, há um preconceito social em relação às pessoas que vivem com o HIV positivo, o que dificulta a adesão e procura desses pacientes ao tratamento. O panorama da AIDS é um problema de saúde pública, o que justifica a importância de traçar o perfil desses pacientes no país para a elaboração de políticas públicas efetivas. Objetivo: Realizar um levantamento epidemiológico com o intuito de traçar um perfil das pessoas soropositivas para o HIV no Brasil. O foco principal é estabelecer uma relação entre a ocorrência da AIDS, sexo, idade, escolaridade e a região do Brasil onde ocorrem o maior número de casos. Material e Método: Trata-se de um estudo longitudinal retrospectivo, de caráter epidemiológico, com base nos dados obtidos no DATASUS de 2008 a 2017. Analisou-se dados específicos do portal de epidemiologia, casos de AIDS no Brasil. Resultados: De 2008 a 2017, foram registradas 381.640 pessoas portadoras de HIV no Brasil, sendo 64% homens (245.537 homens). Sobre esse conjunto, foi adicionado um filtro para sexo e um filtro para escolaridade, classificado em analfabeto, fundamental completo, médio completo e superior completo. Foi encontrado um subconjunto de 89.897 casos, após a aplicação desses filtros. Assim, percebe-se que os casos de AIDS não conservam uma relação direta com a escolaridade, já que houve um significativo aumento dos casos notificados com o aumento da escolaridade, representado principalmente pela quantidade de notificações em pessoas com ensino médio completo, correspondendo a 47% do número total investigado. Além disso, o homem apresenta-se como maioria entre os portadores, independente da escolaridade, representando 71,4% do montante analisado. Ponderando por faixa etária e sexo, forma-se um novo subconjunto de 84.299 pessoas a partir do conjunto inicial. Observa-se uma prevalência alarmante de soropositivos na faixa etária de 20 a 49 anos, correspondendo a 81% dos casos analisados. Nesse subconjunto etário, novamente o sexo masculino é maioria nas notificações, sendo 65% do grupo etário analisado. Em uma última análise, há uma prevalência em regiões mais desenvolvidas. A região sudeste, que detém o maior PIB per capita conforme os dados do IBGE, apresenta 42,2% dos casos notificados. Conclusão: Este estudo apresenta limitações numéricas pois os dados do DATASUS apresentam uma defasagem média de 2 anos, de maneira que não refletem a incidência exata da AIDS no Brasil. Contudo, os montantes analisados no período pesquisado refletem uma prevalência fidedigna, a qual pode ser usada como ponto de partida pelo Governo para políticas públicas de saúde. Assim, a partir do levantamento epidemiológico feito, pode-se elaborar um perfil geral da pessoa soropositiva no Brasil. Hipoteticamente, o soropositivo apresenta ensino médio completo, faixa etária entre 20 a 49 anos e reside no Sudeste do país. Esses dados servem como norteadores de políticas públicas que devem ser elaboradas para o tratamento e prevenção da AIDS no Brasil.

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Publicado

2020-02-09

Edição

Seção

ANAIS I CAMEG